CÂNCER

LIMÃO CONGELADO!

Finalmente uma notícia positiva em 2013!

Verdadeiramente interessante!

 Uma amiga minha da Universidade de Kirche tem um tumor no pulmão e na  anca. A irmã dela, que é enfermeira, enviou-lhe um e-mail sobre o  limão. Ela passou a beber limonada já desde há algum tempo, e os seus  tumores ficaram mais pequenos. O seu oncologista disse-lhe para continuar.
 Penso que esta espantosa descoberta é muito proveitosa para a nossa saúde.

Tudo o que nós precisamos, é... de um LIMÃO CONGELADO.

 Muitos profissionais da restauração, já utilizam o limão inteiro, nada  é deixado fora.
 Como podemos usar o limão inteiro sem nada desperdiçar?
 Simples... coloque um limão bem lavado no congelador do frigorífico.
 Quando este estiver congelado, utilize o ralador de cozinha e rale o  limão inteiro (sem necessidade de o descascar), e polvilhe os seus  alimentos com este preparado.

 Polvilhe as suas bebidas, gelados, sopas, cereais, massas, molhos,  arroz, sushi, peixe, whisky... a lista é interminável.


 Todos os alimentos terão inesperadamente um sabor maravilhoso, algo   que talvez não tenha conhecido antes.

Provavelmente, até agora, você achava que só o sumo do limão tinha Vitamina C.
O limão completo introduz um novo sabor na comida. As cascas do limão  que até agora eram deitadas fora, contêm cinco a dez vezes mais vitaminas do que o sumo.

Mas, a partir de agora, ao polvilhar o limão congelado (ralado) em cima dos seus alimentos, pode obter ainda mais saúde. As cascas do  limão são saudáveis na medida em que destroem os elementos tóxicos do
corpo.
 Congele um limão bem lavado e rale-o todos os dias por cima das suas  refeições e bebidas.

Esta é a chave mágica para tornar os seus alimentos mais saborosos e  você será mais saudável e viverá mais tempo.
Este é o segredo do limão que agora acaba de ser revelado. É melhor conhecê-lo tarde do que nunca.

Os benefícios surpreendentes do limão:
LIMÃO PODE COMBATER O CÂNCER

 O limão (citrus) é um fruto milagroso para matar as células cancerígenas.

 É 10 000 vezes mais forte do que a quimioterapia.

 Porque é que não sabíamos nada disto?

 Porque existem laboratórios interessados em fazer uma versão  sintética, que lhes dará enormes lucros.

 Você pode ajudar um amigo ao informá-lo que o sumo de limão é  vantajoso no tratamento do cancro.

 O seu sabor é agradável e não provoca os efeitos secundários da quimioterapia.

 Quantas pessoas morrem, enquanto este segredo é mantido para não pôr  em perigo os interesses milionários da indústria farmacêutica?

 Como sabemos, o limoeiro é conhecido pela sua variedade de limões e  limas. Você pode comer as frutas de diferentes maneiras: a polpa, o  sumo, preparação de bebidas, sorvetes, bolos, etc...

 Apesar de um leque variado de benefícios do consumo do limão, o mais  interessante é o efeito que produz sobre os quistos e tumores.

 O limão é uma solução comprovada para todas as variantes do cancro.

 Ele é considerado também um espectro anti-microbiano contra infecções  bacterianas e fungos. É eficaz contra parasitas internos e vermes,  regula a pressão sanguínea quando é muito alta, é um antidepressivo
 e combate o stress e os distúrbios nervosos.

 Uma informação de um dos maiores fabricantes de medicamentos do  mundo, diz que após mais de 20 testes desde 1970, os resultados  revelaram que destrói as células malignas de 12 tipos de cancro,
 incluindo o do cólon, da mama, da próstata, pulmão e pâncreas...

 Os constituintes deste fruto são 10.000 vezes melhores do que o  produto Adriamycin, um medicamento utilizado no mundo inteiro como quimioterapêutico para reduzir a velocidade do crescimento das células
 cancerígenas.
E o mais surpreendente é: este tipo de terapia com o extracto do limão, apenas destrói células cancerígenas malignas e não afecta as células saudáveis.

 Então, lave um limão, congele-o e rale a totalidade da fruta sobre os  seus alimentos, gelados e bebidas

 O seu corpo agradecerá.

 DIVULGUE ESTA INFORMAÇÃO PARA BENEFÍCIO DE TODOS!

Tratamento do câncer
O tratamento do câncer pode ser feito através de cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea. Em muitos casos, é necessário combinar mais de uma modalidade.

Radioterapia - perguntas e respostas (pdf)
Tratamento no qual se utilizam radiações para destruir um tumor ou impedir que suas células aumentem. Estas radiações não são vistas, e durante a aplicação o paciente não sente nada. A radioterapia pode ser usada em combinação com a quimioterapia ou outros recursos no tratamento dos tumores.

Quimioterapia - perguntas e respostas (pdf)
Tratamento que utiliza medicamentos para combater o câncer. Eles são aplicados, em sua maioria, na veia, podendo também ser dados por via oral, intramuscular, subcutânea, tópica e intratecal. Os medicamentos se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo, destruindo as células doentes que estão formando o tumor e impedindo, também, que elas se espalhem pelo corpo.

Transplante de medula óssea - perguntas e respostas
Tratamento para algumas doenças malignas que afetam as células do sangue. Ele consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula.

TRATAMENTO PELO SUS
A Rede Oncorio é um projeto de qualificação das ações de prevenção e de controle do câncer na região metropolitana do Rio de Janeiro, a partir da promoção de melhorias na infraestrutura e aparelhamento das unidades de saúde, capacitação do atendimento, desenvolvimento de pesquisas e otimização do fluxo de informações. O objetivo é estruturar uma rede de atendimento mais eficiente que atenda aos mais diversos aspectos relacionados ao câncer, da prevenção ao tratamento, além de consolidar um modelo de descentralização e melhor distribuição da assistência.

O projeto foi proposto pelo INCA em 2005 a fim de restabelecer a normalidade no atendimento dos hospitais sob intervenção do Ministério da Saúde, onde foram diagnosticados problemas de infraestrutura como redução do número de leitos, paralisação da emergência, interdição do centro cirúrgico e falta de medicamentos, além da falta de alguns equipamentos médico-hospitalares essenciais ou sem condições de uso e necessidade de obras.
A iniciativa integra todas as unidades de saúde que atendem pacientes com câncer nos municípios do Rio e Niterói, composta por seis hospitais federais (da Lagoa, de Ipanema, Andaraí, Bonsucesso, Jacarepaguá e Servidores) e três universitários (UFRJ, UFF e Gaffré e Guinle, da UniRio).

ResultadosPara reverter o quadro de falta de acesso aos serviços básicos de saúde, demora na realização de exames e aumento na demanda dos serviços de emergência, o INCA viabilizou a compra e distribuição de equipamentos para assistência em câncer para todas as unidades integrantes dessa Rede, tendo por contrapartida a realização de procedimentos.

Como resultado, de 2005 a 2008, houve uma queda significativa na concentração de demandas nas unidades do INCA, centros de referência no tratamento do câncer. No estado, o volume de radioterapias caiu de 35% para 24%; de quimioterapias, de 60% para 40%; e no total de internações, de 30% para 28%. No município, a variação é ainda maior: redução de 53% para 45% na radioterapia, de 79% para 65% na quimioterapia e de 55% para 46% nas internações.

Em 2006 e 2007, foram investidos recursos do QUALISUS - programa que visa a qualificação dos serviços nas emergências de todo país - na estruturação do diagnóstico (anatomia patológica) e cuidado aos cânceres prevalentes (mama, colo do útero e próstata) em todas as unidades integrantes da Rede Oncorio. Em 2008, foram adquiridos equipamentos de alta tecnologia (PET-CT, SPECT-CT, Angiógrafo Digital) a serem instalados no INCA, que é o coordenador da Rede e a instância técnica do Ministério da Saúde responsável pela pesquisa e pela disseminação de conhecimento e de prática oncológica para o SUS.

