quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Hidrocefalia: o segredo pode estar num suplemento dietético


Uma equipa de cientistas britânicos das universidades de Manchester e de Lancaster deu a volta a um juízo pré-estabelecido com uma proposta para entender um problema sério e com frequência mortal – a hidrocefalia – comummente conhecida como “água no cérebro”. Um simples suplemento dietético tomado durante a gravidez pode prevenir o defeito do cérebro resultante da hidrocefalia, sugere a investigação revolucionária. Os pais de crianças que sofrem deste problema nos Estados Unidos pagaram uma parte dos custos da próxima fase da investigação.

O dinheiro irá financiar um laboratório na Universidade da Florida Central, dirigido pelos investigadores britânicos que esperam que o seu trabalho venha a levar a uma redução significante do risco de hidrocefalia e a tratar, ou talvez até curar, os casos que surjam. “A hidrocefalia fetal resulta num bloqueio do desenvolvimento do cérebro que toda a gente sempre pensou tratar-se de danos cerebrais devido à acumulação de fluidos,” disse Jaleel Miyan, o cientista de Universidade de Manchester que lidera a investigação.
Não existe actualmente um teste de diagnóstico pré-natal inequívoco ou um tratamento satisfatório além da transferência cirúrgica do fluido através de um tubo – processo conhecido como impulsão – do cérebro para o abdómen ou para o coração. Impulsões são permanentes e propensas a infecções e bloqueios e os pacientes podem necessitar de várias operações durante as suas vidas.

Este procedimento é baseado na visão clínica estabelecida de que este fluido não é mais do que um sistema de apoio mecânico dentro do crânio com poucas, se algumas, propriedades fisiológicas e de que a hidrocefalia é simplesmente a acumulação no cérebro de fluido cerebrospinal em excesso.

“Mas os nossos estudos mostraram que esta condição pode, de facto, alterar a composição do fluido e que é esta alteração química que impede a divisão normal das células que resulta na cessação do desenvolvimento do cérebro. Nós também temos estado entusiasmados com os resultados dos testes que têm mostrado vir a ser talvez possível ‘destrancar’ o potencial cérebro em fetos com hidrocefalia usando um simples suplemento dietético durante a gravidez”, diz aquele investigador.

Esse suplemento tem sido ocultado enquanto é testado o seu potencial para cortar com a taxa de hidrocefalia, da mesma forma que o ácido fólico cortou com a incidência de ‘spina bífida. No Reino Unido e nos E.U.A. a hidrocefalia afecta uma criança em cada 500 nascimentos; isto aumenta para um em cada cem nascimentos nos países em vias de desenvolvimento.

O laboratório da Florida está a ser financiado por um grupo muito entusiasta de pais que criaram uma fundação para subsidiar o trabalho de investigação. Como o Dr. Miyan, eles acreditam que o problema pode ser tratado melhor sem a necessidade de cirurgias e compreendem que a melhor esperança se encontra nos cientistas britânicos a colaborar com o seu neurocirurgião local, Jogi Pattisapu.

De facto, a equipa já foi chamada «Flagship Research Group» pela Presidente da Society for Research in Hydrocephalus and Spina Bifida, Carole Sobkowiak. A trabalhar com Miyan estarão: Jane Owen-Lynch, da Universidade de Lancaster; Carys Bannister, neurocirurgiã reformada e professora visitante da Faculty of Life Sciences em Manchaster; e Sarah Cains, uma estudante pós-graduada financiada pelo MRC que trabalha em Manchester neste projecto.

“A colaboração entre os grupos de Manchaster e de Lancaster produziu uma mudança significante nas opiniões entre os praticantes de medicina clínica sobre o papel do fluido no desenvolvimento do cérebro”, disse Miyan. “A crença antiquada sobre o papel do fluido cerebrospinal, juntamente com o facto da condição ter muitas causas possíveis, tem significado que o financiamento da investigação tem sido pobre, tanto aqui no R.U. como globalmente.

Mielomeningocele

Mielomeningocele
Uma das lesões congênitas mais comuns da medula espinhal é causada pelo fechamento incompleto do canal vertebral (coluna vertebral). Quando isso acontece, o tecido nervoso sai através desse orifício, formando uma protuberância mole, na qual a medula espinhal fica sem proteção.



