domingo, 31 de janeiro de 2010

PERFEIÇÃO.

Você é daquelas pessoas que gosta de fazer tudo perfeito? Se é, tenho duas notícias – uma boa, outra ruim. A ruim é que perfeição não existe. Portanto, você pode gastar sua vida tentando ser perfeito que não conseguirá. A boa, por outro lado, é mais do que boa – é ótima! Existe algo muito melhor do que a perfeição, e você pode alcança-lo. É a excelência.
A perfeição é uma utopia. Se existisse, a humanidade não evoluiria: algo que fosse feito perfeitamente de uma vez, não mudaria, e apenas repetiríamos o mesmo processo vezes sem fim. Mesmo os grandes artistas, que fazem obras que consideramos perfeitas, dizem sempre a mesma coisa: que a obra está acabada, mas não perfeita. Porque eles sabem desse segredo vital para quem quer realizar grandes obras: a perfeição não existe porque estamos em constante processo de mudança e aperfeiçoamento. Acreditar nela apenas prejudica o seu trabalho.

Prejudica por que? Porque quem acredita que existe tem apenas três opções: ou tenta alcançá-la, e não vai conseguir e vai viver frustrado, estressado; ou desiste logo de saída porque sabe que é impossível alcançar a perfeição; ou se contenta em passar a vida fazendo tudo "mais ou menos", com a desculpa de que já que não é possível alcançá-la "qualquer coisa serve".

Se, entretanto, você entender que a perfeição não deve ser sua meta, poderá relaxar, e pensar em uma outra meta, muito melhor e possível de ser alcançada: a excelência - – a arte de fazer tudo da melhor forma possível com os recursos disponíveis em um dado momento.

Ser excelente é ser melhor a cada momento, em cada tarefa. E isso você pode conseguir, basta querer. Para isso, basta seguir três regrinhas simples:

1 – Regra 1 – "Esteja aqui, agora".

Essa frase, do monge budista Ram Dass, resume perfeitamente bem a primeira regra. Para fazer algo é preciso estar com a mente presente na tarefa. Observe o seu modo de trabalhar. Quantas vezes você está fazendo uma coisa e pensando em outra, ou fazendo algo de maneira totalmente automática? Você está presente nas tarefas que executa? Se observar bem e for honesto consigo mesmo, verá que, muitas vezes, não está. Ou está de uma forma burocrática, mal humorada, fazendo por fazer – o que nos leva para a segunda regra.

2 – Regra 2 – "Se você está aqui, faça aqui ser um lugar bom".

Você está onde está. Pode ser até que no futuro não esteja nesse cargo ou função. Mas agora é onde está. E o momento que está vivendo viverá uma vez só, não tem volta. Você só tem duas escolhas: tornar esse momento agradável ou desagradável. A escolha é sempre sua.

Se você acha que a função que realiza é tão terrível que não tem saída, leia a seguinte história:

O psicólogo americano Mihaly Csikszentmihalyi (que nome, heim?) é o maior especialista no mundo em "estado de fluxo", um termo usado para designar o estado de espírito das pessoas que conseguem ser felizes na maior parte do tempo de sua vida cotidiana. Estudou milhares de casos de "pessoas felizes" em todo mundo.

Você irá imaginar que todas essas pessoas são profissionais bem sucedidos que fazem exatamente o que gostam. Mas não é verdade. São, todas, pessoas que conseguem transformar o que fazem em algo interessante – isso não quer dizer que gostem muito da tarefa, ou que a tenham escolhido, ou que pretendam continuar nela o resto da vida.

Um exemplo: um dos estudados é um operário em uma linha de montagem. Sua função é terrivelmente repetitiva. Ele desenvolveu, então, uma competição consigo mesmo: como fazer a seu trabalho da maneira mais eficiente, com menos movimentos? Ao se propor essa questão, começou a observar suas tarefas, e a ver o que podia ser melhorado. Apresentou uma série de sugestões ao seu chefe, que foram aceitas. Depois disso, se propôs uma nova competição consigo mesmo: como fazer suas tarefas da maneira mais rápida possível?

Ele sabe que rapidez tem um limite e que ao fim desse desafio terá que mudar de trabalho ou de função, pois não conseguiu, até agora, criar nenhum novo desafio para si mesmo nessa função. E está estudando a noite para poder exercer uma nova função, que exija mais e seja mais bem remunerada.

Com essas iniciativas, ele conseguiu transformar um trabalho maçante em um desafio interessante, e está crescendo profissionalmente. Transformou o seu "aqui" em um momento bom de sua vida.

Regra 3 – "Aceite ser melhor do que você mesmo todos os dias".

Essa história ilustra, também, a terceira regra. Pois seu maior competidor não é o sujeito da mesa ao lado. É você mesmo. Só há uma pessoa que você pode ter certeza absoluta que pode superar: é você. Há um ditado indiano que diz: "não há nada de nobre em ser superior a outro ser humano. A verdadeira nobreza é ser superior ao que você foi anteriormente". Isso você pode fazer sempre, e em tudo. Basta querer. Basta ser excelentemente você.

GANHOS

Ao adotar essa visão do trabalho baseada na excelência, você terá vários ganhos. O primeiro, e mais óbvio, é que deixará de viver tenso, pois não terá que ser perfeito nem terá outra pessoa como parâmetro de seu desempenho. Você, a partir de então, só competirá com você mesmo.

O segundo ganho é que quando colocamos nosso foco na tarefa que executamos, ela se torna interessante. Experimente fazer isso. Qualquer tarefa, feita com dedicação total oferece desafios e pode ser aperfeiçoada.

O último é que quem faz coisas interessantes geralmente se sente feliz. E ser feliz é o objetivo maior de todo ser humano – consciente ou inconscientemente.

Portanto, o que você está esperando? Esqueça a perfeição, mire na excelência e ganhe, de quebra, um pouco de felicidade.
 
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