Panorama futuroDos recursos oriundos do Programa Mais Saúde, estão previstos investimentos para a construção do novo complexo do INCA e de dois novos centros de alta complexidade em câncer no Estado do Rio.



HOSPITAIS 


Hospital Geral de Jacarepaguá
CNES: 2295423
CNPJ: 00.394.544/0203-72
Diretor: Zenilde Fernandes Mendes
Endereço: Avenida Menezes Cortes, 3.245
Bairro: Frequesia
Cidade: Rio de Janeiro
CEP: 20715-190
Telefone: 2425-4204
Contato: Ana Maria S. Simões
e-mail: hospitalcardosofontes@hotmail.com

Hospital Geral do Andarai
CNES: 2269384
CNPJ: 03.875.072/0001-70
Endereço: Rua Leopoldo, 280
Bairro: Andaraí
Cidade: Rio de Janeiro
CEP: 20541170
Telefone: 2575-7206
e-mail:  dirhga@nerj.gov.br
hospital.andarai@oi.com.br

Hospital Universitário Antonio Pedro
CNES: 0012505
CNPJ: 28.523.215/0003-78
Diretor: Tarcisio Rivello
Endereço: Rua Marquês do Paraná, 303
Bairro: Centro
Cidade: Niterói
CEP: 24033900
Telefone: 2629-9000 (Geral) / 2629-9408/ 9409/9421 (Secretaria)
e-mail: tarcisio@huap.uff.br

Hospital Geral de Bonsucesso
CNES:2269880
CNPJ: 003945440202-91
Endereço:Av. Londres, 616
Bairro: Bonsucesso
Cidade: Rio de Janeiro
CEP: 21041030
Telefone: 2561-6818 / 3977-9502


Hospital do Câncer I (INCA)
CNPJ: 40.226.946/0002-76
Diretor: Paulo De Biasi
Endereço: Praça Cruz Vermelha 23
Bairro: Centro
Cidade: Rio de Janeiro
CEP: 20230130
Telefone: 21 2506-6324
Contato: Andrea
e-mail: debiasi@inca.gov.br

Hospital Universitário Clementino Fraga Filho
CNES: 2280167
CNPJ: 33.663.683/0053-47
Diretor: Alexandre Pinto Cardoso
Endereço: Av. Brigadeiro Trompowsky s/nº
Bairro: Ilha do Fundão
Cidade: Rio De Janeiro
CEP: 21941590
Telefone: 2562-2688 / 2562-2542
Contato: Carlos Peixoto -Diretor da Divisão da Saúde da Comunidade - HUCFF-UFRJ
e-mail: diretor@hucff.ufrj.br / peixoto@hucff.ufrj.br

Hospital Geral de Ipanema
CNES: 2269775
CNPJ: 00394544/021000
Diretor: Vitor Paulo De Assunção
Endereço: Rua Antônio Parreiras, 67
Bairro: Ipanema
Cidade: Rio de Janeiro
CEP: 22411020
Telefone: (21)3111-2303 / (21) 3111-2304 (Fax)
Contato: Vitor Paulo De Assunção
e-mail: hgi@nerj.rj.saude.gov.br e dirhgi@nerj.rj.saude.gov.br

Hospital Universitário Gaffrée e Guinle
CNES: 2295393
CNPJ: 34.023.0.77/0002-80
Diretor: Marco Antonio Esteves Areal
Endereço: Rua Mariz e Barros, 775
Bairro: Tijuca
Cidade: Rio de Janeiro
CEP: 20270004
Telefone: 2264-5310 / 2264-5317
e-mail: hugg@unirio.br

Hospital Geral da Lagoa
CNES: 2273659
CNPJ: 00394544/0204-53
Diretor: Roberli Helena Bicharra Pinto
Endereço: Rua Jardim Botânico, 501
Bairro: Jardim Botânico
Cidade: Rio de Janeiro
CEP: 22470050
Telefone: 3111-5103/3111-5104/3111-5105(Fax)
Contato: 9957-6986
e-mail: hglagoa.direcao@bol.com.br

Hospital dos Servidores do Estado
CNES: 2269988
CNPJ: 00394544021182
Diretor: Leslie de Albuquerque Aloan
Endereço: Rua Sacadura Cabral, 178
Bairro: Saúde
Cidade: Rio de Janeiro
Cep: 20226900
Telefone: 2516-1539 / 22913131 Ramal 3001/3002
Contato: Secretária Luiza
e-mail: laloan@hse.rj.saude.gov.br

Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira
CNES: 2296616
CNPJ: 33663683/0026-74
Endereço: Avenida Brigadeiro Tromposwsky s/nº
Bairro: Ilha do Fundão
Cidade: Rio de Janeiro
CEP: 21941-590
Telefone: (21) 2562-6148

Instituto Fernandes Figueira - Fiocruz
CNPJ: 33781055/0002-16
Endereço: Avenida Rui Barbosa, 716
Bairro: Flamengo
Cidade: Rio De Janeiro
CEP: 22250-020
Telefones: 2553-6730 - 2554-1890




 Câncer de boca


Revisões sistemáticas
• The Cochrane Collaboration – 2006Exames - Inspeção visual, azul de toluidina e biópsia por escova
Resultados - Não houve diferença entre as taxas de mortalidade por câncer de boca, padronizada por idade, do grupo rastreado e do grupo controle. Encontrou-se uma redução de 34% na mortalidade no grupo de indivíduos de alto risco, quando comparada ao grupo controle. O ensaio clínico selecionado para revisão apresentou vários problemas metodológicos
Conclusões - Dadas as limitações das evidências e os problemas metodológicos, é valido dizer que as evidências são insuficientes para recomendar a inspeção visual como método de rastreamento do câncer da boca na população em geral. Além disso, não há evidências robustas que sugiram que outros métodos de rastreamento sejam benéficos. São necessários estudos bem controlados par avaliar a eficácia, efetividade e os custos do rastreamento. São também necessários estudos que elucidem a história natural, métodos de prevenção e efetividade do rastreamento oportunístico para o câncer da boca em grupos de alto risco.

Forças tarefas
• U. S Preventive Services Task Force (2004)
Exames – Inspeção visual
Resultados - A USPSTF não encontrou evidências de qualidade que indiquem que o rastreamento para o câncer da boca traga benefícios à saúde tanto de indivíduos de alto risco (isto é, fumantes com idade superior a 50 anos) com para a população em geral. Também não encontrou evidências sobre os danos que o rastreamento pode causar. Desta forma, a USPSTF não pode determinar o custo-benefício dessa estratégia.
Conclusões - A USPSTF conclui que o nível de evidência é insuficiente para tecer recomendações a favor ou contra a incorporação [da tecnologia]. Não há evidências que [a tecnologia] seja eficaz, ou estas são pobres e conflitantes e a relação custo-benefício não pode ser determinada. (Grau de recomendação I)
• Canadian Task Force on Preventive Health Care(1999)
Rastreamento:
Intervenção - Rastreamento por exame clínico da boca
Efetividade - A utilidade do rastreamento é limitada pela baixa incidência e prevalência da doença, pelo potencial de falso-positivo e a pobre adesão ao rastreamento e encaminhamento. Nenhum estudo mostrou que programas de rastreamento reduzem a morbidade ou a mortalidade por câncer da boca
Nível de evidência - Estudos de caso-controle (II-2)
Recomendação - (Rastreamento populacional) Moderada evidência para não recomendar o rastreamento da população em geral para câncer da boca pelo exame clínico (D).
(Rastreamento oportunístico) Evidências insuficientes para recomendar a inclusão ou exclusão do rastreamento para câncer da boca pelo exame clínico em pacientes assintomáticos (I).
Deve-se considerar a sua realização anual, por profissional médico ou dentista, para indivíduos com alto risco para câncer da boca. Os principais fatores de risco incluem o uso do tabaco e consumo excessivo de álcool.