Isto é denominado espinha bífida posterior e, embora possa ocorrer em qualquer nível da coluna vertebral, é mais comum na região lombossacra. A denominação Mielomeningocele significa a protusão da bolsa subcutânea contendo tecido nervoso central, ou seja, a medula espinhal lesada com raízes nervosas. Causas Delisa (1992) acredita que muitos fatores podem causar a espinha bífida, entre eles estão as causas genéticas, cromossômicas e ambientais. Os principais fatores de risco são o aparecimento de outros casos dessa deficiência na família e a idade avançada da mãe ou do pai. A falta de proteção da medula espinhal causada pela espinha bífida resulta em deficiências neurológicas, com distúrbios sensitivos (falta de sensibilidade e de movimentos) e ortopédicos (malformações ósseas), geralmente nos membros inferiores. A falta de controle das funções intestinal e urinária e a hidrocefalia estão presentes em 80 por cento dos casos de mielomeningocele (Ames e Shutz, apud Kottke y Lehmann, 1994). Uma das condutas iniciais para um recém nascido com mielomeningocele é o fechamento cirúrgico da lesão com pele. A avaliação da hidrocefalia é uma emergência na assistência ao bebê. Hidrocefalia Swinyard (trad. Petrillo, 1978), em publicação destinada para familiares de crianças com espinha bífida, descreveu, de modo simplificado, a definição e tratamento da hidrocefalia. Segundo o autor, o líquido cefalorraquidiano (LCR) origina-se no cérebro, circula através das cavidades cerebrais e por vias circulatórias deixa o cérebro e a medula espinhal, sendo absorvido pela circulação sanguínea. Quando a espinha bífida causa um bloqueio parcial ou total do fluxo liquórico, se houver aumento de produção, pode haver acréscimo de volume do LCR ou dificuldade na sua reabsorção. Nestes casos há elevação da pressão do líquor no cérebro, com aumento do perímetro cefálico (cabeça), denominado de Hidrocefalia. O tratamento da hidrocefalia é uma emergência neurocirúrgica e inclui a monitorização das cavidades cerebrais (ventrículos) através de ultra-som, tomografia ou ressonância magnética e a derivação ventricular. Esta consiste na instalação de um tubo fino na cavidade cerebral que redireciona o líquor ao coração ou à cavidade abdominal. Após a introdução desta derivação, torna-se necessária a monitorização temporária das estruturas. Cuidados com a bexiga e o intestinos A maior parte das crianças com mielomeningocele não possui controle esfincteriano (controle urinário e intestinal). Estas, com orientação adequada, podem beneficiar-se de um programa de cateterização (introdução de um cateter para esvaziamento da bexiga) não contínua, sob supervisão médica para prevenir complicações urológicas. As crianças com cerca de 5 anos podem ser ensinadas sobre a autocateterização caso a percepção motora esteja razoavelmente preservada (Delisa, 1992). Quanto ao funcionamento intestinal, este pode ser cuidado com os métodos de programas intestinais tradicionais: adequação da dieta, utilização de medicamentos e planejamento de um horário regular de evacuação. Aspectos motores e distúrbios da sensibilidade A criança com mielomeningocele pode apresentar graus variáveis de paralisia e ausência de sensibilidade abaixo do nível da lesão medular, com preservação da parte superior do abdome, tronco e braços. Torna-se importante a assistência precoce em reabilitação para prevenção das deformidades ortopédicas: pé torto, deslocamento do quadril, diminuição das amplitudes articulares, deformidades no tronco (cifoscoliose), entre outras. A sensibilidade também pode ficar prejudicada (sensação de pressão, fricção, dor, calor, frio), por isso é importante ter cuidado com a temperatura da água durante o banho, não utilizar calçados apertados e examinar sempre os membros inferiores, especialmente os pés, em busca de possíveis ferimentos. A ausência de sensibilidade pode ocasionar lesões na pele, denominadas úlceras de pressão (escaras) que podem ser prevenidas com constantes mudanças de posição corporal e manutenção da higiene da pele. Considerando que podem haver diferentes graus de comprometimento do sistema motor, sensitivo, renal e da hidrocefalia, o prognóstico de reabilitação é particular para cada criança. A atenção precoce (tratamentos clínicos e de reabilitação, atenção aos familiares) determinam um maior grau de autonomia e independência da criança e sua inclusão social. escrito por:Marta Aoki fonte:http://www.sigaseusonho.com.br/cont_deta.asp?cont_id=2984&menu_id=32&submenu_id=108&tipo=D

HIDROCEFALIA E MIELOMENINGOCELE

O que é hidrocefalia?