Prevenção:
Intervenção - Aconselhamento para cessação do ato de fumar
Efetividade -  O uso de intervenção múltipla e estratégias de reforço aumentaram as taxas de cessação do ato de fumar. Foi demonstrado que a cessação do ato de fumar reduz o risco de desenvolvimento do câncer da boca. Programas de intervenção têm reduzido a incidência de lesões pré-cancerosas.
Nível de evidência - Ensaios clínicos randomizados (I) Estudos de coorte e de caso-controle (II-2).
Recomendação - Forte evidência para inclusão no exame periódico de saúde (A). O aconselhamento deve ser realizado por profissional de saúde treinado.

• Referências bibliográficas
Kujan O, Glenny AM, Oliver R, Thakker N, Sloan P. Screening programmes for the early detection and prevention of oral cancer. Cochrane Database of Systematic Reviews 2006, Issue 3. Art. No.: CD004150. DOI: 10.1002/14651858.CD004150.pub2
Screening for Oral Cancer, Topic Page. February 2004. U.S. Preventive Services Task Force. Agency for Healthcare Research and Quality, Rockville, MD. http://www.ahrq.gov/clinic/uspstf/uspsoral.htm
Prevention of oral cancer mortality: recommendation statement from the Canadian Task Force on Preventive Health Care, 1999. http://www.ctfphc.org



Effect of screening on oral cancer mortality in Kerala, India
a cluster-randomised controlled trial


Screening for Oral Cancer
USPSTF Recommendations
Câncer de próstata

Revisões sistemáticas• The Cochrane Collaboration 2006
Exames - Toque retal e dosagem do PSA
Resultados - Dois ensaios clínicos randomizados com um total de 55.512 participantes incluídos. Não houve diferenças estatisticamente significativas na mortalidade por câncer da próstata entre o grupo rastreado e o controle (RR 1,01, 95%CI:0.80-1,29)
Conclusões - As evidências são insuficientes para recomendar a adoção do rastreamento populacional ou oportunístico para a redução da mortalidade por câncer da próstata.



• Basque Office for Health Technology Assessment (INAHTA Joint Project) 1999
Exames  - Toque retal e dosagem do PSA
Resultados - Não há evidências que o rastreamento populacional para o câncer da próstata reduza a mortalidade por este tipo de neoplasia. A melhoria na sobrevida de homens com doença diagnosticada em estágios iniciais pode ser explicada por viés de duração (length bias) e outros artifícios estatísticos ao invés de avanços e desfechos clínicos reais
Conclusões - O rastreamento populacional para o câncer da próstata não é recomendado pela ausência de evidências com relação ao seu benefício e os riscos potenciais advindos dos efeitos colaterais do tratamento



Forças tarefas

• U. S. Preventive Services Task Force (2008)
Exames - Toque retal e dosagem do PSA
Resultados - Há bom nível de evidência para afirmar que o rastreamento pela dosagem do PSA pode detectar o câncer da próstata em estágios iniciais, mas as evidências são conflitantes e inconclusivas sobre o impacto desse achado sobre os desfechos na saúde. Não há evidências que possam determinar se o tratamento do câncer da próstata detectado pelo rastreamento em homens como idade inferior a 75 anos resulte em melhores desfechos na saúde quando comparado ao tratamento do câncer detectado clinicamente. Em homens com idade superior a 75 anos, as evidências apontam que os benefícios do tratamento do câncer da próstata detectado pelo rastreamento são muito pequenos ou inexistentes
Conclusões -  A USPSTF recomenda a não adoção do rastreamento do câncer da próstata em homens assintomáticos com idade superior a 75 anos. A USPSTF encontrou pelo menos um nível adequado de evidência que [a tecnologia] é ineficaz ou que os danos superam os benefícios. (Grau de recomendação D).

• Canadian Task Force on Preventive Health Care (1994)
Intervenção – PSA
Nível de evidência e Recomendação - A dosagem do PSA deve ser excluída de programas de rastreamento (Grau de recomendação D).
Intervenção – Toque retal
Nível de evidência e Recomendação - O toque retal tem sido utilizado rotineiramente por muitos médicos e as evidências disponíveis não são consideradas como suficientemente fortes para aconselhar aos médicos que utilizam esta intervenção como parte do rastreamento de homens com idade entre 50 a 70 anos a descontinuar esta prática (Grau de recomendação C)

Referências bibliográficas

Ilic D, O'Connor D, Green S,Wilt T. Screening for prostate cancer. Cochrane Database of Systematic Reviews 2006, Issue 3. Art. No.: CD004720. DOI: 10.1002/14651858.CD004720.pub2

Schersten T, Baile MA, Asua J, Jonsson E. Prostate cancer screening. Evidence synthesis and update. Statement of Finding. (INAHTA Joint Project). Vitoria-Gasteiz: Dpt. of Health Basque Goverment. Basque Office for Health Technology Assessment, Osteba. 1999.

Screening for Prostate Cancer, Topic Page. August 2008. U.S. Preventive Services Task Force. Agency for Healthcare Research and Quality, Rockville, MD. http://www.ahrq.gov/clinic/uspstf/uspsprca.htm

Screening for Prostate Cancer: recommendation statement from the Canadian Task Force on Preventive Health Care, 1994. http://www.ctfphc.org


Benefits and Harms of Prostate-Specific Antigen Screening for Prostate Cancer
An Evidence Update for the U.S. Preventive Services Task Force


INAHTA Joint Project
Prostate Cancer Screening - Evidence Synthesis and Update Statements of Findings


The Cochrane Collaboration
Screening for prostate cancer


Canadian Task Force
Screening for Prostate Cancer


Câncer de mama
Revisões sistemáticas

• U. S. Preventive Services Task Force (2009)Exame - Mamografia bienal
Idade - 40 a 49 anos
Recomendação - Moderada evidência de que o benefício final é pequeno
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Exame - Mamografia bienal
Idade – 50 a 74 anos
Recomendação - Moderada evidência de que o benefício final é moderado
------------------------------
Exame - Mamografia
Idade – Acima de 75 anos
Recomendação - Evidências insuficientes para qualquer recomendação
 ------------------------

Exame - Exame clínico das mamas
Idade - 40 ou mais anos
Recomendação - Evidências insuficientes para qualquer recomendação
------------------------------
Exame
- Autoexame das mamas

Idade - XXX
Recomendação - Não recomenda a capacitação das mulheres para o autoexame
------------------------- 
Exame - Mamografia digital
Idade - XXX
Recomendação - Evidências insuficientes para qualquer recomendação em relação ao rastreamento do câncer de mama
 -----------------------
Exame - Ressonância Nuclear Magnética
Idade - XXX
Recomendação - Evidências insuficientes para qualquer recomendação em relação ao rastreamento do câncer de mama

Referências bibliográficas
Screening for Breast Cancer, Topic Page. November 2009. U.S. Preventive Services Task Force. Agency for Healthcare Research and Quality, Rockville, MD. http://www.ahrq.gov/clinic/uspstf/uspsbrca.htm


• Cochrane Reviews (2006)Exame - Mamografia (2006)
Resultados - 20% de redução na mortalidade; excesso de diagnóstico e tratamento de 30%.
Conclusões - Não é possível determinar se o rastreamento mamográfico traz mais benefícios do que danos. As mulheres convidadas para rastreamento deveriam ser plenamente informadas destas questões.

• Cochrane Reviews (2003)
Exame - Autoexame e exame clínico das mamas (2003)
Resultados - Não foi observada diferença estatisticamente significativa na mortalidade por câncer de mama com o autoexame e o número de biópsias com resultados benignos foi quase duas vezes maior nesse grupo. Não foram encontrados ensaios clínicos randomizados sobre o exame clínico das mamas.
Conclusões - As evidências não apontam efeitos benéficos do rastreamento pelo autoexame das mamas, mas sugerem malefícios advindos de sua utilização (maior número de lesões benignas identificas e biópsias realizadas). No momento, não há evidências suficientes para indicar o autoexame ou o exame clínio das mamas como estratégia de rastreamento.
Referências bibliográficas
Gøtzsche PC, NielsenM.Screening for breast cancer with mammography. Cochrane Database of Systematic Reviews 2006, Issue 4. Art.
No.: CD001877. DOI: 10.1002/14651858.CD001877.pub2
Kösters JP, Gøtzsche PC.Regular self-examination or clinical examination for early detection of breast cancer (Cochrane Review). In:The Cochrane Library, Issue 2, 2008. Oxford: Update Software


• Agence d’évaluation des technologies et des modes d’intervention en santé (AETMIS) - Quebec (2006)
Exame - Mamografia 50-69 anos
Resultados - Redução de mortalidade entre 24 a 29%
Conclusões - As evidências dão suporte ao rastreamento mamográfico
Exame - Mamografia 40-49 anos
Resultados - Redução mínima na mortalidade, sem significação estatística
Conclusões - As evidências até o momento não justificam a realização do rastreamento mamográfico para mulheres abaixo de 50 anos.
Referências bibliográficas
Agence d’évaluation des technologies et des modes d’intervention en santé (AETMIS).Screening Mammography: A Reassessment. Report prepared by Wilber Deck with the contribution of Ritsuko Kakuma (AETMIS 05-03). Montréal: AETMIS, 2006, xii-77 p.

• Canadian Task Force on Preventive Health Care (1994)
Intervenção - Ensino rotineiro do auto-exame das mamas em mulheres de 40-49 e 50-69 anos
Nível de evidência - Ensaios clínicos randomizados (I); ensaios clínicos não randomizados (II-1); estudos de coorte ou caso-controle (II-2)
Recomendação - Uma vez que existe moderada evidência de não haver benefícios e forte evidência de dano, recomenda-se a exclusão do ensino do auto-exame das mamas do exame rotineiro de saúde (Grau de recomendação D)
Intervenção - Mamografia a cada 12-18 meses em mulheres de 40-49 anos
Nível de evidência - Ensaios clínicos randomizados (I)
Recomendação - As evidências atuais não permitem recomendar a inclusão ou exclusão do rastreamento mamográfico no exame físico periódico de mulheres com idade entre 40-49 anos (Grau de recomendação C).
Intervenção - Exame clínico e mamografia em mulheres de 50-69 anos
Nível de evidência - Ensaios clínicos randomizados (I)
Recomendação - Forte evidência para recomendar o rastreamento por exame clínico e mamografia em mulheres de 50-69 anos (Grau de recomendação A). Os melhores estudos apontam para um intervalo de 1-2 anos
Referências bibliográficas
Screening for Breast Cancer: recommendation statement from the Canadian Task Force on Preventive Health Care, 1994. http://www.ctfphc.org/


Livro resumo das recomendações da Força Tarefa americana com informações sobre o nível de evidência para as estratégias de prevenção e detecção precoce de diversas doenças, inclusive o câncer.

Livros da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) sobre rastreamento.

Manuais da Organização Mundial de Saúde para a implantação de ações de controle de câncer. É composto por seis módulos. O módulo de detecção precoce é o terceiro.




Novo remédio contra câncer obtém bons resultados em 1ª fase de testes

Medicamento bloqueia processo natural de defesa do tumor.
Estudo clínico foi publicado pela revista 'New England Journal of Medicine'.

Do G1, em São Paulo
5 comentários
Remédios que estimulam a capacidade do sistema de defesa do corpo humano de reconhecer e atacar o câncer passaram com sucesso pela primeira fase de testes e receberam autorização para novas experiências. O tratamento é promissor contra cânceres avançados de pulmão, pele e rins.
Os resultados dos primeiros testes clínicos foram publicados pela revista médica “New England Journal of Medicine” e apresentados durante o encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica.
O princípio desses medicamentos é bloquear um processo natural da evolução do câncer. Nele, uma proteína chamada PD-L1, que fica na superfície das células cancerosas, se liga a outra proteína, a PD-1, que fica nas células do sistema de defesa do organismo. A ligação funciona como um “escudo” bioquímico que impede a destruição do tumor.
Um dos remédios desenvolvidos bloqueia a PD-1 e o outro impede a ação da PD-L1. Os dois foram testados em estudos separados, desenvolvidos em hospitais dos Estados Unidos.
Os resultados variaram de acordo com o medicamento usado e a doença tratada. A menor resposta positiva foi de 10% – pacientes com câncer de pulmão que usaram o remédio contra a PD-L1 – e a maior foi de 28% – pacientes com melanoma, um tipo de câncer de pele, que usaram o remédio contra a PD-1.
Pode parecer pouco, mas os números são bons, tendo em vista que são casos avançados em que não há muitas opções de tratamento.
 

Remédio para câncer de pulmão pode substituir quimioterapia na veia

Troca pode ser feita apenas em pacientes com mutação de uma proteína.
Alteração genética é mais comum em não fumantes que têm a doença.

Camila Neumam Do G1, em São Paulo
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Oncologistas descobriram uma nova função de uma medicação já usada para tratar pacientes com câncer de pulmão. O "cloridrato de erlotinibe", conhecido comercialmente como Tarceva, mostrou ser tão eficaz quanto à quimioterapia administrada na veia em pacientes que apresentam a doença, mas que sofrem de uma mutação diferenciada do tumor.

Pesquisas recentes europeias descobriram que o remédio de via oral, antes usado como complemento à quimioterapia convencional, conseguiu ser suficiente no ganho de sobrevida, podendo ser usado unicamente nestes pacientes por um tempo mais prolongado.
Em dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se que surjam 17.210 novos casos de câncer de pulmão em homens e 10.110 em mulheres no Brasil somente em 2012. Valores que correspondem a um risco estimado de 18 novos casos a cada 100 mil homens e 10 a cada 100 mil mulheres.
O maior fator de risco da doença é um longo período de exposição ao tabagismo. Mas conviver em ambientes muito poluídos também pode ser arriscado.
Como o remédio responde?
Esses pacientes tem uma mutação na proteína EGFR (sigla para "receptor do fator de crescimento epidérmico", em português), localizada nas células do pulmão. Todo mundo possui essa proteína, mas a sua mutação é mais comum em pessoas não fumantes que desenvolveram o câncer de pulmão de pequenas células (o tipo menos comum desse câncer). O câncer de pulmão não-pequenas células é o de maior abrangência (atinge até 80% dos casos), causado em grande parte pelo consumo de derivados de tabaco, como o cigarro.
Segundo o oncologista Artur Katz, chefe do serviço de oncologia do hospital Sírio-Libanês, o medicamento pode ser a única opção de tratamento para esses pacientes por meses e anos, dependendo de cada caso e pode ser determinante para frear o crescimento do tumor.
- [O uso] mais que dobra o período que demora para que o tumor se torne resistente ao tratamento e volte a crescer. E, em alguns pacientes, o efeito pode durar anos em vez de meses. Se, nesse período, tiver controlado [o crescimento do tumor], não precisa de quimioterapia.
O medicamento tem efeitos colaterais mais brandos do que a quimioterapia convencional, que deve ser administrada no hospital e causa náuseas, vômitos, além da queda de cabelo, explica o oncologista Stephen Doral Stefani, do Instituto do Câncer do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre (RS).
“Os efeitos colaterais são mais confortáveis e ele pode ser usado em casa. Os mais comuns são a queda de glóbulos vermelhos, que causam anemia, e a queda da taxa de glóbulos brancos, que pode aumentar o risco de infecções.”
Entretanto, a comodidade de um quimioterápico tomado em comprimidos tem seu preço: um mês de tratamento custa em torno de R$ 6.000 a R$ 8.000. Por ser um medicamento de alto custo, o paciente pode tentar incorporar o tratamento no plano de saúde ou recorrer à Justiça para consegui-lo pelo Sistema Único de Saúde (SUS), explica Stefani.


Estudo americano revela que metade dos tumores é evitável

Tabagismo, má alimentação e sedentarismo refletem tipos da doença.
Diferença social faz pobres ficarem mais expostos aos fatores de risco.

Da AFP
A metade de todos os cânceres poderia ser evitada se as pessoas adotassem estilos de vida mais saudáveis, afirmaram cientistas americanos em um estudo publicado nesta quarta-feira (28).
O tabagismo é responsável por um terço de todos os casos de câncer nos Estados Unidos e até três quartos dos casos de câncer de pulmão no país poderiam ser evitados se as pessoas não fumassem, destacaram em artigo publicado na revista "Science Translational Medicine".