No interior do cérebro existem espaços chamados de ventrículos que são cavidades naturais que se comunicam entre si e são preenchidas pelo líquido cefalorraquidiano ou simplesmente liquor, como também é conhecido. O termo hidrocefalia refere-se a uma condição na qual a quantidade de liquor aumenta dentro da cabeça. Este aumento anormal do volume de líquido dilata os ventrículos e comprime o cérebro contra os ossos do crânio provocando uma série de sintomas que devem ser sempre rapidamente tratados para prevenir danos mais sérios. Muitas vezes pode ser detectada antes mesmo do nascimento, quando se emprega o exame de ultra-som no acompanhamento da gravidez.

Clique na figura para ampliá-la e
aperte os botões à direita para
ver as animações


--------------------------------------------------------------------------------

Por que ocorre a hidrocefalia?
A hidrocefalia ocorre quando há um desequilíbrio entre a produção e a reabsorção desse líquido. A condição mais comum é uma obstrução da passagem do liquor, seja por prematuridade, cistos, tumores, traumas, infecções ou uma malformação do sistema nervoso como a mielomeningocele. Em casos raros, a causa é o aumento da produção do líquido em vez de obstrução.

--------------------------------------------------------------------------------

Como é o tratamento da hidrocefalia?
A cirurgia de implante de válvula é o tratamento ideal para se retirar o excesso de líquido de dentro do sistema ventricular. A válvula, acoplada a um tubo flexível de silicone, drena o excesso de líquido para a cavidade abdominal, reduzindo a pressão interna dos ventrículos cerebrais.
Em casos especiais (cerca de 1/3 do total), pode ser realizada uma cirurgia chamada de terceiroventriculostomia. Nesta técnica, produz-se um orifício no assoalho do ventrículo que fica na parte inferior do cérebro. Assim, o excesso de líquido encontrará uma saída alternativa, fazendo baixar a pressão intracraniana.


Clique na figura para ampliá-la e
aperte os botões à direita para
ver as animações


--------------------------------------------------------------------------------

Quais as conseqüências da hidrocefalia?
Nas crianças pequenas (abaixo de 2 anos), os ossos do crânio não estão soldados ainda e a hidrocefalia se torna óbvia. A cabeça cresce e a fontanela (moleira) pode estar tensa ou mesmo abaulada. O couro cabeludo parece esticado e fino e com as veias muito visíveis. Palpando-se a cabeça, é possível perceber um aumento do espaço entre os ossos do crânio. A criança pode parecer incapaz de olhar para cima, com os olhos sempre desviados para baixo e podendo ainda apresentar vômitos, irritabilidade, sonolência e convulsões. Nas crianças maiores (acima de 2 anos), como os ossos já se soldaram, o excesso de liquor levará a um aumento da pressão dentro da cabeça o que pode ocasionar cefaléia, náuseas, vômitos, distúrbios visuais, incoordenação motora, alterações na personalidade e dificuldade de concentração. Outro sinal comum é uma piora gradual no desempenho escolar. Tais sintomas exigem avaliação médica imediata. Se houver alargamento dos ventrículos cerebrais, ele poderá ser facilmente observado por ultra-sonografia, tomografia ou ressonância magnética.

--------------------------------------------------------------------------------

O que é a mielomeningocele?
A mielomeningocele constitui uma malformação congênita do sistema nervoso que ocorre no primeiro mês de gestação, ou seja, antes mesmo que a maioria das mulheres percebam que estão grávidas. Ela é a expressão mais grave da chamada falha de fechamento do tubo neural do embrião. Neste defeito, as estruturas da porção posterior da coluna vertebral não se fecham adequadamente, o que leva à exposição em graus variados do conteúdo do sistema nervoso da região afetada. Na mielomeningocele, a falha do fechamento ósseo forma uma saliência cutânea com exposição da medula espinhal e meninges na região lombar ou torácica.
Clique na figura para ampliá-la e
aperte os botões à direita para
ver as animações