Estudos científicos já demonstraram que muitos outros tipos de câncer também podem ser evitados, seja com vacinas, como por exemplo as disponíveis contra o HPV (papilomavírus humano) e a hepatite, que podem provocar câncer de colo do útero e de fígado, ou com proteção contra a exposição ao sol, que pode causar câncer de pele.
O conjunto da sociedade deve reconhecer a necessidade destas mudanças e levá-las a sério na tentativa de desenvolver hábitos mais saudáveis, alertaram os pesquisadores.
"É hora de investirmos em aplicar o que sabemos", disse a principal autora do artigo, Graham Colditz, epidemiologista do Centro Oncológico Siteman da Universidade de Washington em St. Louis, no Missouri.
Praticar exercícios, comer bem e não fumar são hábitos chave para evitar quase a metade das 577.000 mortes por câncer nos Estados Unidos previstas para este ano, um número superado apenas pelas doenças cardíacas, acrescentou o estudo.
Mas os especialistas destacaram uma série de obstáculos para as mudanças de hábito em uma sociedade na qual, segundo estimativas, foram diagnosticados mais de 1,6 milhão de casos de câncer este ano.
Entre os obstáculos, destacaram o ceticismo de que o câncer pode ser evitado e o hábito de intervir tarde demais para deter ou prevenir um tumor maligno já instalado.
Além disso, grande parte das pesquisas sobre o câncer se concentra no tratamento no lugar da prevenção, e tende a ter uma visão de curto prazo no lugar de um enfoque de longo prazo.
"Os seres humanos são impacientes e esta característica humana, em si, é um obstáculo para a prevenção do câncer", ressaltou o estudo.
As grandes diferenças de renda entre as classes sociais altas e as baixas, que fazem com que os pobres tendam a ficar mais expostos a fatores de risco do que os ricos, complicam ainda mais o panorama.
"A contaminação e a delinquência, o transporte público deficiente, a falta de parques para brincar e fazer exercícios e a ausência de supermercados com alimentos frescos dificultam a adoção e a prática constante de um estilo de vida que reduza ao mínimo o risco de câncer e outras doenças", destacou o estudo.
"Assim como nos outros países, a estratificação social nos Estados Unidos exacerba as diferenças de estilo de vida, como o acesso a cuidados de saúde, a prevenção especial e os serviços de detecção precoce", informaram os especialistas.
"As mamografias, os exames de cólon, o apoio para a dieta e a nutrição, os recursos para parar de fumar e os mecanismos de proteção solar simplesmente estão menos disponíveis para os pobres", acrescentaram.
Isto significa que qualquer tentativa de superar as profundas desigualdades sociais deve ser apoiada por mudanças de política, disse outra autora do estudo, Sarah Gehlert, da Escola de Trabalho Social e da Escola de Medicina da Universidade de Washington.
"Depois de trabalhar em saúde pública durante 25 anos, aprendi que se quisermos mudar a saúde, temos que mudar as políticas", disse.
"Uma política estrita sobre o tabaco é um bom exemplo. Mas não podemos fazer a mudança de política por nossa conta... O que se requer é uma massa crítica de pessoas para falar com mais firmeza sobre a necessidade de uma mudança", acrescentou.

SUS fornecerá medicamento contra câncer de mama

Decisão leva em conta a droga Trastuzumabe, que é recomendada para até 25% das mulheres com a doença e cujo frasco custa, em média, R$ 7.000

Mulher faz auto-exame de mama
SUS vai oferecer medicamento para câncer de mama (Getty Images/Thinkstock)
O Ministério da Saúde vai incorporar o medicamento Trastuzumabe (Herceptin), uma das principais armas no combate ao câncer de mama, na lista de remédios distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A inclusão será publicada nesta semana no Diário Oficial da União. A droga é considerada uma das mais avançadas na terapia contra a doença porque é um anticorpo monoclonal que promove uma 'terapia-alvo', ou seja, que tem a capacidade de atingir exclusivamente as células doentes, preservando as sadias. O medicamento é fabricado pela Roche.
O câncer de mama é o segundo mais comum no mundo e o mais frequente entre as mulheres. Estima-se que entre 20% e 25% das pacientes diagnosticadas com câncer de mama têm indicação para receber essa medicação — que tem como alvo a mutação genética que leva ao HER-2 positivo, um dos tipos mais agressivos de tumor.
"Esse é um grande avanço para as mulheres que dependem do SUS. É uma medicação essencial para as pacientes que são positivo para o HER-2 porque ela consegue controlar o avanço da doença e evitar metástases", diz o mastologista Waldemir Rezende
Tratamento caro — O Trastuzumabe é administrado na veia e é de uso hospitalar. Por ser uma droga de alto custo — cada frasco custa, em média, R$ 7.000 —, estava restrita a mulheres que conseguiam o direito de recebê-la do governo por meio de ações judiciais. O medicamento será oferecido no SUS por decisão da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia (Conitec), criada dentro do ministério por força de lei. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a comissão analisou o custo-efetividade da droga por mais de um ano, colocou o assunto em consultas públicas e não levou em consideração a pressão das demandas judiciais.
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EUA aprovam novo medicamento contra câncer de mama

Novo medicamento reduz efeitos colaterais no tratamento do câncer de mama

O Trastuzumabe é o sétimo medicamento mais demandado judicialmente ao Ministério da Saúde, que em 2011 gastou R$ 266 milhões na compra de remédios determinados por decisões judiciais — sendo R$ 4,9 milhões para atender a 61 ordens de compra do Trastuzumabe. Neste ano, o governo federal já recebeu 98 determinações judiciais para compra do medicamento e gastou R$ 12,6 milhões. Só uma compra para atender uma ação civil pública movida pelo Estado de Santa Catarina, por exemplo, consumiu R$ 9,8 milhões dos cofres públicos.
Segundo o ministro, a incorporação da droga no SUS exige que o preço praticado pela indústria seja compatível com o que ela aplica no mercado internacional. O governo estima gastar até R$ 150 milhões por ano para fornecer a medicação. Por se tratar de uma compra em massa, há uma negociação com o laboratório fabricante e o preço pode ser reduzido em até 50%. A partir da publicação no Diário Oficial, a oferta na rede ocorrerá em, no máximo, 180 dias.


EUA aprovam novo medicamento contra câncer de mama

Em testes clínicos, o Perjeta, da Roche, estendeu o tempo em que as pacientes passaram sem apresentar progressão da doença

Câncer de mama: novo medicamento combate proteína ligada ao crescimento das células cancerígenas (Getty Images/Thinkstock)
As autoridades de saúde dos Estados Unidos aprovaram nesta sexta-feira um novo remédio oncológico. A fabricante, a empresa farmacêutica Roche, aposta que a droga será o tratamento de referência para um tipo de câncer de mama bastante agressivo.
A Food and Drug Administration (FDA), órgão do governo americano que regula alimentos e remédios, aprovou na sexta-feira o injetável Perjeta (também conhecido como pertuzumab), para mulheres com uma categoria de tumor conhecido como HER2 positivo, que responde por cerca de 25% dos casos da doença e não tem cura. O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil. Estimativas do Inca (Instituto Nacional de Câncer) indicam que serão registrados 52.680 novos casos da doença em 2012 no país.
O Perjeta é um anticorpo monoclonal, medicamento produzido a partir de clones de uma única célula. Ele funciona combinado com o Herceptin (também conhecido como trastuzumab), que também combate o HER2 positivo, e o docetaxel, um tipo de quimioterapia. Em testes clínicos com 880 pacientes, demorou 18,5 meses em média antes que a doença progredisse em pacientes que receberam os dois medicamentos, contra 12,4 meses nas pacientes que receberam apenas Herceptin.
A HER2 é proteína envolvida no crescimento normal das células, mas que, em alguns tipos de câncer, aparece em grande quantidade e favorece o crescimento das células cancerígenas. O Perjeta, administrado de forma intravenosa, inibe a ação da proteína, evitando a proliferação do tumor.
"Desde que o trastuzumab foi aprovado há mais de uma década, pesquisas contínuas nos ajudaram a entender melhor o papel da HER2 no câncer de mama", disse Richard Pazdur, diretor do Escritório de Produtos de Hematologia e Oncologia do Centro de Pesquisa e Análise de Medicamentos do FDA. "Graças a elas agora se sabe que a combinação do trastuzumab com o Perjeta e o docetaxel reduzem a velocidade da progressão do câncer de mama."
Apesar dos bons resultados, o Perjeta em combinação com o docetaxel e o trastuzumab causa sérios efeitos colaterais como diarreia, queda de cabelo, náuseas, fadiga, problemas no sistema imunológico e danos nos nervos.
Esta semana, a Roche apresentou um outro medicamento, o T-DM1, que também age contra a HER2, em fase final de testes.



Novo medicamento reduz efeitos colaterais no tratamento do câncer de mama

A molécula T-DM1, desenvolvida pela Roche, age diretamente nas células cancerígenas reduzindo, assim, casos de ânsia, perda de cabelo e diarreia

Aretha Yarak
Câncer de mama: características étnicas aumentam riscos da mulher latina para a doença
Câncer de mama: a molécula T-DM1 age sobre o câncer de mama metastático do tipo HER2-positivo, levando apenas as células cancerígenas à morte (Thinkstock)
Um novo medicamento pretende melhorar o tratamento do câncer de mama metastático do tipo HER2-positivo – um dos tipos mais agressivos, que acomete até 20% das pacientes. Ainda em fase experimental, a droga T-DM1 promete prolongar a sobrevida e retardar a evolução da doença nessas pacientes, sem causar os efeitos colaterais típicos da quimioterapia. O estudo clínico com o medicamento foi apresentado neste domingo durante o Congresso Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO, sigla em inglês), que acontece em Chicago, nos Estados Unidos.
O T-DM1 está em fase final de testes. Ele é formado pela combinação do anticorpo monoclonal (produzido a partir de clones de uma única célula) trastuzumabe e pelo quimioterápico emtansine (DM1). As duas substâncias já existiam no mercado, sendo que o trastuzumabe é usado rotineiramente no tratamento do câncer. "A novidade aqui é a união dessas duas drogas em uma só", diz Gilberto Amorim, diretor do Grupo Brasileiro de Estudos de Câncer de Mama e presente no ASCO.
Juntas, elas conseguem ter uma ação mais específica, atuando virtualmente apenas nas células cancerígenas. A ação da droga é combinada. Ao trastuzumabe cabe o papel de se ligar às células cancerígenas com o reagente HER2-positivo. Uma vez que esse primeiro passo é dado, o quimioterápico emtansine é então injetado para dentro da célula, matando-a. "É como um Cavalo de Troia. Por isso os efeitos colaterais são bem inferiores aos da quimioterapia tradicional", diz Amorim. Em outras palavras, como o agente quimioterápico não ataca também as células saudáveis do organismo, problemas como ânsia, queda de cabelo e diarreia são minimizados.


Opinião do especialista

Marcello Fanellioncologista, diretor do Departamento de Oncologia Clínica do Hospital AC. Camargo

"O T-DM1 ainda é um tipo de quimioterapia, mas é um remédio muito promissor. Os resultados dos estudos iniciais são entusiasmantes, eles têm um impacto fenomenal. É importante, no entanto, frisar que essa molécula não vai trazer a cura para o câncer de mama metastático. Entre os benefícios da droga está o aumento da sobrevida e a redução expressiva dos efeitos colaterais, fatores muito importantes para um paciente em tratamento."
Pesquisas – O estudo foi realizado com 991 pacientes (cerca de 50 brasileiros), sendo que todas já haviam sido tratadas apenas com trastuzumabe. Metade do grupo recebeu, então, T-DM1, e a outra metade o tratamento padrão com os quimioterápicos lapatinibe e capecitabina. Aquelas que tomaram o T-DM1 não apresentaram progressão da doença por um tempo 35% maior — ficaram, em média, 9,6 meses sem o avanço da doença, contra 6,4 meses no grupo controle.
Das pacientes que tomaram o T-DM1, 43,6% tiveram os tumores reduzidos, enquanto apenas 30,8% do grupo controle apresentaram redução. A sobrevida com a nova droga também foi maior. No grupo que recebeu o medicamento, houve um aumento de 7,1 meses na qualidade de vida — sem nenhum sintoma. No grupo que recebeu os quimioterápicos tradicionais, o aumento foi de 4,6 meses.
Medicina personalizada — De acordo com a Roche, farmacêutica responsável pelo T-DM1, a droga deve ser submetida para aprovação da Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, sigla em inglês) e para a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, sigla em inglês) ainda este ano. "No Brasil, as expectativas são de que ela entre no mercado entre 2014 e 2015", diz Adriano Treve, presidente da Rocha Farmacêutica do Brasil.
A farmacêutica vem trabalhando ainda com três outras drogas biológicas para o tratamento do câncer. Já está em análise pela Anvisa o Avastin (já usado no tratamento de câncer colorretal, pulmão e de alguns tipos de tumor no cérebro e nos rins). Agora, o medicamento deverá ser usado também contra o câncer de ovário. Dados apontam que o uso combinado do Avastin com a quimioterapia reduziu em até 52% a progressão da doença.
Recentemente aprovado pela Anvisa, o medicamento Zelboraf (vemurafenibe) conseguiu reduzir em 63% o risco de morte e em 74% o risco de progressão do melanoma (câncer de pele), quando comparada à quimioterapia. A droga é indicada para aqueles pacientes com melanoma metastático positivo para mutação BRAF V600. "Esse medicamento será lançando em paralelo com o teste diagnóstico. Isso porque o produto só poderá ser prescrito para pacientes com essa mutação", diz Treve.



 
Edição do dia 31/10/2012
31/10/2012 14h42 - Atualizado em 31/10/2012 14h43

Lei prevê atendimento de pacientes com câncer no SUS em até 60 dias

O projeto de lei foi aprovado pelo Senado e pelo Congresso e precisa agora da assinatura da presidente Dilma Rousseff para começar a vigorar.

Gioconda Brasil Brasília
O projeto de lei que determina um tempo de espera máximo para pacientes com câncer foi aprovado pelo Congresso na terça-feira (30). O paciente que receber o diagnóstico da doença terá direito a tratamento pelo Sistema Único de Saúde em 60 dias, no máximo. Para passar a vigorar, a lei depende ainda da assinatura da presidente Dilma Rousseff.
Atualmente, a média nacional para uma mulher começar um tratamento contra a doença no SUS é de seis meses, segundo a Femama, federação que reúne entidades filantrópicas de apoio contra o câncer.
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Relatório do Tribunal de Contas da União aponta que no Brasil, em 2010, o tempo médio entre a data do diagnóstico e o início de um tratamento de quimioterapia foi de mais de 76 dias e para radioterapia passou de 113 dias.
Segundo o oncologista João Nunes, fechar o diagnóstico é o principal gargalo da rede pública de saúde. “O paciente leva muito mais tempo procurando meios exequíveis para realizar o diagnóstico do câncer do que o tratamento efetivo da doença”.
O objetivo do projeto é dar às pessoas que dependem do governo para se tratar cuidados parecidos com os dos pacientes que podem pagar pelo atendimento. Os planos de saúde têm, no máximo, 21 dias para começar o tratamento contra qualquer tipo de câncer.
A falta de estrutura para cumprir a lei é uma preocupação dos médicos, já que a espera custa mais que dinheiro. “O risco é o câncer se espalhar, aumentar. Ele pode ter um custo maior para o tratamento e menos efetivo”, afirma o oncologista.
A filha de Audrey Anne tem dois anos e está com câncer no abdômen. A menina iniciou o tratamento no Hospital da Criança, em Brasília, um mês depois de descobrir a doença. Hoje ela está bem e Audrey sabe que a rapidez fez a diferença. “É muito importante porque a probabilidade e chance de cura é muito maior”, relata.
Pacientes com câncer e com outras doenças graves têm o direito de sacar todo o saldo do fundo de garantia. Para saber quais são os documentos exigidos para a liberação do FGTS, clique aqui. 