--------------------------------------------------------------------------------

Quais as causas da mielomeningocele?
Não existe uma causa exclusiva, no entanto, sabe-se hoje que a carência de ácido fólico materno está intimamente ligada à ocorrência do problema. Infelizmente, o defeito acontece muito precocemente na gravidez (antes do primeiro mês) e a ingestão posterior a este período não oferece nenhuma melhora à situação já instalada. Devido exatamente à ocorrência precoce da mielomeningocele, o ácido fólico deve ser ingerido já no planejamento da gravidez, principalmente por mulheres que já tiveram uma criança afetada na família, ou mesmo, para todas as mulheres em fase de procriação. Para este fim, discute-se hoje a obrigatoriedade da adição do ácido fólico em alimentos básicos como a farinha de trigo. Em países onde isto já é feito, a incidência do problema chegou a diminuir 75 por cento.
No Brasil, desde julho de 2004, todas as farinhas de milho e de trigo estão enriquecidas com ácido fólico e ferro por força de lei federal (Resolução 344, da ANVISA, órgão do Ministério da Saúde). Esta é uma vitória de várias entidades ligadas à saúde, com destaque para a AACD. Os moinhos, inclusive, devem imprimir no rótulo a informação da adição do ácido fólico. Devemos denunciar às autoridades locais de saúde se encontrarmos algum pacote de farinha sem a informação.

--------------------------------------------------------------------------------

Como se trata a mielomeningocele?
O passo inicial é uma cirurgia para preservação da função neurológica remanescente e prevenção de infecções como a meningite, já que o defeito representa uma porta aberta à invasão de microorganismos. Como outros problemas podem estar associados, estes devem ser investigados para um planejamento global da terapia. Muitas crianças conseguirão se locomover sem necessidade de auxílio. Outras precisarão de muletas e algumas necessitarão da cadeira de rodas para determinadas atividades. É importante frisar que, oferecendo-se um tratamento intensivo e pleno, com acompanhamento correto, estas crianças poderão usufruir de uma vida ativa e produtiva.

--------------------------------------------------------------------------------

O que mais pode ser feito?
Em primeiro lugar, é preciso se pensar na prevenção. Uma dieta saudável que contenha alimentos ricos em ácido fólico pode representar uma excelente estratégia, embora não seja suficiente para uma redução realmente significativa do risco. São alimentos ricos em ácido fólico: o brócolis, o espinafre, o agrião, a rúcula, a couve, o alface. Em geral, as verduras de cor verde-escura contêm boas quantidades de ácido fólico. Há, porém, outros alimentos que representam uma boa fonte como o feijão, a lentilha e a laranja. Como já dissemos, a adição do ácido fólico nas farinhas já representa um enorme passo neste sentido, mas a redução máxima do risco só será obtida se, além destes cuidados, também consumirmos complementos vitamínicos que contenham o ácido fólico por um período de pelo menos 3 meses antes do início da gestação. Isto significa que o planejamento da gravidez é um fator muito importante na prevenção de problemas. Outro cuidado é o acompanhamento pré-natal. Embora a ultra-sonografia detecte o problema já instalado, ela é muito útil para definir a programação inicial do tratamento da criança. O importante é termos consciência da situação e da necessidade de tornar estas crianças o mais independentes possível para o futuro. Por isso, uma vez detectado o problema, a estratégia deve ser empreender todos os esforços no sentido de minimizar o impacto da doença na vida futura da criança. Por esta razão, o tratamento da hidrocefalia e da mielomeningocele será sempre uma tarefa multidisciplinar, envolvendo inicialmente o pediatra e o neurocirurgião e, em seguida, e de acordo com a evolução da criança, outros profissionais, como psicólogo, fisioterapeuta, ortopedista, oftalmologista, ortodontista, urologista etc.





--------------------------------------------------------------------------------

Quais as perspectivas para o futuro?
Nós devemos olhar o futuro com esperança. A ciência médica é um campo em constante desenvolvimento. Contamos hoje com soluções com as quais sequer sonhávamos no passado. Enquanto seguimos em frente, devemos ter fé em nós próprios e em nossas crianças. Quando encontramos desafios, nós descobrimos não somente nossa força, mas também nossa grande capacidade para o amor. É de esforços como este que encontramos os mais profundos valores e significados da vida. Por isto, o respeito e o amor são os elementos terapêuticos fundamentais que se aliam à ciência para o sucesso do tratamento de nossas crianças

--------------------------------------------------------------------------------
 
© Template Scrap Gabriel|desenho Templates e Acessórios| papeis Bel Vidotti