Lei que fixa prazo para início do tratamento de pacientes com câncer é sancionada

23/11/2012 14:45 - Portal Brasil

Prazo de 60 dias será considerado cumprido quando o tratamento for efetivamente iniciado, seja por meio de cirurgia, radioterapia ou quimioterapia

Pacientes com neoplasia maligna (tumor maligno) deverão iniciar o tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) no prazo máximo de 60 dias, contados a partir do diagnóstico. É o que prevê a Lei 12.732, publicada nesta sexta-feira (23) no Diário Oficial da União.
O projeto foi aprovado em outubro deste ano pelo Senado e tem o apoio do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Para o diretor-geral do órgão, Luiz Antônio Santini, a iniciativa vai melhorar a eficácia da prestação de serviços no tratamento da doença.
De acordo com a publicação, o prazo de 60 dias será considerado cumprido quando o tratamento for efetivamente iniciado, seja por meio de cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. Em casos mais graves, o prazo poderá ser inferior ao estabelecido.
Pacientes acometidos por manifestações dolorosas consequentes de tumores malignos terão tratamento privilegiado no que diz respeito ao acesso a prescrições e a analgésicos opiláceos e correlatos.
O texto prevê, ainda, que a padronização de terapias contra o câncer, cirúrgicas e clínicas, deverá ser revista, republicada e atualizada sempre que se fizer necessário, para que se adeque ao conhecimento científico e à disponibilidade de novos tratamentos.
Estados brasileiros que apresentarem grandes espaços territoriais sem serviços especializados em oncologia deverão produzir planos regionais para a instalação desse tipo de unidade. O descumprimento acarretará penalidades administrativas a gestores direta e indiretamente responsáveis.

Câncer
MS O projeto foi aprovado em outubro deste ano pelo Senado e tem o apoio do Instituto Nacional do Câncer (Inca) Ampliar
  • O projeto foi aprovado em outubro deste ano pelo Senado e tem o apoio do Instituto Nacional do Câncer (Inca)
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem tecidos e órgãos. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores malignos, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo. As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando inter-relacionadas.
As causas externas referem-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de uma sociedade. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, e estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas.



Câncer no Peritônio


O câncer primário de peritônio. ou câncer no peritônio, é um tipo de câncer raro atingindo, na maioria das vezes, mulheres pós-menopáusicas. É um tipo raro de neoplasia, mas com grandes chances de cura. O peritônio é a maior membrana do corpo. Ela reveste o interior do abdômen (barriga) abrangendo e protegendo todos os órgãos nele contidos (intestino, fígado, estômago, ovários, entre outros).
A maioria dos cânceres primários de peritônio inicia-se na parte inferior do abdômen conhecida como pélvis, onde se localizam os ovários. Por esta razão, o câncer primário de peritônio e o câncer de ovário se comportam de forma muito semelhantes e são tratados, na maioria das vezes, da mesma maneira.
Segundo especialistas, esse tipo de câncer é considerado raro e atinge quase que exclusivamente mulheres pós-menopáusicas (cerca de 70% das mulheres são diagnosticadas em idades avançadas). Sabe-se que mutações genéticas podem estar ligadas à formação desse tipo de câncer.
“5 em cada 100 mulheres são acometidas pelo câncer de peritônio” afirma o Dr. Sérgio Simon, oncologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.
Sinais e Sintomas
O câncer primário de peritônio, na maioria das vezes, não apresenta qualquer sintoma durante um longo período de tempo. Quando os sintomas ocorrem, podem apresentar-se das seguintes formas:
- Perda de apetite.
- Inchaço no abdômen.
- Dor abdominal.
- Constipação ou diarréia.
- Necessidade de urinar com frequência.
Os sintomas acima podem ser causados por uma série de outras doenças e não exclusivamente pelo câncer primário de peritônio. Por esse motivo, procure orientação de seu médico de confiança ele é quem poderá fazer o diagnóstico da doença.
Tratamento para Câncer Primário de Peritônio
Cirurgia
A cirurgia pode ser um dos tratamentos a serem utilizados para esse tipo de câncer. O intuito é retirar o maior volume de tumor ou tumores possíveis.
Quimioterapia
Quimioterapia é o uso de drogas, geralmente administrada após a cirurgia, para destruir as células cancerosas. No entanto, há casos em que opta-se por administrá-la primeiro, para posteriormente realizar a cirurgia, O objetivo é diminuir o tamanho do tumor e facilitar a retirada cirúrgica do mesmo.
Radioterapia
Radioterapia trata o câncer usando raios X de alta energia para destruir as células cancerosas. Ocasionalmente, utiliza-se a radioterapia no tratamento de câncer primário de peritônio.
Volte para a página inicial -> http://www.combateaocancer.com



Colo do útero


O câncer do colo do útero, também chamado de cervical, demora muitos anos para se desenvolver. As alterações das células que podem desencadear o câncer são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou), por isso é importante a sua realização periódica. A principal alteração que pode levar a esse tipo de câncer é a infecção pelo papilomavírus humano, o HPV, com alguns subtipos de alto risco e relacionados a tumores malignos.
É o segundo tumor mais frequente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Por ano, faz 4.800 vítimas fatais e apresenta 18.430 novos casos. Prova de que o país avançou na sua capacidade de realizar diagnóstico precoce é que na década de 1990, 70% dos casos diagnosticados eram da doença invasiva. Ou seja: o estágio mais agressivo da doença. Atualmente 44% dos casos são de lesão precursora do câncer, chamada in situ. Esse tipo de lesão é localizada. Mulheres diagnosticadas precocemente, se tratadas adequadamente, têm praticamente 100% de chance de cura.
Prevenção
A infecção persistente pelo papilomavírus humano (HPV) tem papel importante no desenvolvimento do câncer do colo do útero. Estudos demonstram que o vírus está presente em mais de 90% dos casos de câncer cervical. A prevenção pode ser feita usando-se preservativos (camisinha) durante a relação sexual, para evitar o contágio pelo HPV.
Os principais fatores de risco estão relacionados ao início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros. Deve-se evitar o tabagismo (diretamente relacionado à quantidade de cigarros fumados) e o uso prolongado de pílulas anticoncepcionais, hábitos também associados ao maior risco de desenvolvimento deste tipo de câncer.

Detecção Precoce

Existe uma fase pré-clínica (sem sintomas) do câncer do colo do útero, em que a detecção de lesões precursoras (que antecedem o aparecimento da doença) pode ser feita através do exame preventivo (Papanicolaou). Quando diagnosticado na fase inicial, as chances de cura do câncer cervical são de 100%. Conforme a evolução da doença, aparecem sintomas como sangramento vaginal, corrimento e dor.Exame PreventivoO exame preventivo do câncer do colo do útero (Papanicolaou) é a principal estratégia para detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico da doença. O exame pode ser feito em postos ou unidades de saúde da rede pública que tenham profissionais capacitados. É fundamental que os serviços de saúde orientem sobre o que é e qual a importância do exame preventivo, pois sua realização periódica permite reduzir a mortalidade por câncer do colo do útero.O exame preventivo é indolor, simples e rápido. Pode, no máximo, causar um pequeno desconforto que diminui se a mulher conseguir relaxar e se o exame for realizado com boa técnica e de forma delicada.Para garantir um resultado correto, a mulher não deve ter relações sexuais (mesmo com camisinha) nos dois dias anteriores ao exame; evitar também o uso de duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores à realização do exame. É importante também que não esteja menstruada, porque a presença de sangue pode alterar o resultado.Mulheres grávidas também podem se submeter ao exame, sem prejuízo para sua saúde ou a do bebê.
Como é feito o exame

· para a coleta do material, é introduzido um instrumento chamado espéculo na vagina (conhecido popularmente como “bico de pato”, devido ao seu formato);
· o médico faz a inspeção visual do interior da vagina e do colo do útero;
· a seguir, o profissional promove a escamação da superfície externa e interna do colo do útero com uma espátula de madeira e uma escovinha;
· as células colhidas são colocadas numa lâmina para análise em laboratório especializado em citopatologia.Quem deve fazer e quando fazer o exame preventivo
Toda mulher que tem ou já teve vida sexual deve submeter-se ao exame preventivo periódico, especialmente as que têm entre 25 e 59 anos. Inicialmente, o exame deve ser feito anualmente. Após dois exames seguidos (com um intervalo de um ano) apresentarem resultado normal, o preventivo pode passar a ser feito a cada três anos.

O que fazer após o exame?
A mulher deve retornar ao local onde foi realizado o exame (ambulatório, posto ou centro de saúde) na data marcada para saber o resultado e receber instruções. Tão importante quanto realizar o exame é buscar o resultado e apresentá-lo ao médico. Resultado
Se o seu exame acusou:
• Negativo para câncer: se esse for o seu primeiro resultado negativo, você deverá fazer novo exame preventivo daqui a um ano. Se você já tem um resultado negativo no ano anterior, deverá fazer o próximo exame preventivo daqui a três anos;
• Alteração (NIC I): repita o exame daqui a seis meses;
• outras alterações (NIC II e NIC III): o médico decidirá a melhor conduta. Você vai precisar fazer outros exames, como a colposcopia;
• infecção pelo HPV: você deverá repetir o exame daqui a seis meses;
• amostra insatisfatória: a quantidade de material não deu para fazer o exame. Você deve repetir o exame logo que for possível.
Independente desses resultados, você pode ter alguma outra infecção que será tratada. Siga o tratamento corretamente. Muitas vezes é preciso que o seu parceiro também receba tratamento. Nesses casos, é bom que ele vá ao serviço de saúde receber as orientações diretamente dos profissionais de saúde.
Vacinação
Está em estudo no Ministério da Saúde o uso de vacina contra o HPV pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As duas vacinas aprovadas para comercialização no Brasil protegem contra dois ou quatro subtipos do vírus: o 6 e o 11 (presentes em 90% dos casos de verrugas genitais) e o 16 e 18 (de alto risco para o câncer do colo o útero (presentes em 90% dos casos de câncer de colo uterino).
É importante enfatizar que as vacinas não protegem contra todos os subtipos do HPV. Sendo assim, o exame preventivo deve continuar a ser feito mesmo em mulheres vacinadas.

Tratamento

O tratamento para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico. Entre os tratamentos mais comuns para o câncer do colo do útero estão a cirurgia e a radioterapia. O tipo de tratamento dependerá do estadiamento da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade e desejo de ter filhos.

Sintomas

É uma doença de desenvolvimento lento que pode cursar sem sintomas em fase inicial e evoluir para quadros de sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados.
Leia
Folheto – Câncer do Colo de Útero
Orientações às pacientes submetidas a cirurgias ginecológicas
HPV – Perguntas e respostas mais frequentes
 




Pele Não Melanoma


É o câncer mais frequente no Brasil e corresponde a 25% de todos os tumores malignos registrados no país. Apresenta altos percentuais de cura, se for detectado precocemente. Entre os tumores de pele, o tipo não-melanoma é o de maior incidência e mais baixa mortalidade. O câncer de pele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, sendo relativamente raro em crianças e negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas anteriores. Pessoas de pele clara, sensível à ação dos raios solares, ou com doenças cutâneas prévias são as principais vítimas.
Como a pele – maior órgão do corpo humano – é heterogênea, o câncer de pele não-melanoma pode apresentar tumores de diferentes linhagens. Os mais frequentes são carcinoma basocelular, responsável por 70% dos diagnósticos, e o carcinoma epidermoide, representando 25% dos casos. O carcinoma basocelular, apesar de mais incidente, é também o menos agressivo.

Prevenção

Os tumores de pele estão relacionados a alguns fatores de risco, principalmente, à exposição aos raios ultravioletas do sol. Pessoas que trabalham sob exposição direta ao sol são mais vulneráveis ao câncer de pele não-melanoma.
Evite exposição ao sol das 10h às 16h e utilize sempre filtros solares com fator de proteção 15 ou mais, além de chapéus, guarda-sol e óculos escuros.
Outros fatores de risco são a exposição a agentes químicos (arsênico) e a radiação ionizante, processo irritativo crônico (úlcera de Marjolin), genodermatoses (xeroderma pigmentosum, etc.).
Esse tipo de câncer é mais comum em adultos, com picos de incidência por volta dos 40 anos. Porém, com a constante exposição de jovens aos raios solares, a média de idade dos pacientes vem diminuindo.
Autoexame da pele
O que é o autoexame da pele?
É um método simples para detectar precocemente o câncer de pele, tanto o melanoma quanto o não-melanoma. Se diagnosticado e tratado enquanto o tumor ainda não invadiu profundamente a pele, o câncer de pele pode ser curado.

Quando fazer?
Ao fazer o autoexame regularmente, você se familiarizará com a superfície normal da sua pele. É útil anotar as datas e a aparência da pele em cada exame.

O que procurar?
• Manchas pruriginosas (que coçam), descamativas ou que sangram

• Sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor
• Feridas que não cicatrizam em 4 semanas
Deve-se ter em mente o ABCD da transformação de uma pinta em melanoma, como descrito abaixo:
• Assimetria – uma metade diferente da outra
• Bordas irregulares – contorno mal definido
• Cor variável – várias cores numa mesma lesão: preta, castanho, branca, avermelhada ou azul
• Diâmetro – maior que 6 mm
Como fazer?
1) Em frente a um espelho, com os braços levantados, examine seu corpo de frente, de costas e os lados direito e esquerdo;

2) Dobre os cotovelos e observe cuidadosamente as mãos, antebraços, braços e axilas;
3) Examine as partes da frente, detrás e dos lados das pernas além da região genital;
4) Sentado, examine atentamente a planta e o peito dos pés, assim como os entre os dedos;
5) Com o auxílio de um espelho de mão e de uma escova ou secador, examine o couro cabeludo, pescoço e orelhas;
6) Finalmente, ainda com auxílio do espelho de mão, examine as costas e as nádegas.
Caso encontre qualquer diferença ou alteração, procure orientação médica.

Sintomas

Feridas na pele cuja cicatrização demore mais de quatro semanas, variação na cor de sinais pré-existentes, manchas que coçam, ardem, descamam ou sangram. Nesses casos, deve-se procurar o mais rápido possível o médico dermatologista (especialista em pele).

Diagnóstico

O câncer de pele não-melanoma pode apresentar dois tipos de diagnóstico. O carcinoma basocelular é diagnosticado através de uma lesão (ferida ou nódulo), e apresenta evolução lenta. O carcinoma epidermoide também surge por meio de uma ferida, porém, evolui rapidamente e vem acompanhado de secreção e coceira. A maior gravidade do carcinoma epidermoide se deve à possibilidade dele apresentar metástase (espalhar-se para outros órgãos).

Tratamento

A cirurgia é o tratamento mais indicado tanto nos casos de carcinoma basocelular como de carcinoma epidermoide. Porém, o carcinoma basocelular de pequena extensão pode ser tratado com medicamento tópico (pomada) ou radioterapia. Já contra o carcinoma epidermoide, o tratamento usual combina cirurgia e radioterapia.



Esôfago


No Brasil, o câncer de esôfago (tubo que liga a garganta ao estômago) figura entre os dez mais incidentes (6º entre os homens e 9º entre as mulheres). O tipo de câncer de esôfago mais frequente é o carcinoma epidermoide escamoso, responsável por 96% dos casos. Outro tipo, o adenocarcinoma, vem aumentando significativamente. Atenção:  A informação existente neste portal pretende apoiar e não substituir a consulta médica. Procure sempre uma avaliação pessoal com um médico da sua confiança.

Prevenção

É importante adotar dieta rica em frutas e legumes, evitar o consumo frequente de bebidas muito quentes, alimentos defumados, bebidas alcoólicas e derivados do tabaco. Estão associadas à maior incidência desse tumor história pessoal de câncer de cabeça, pescoço ou pulmão; infecção pelo papiloma vírus humano – HPV; tilose (espeçamento da pele nas palmas das mãos e na planta dos pés), acalasia (falta de relaxamento do esfíncter entre o esôfago e o estômago), esôfago de Barrett (crescimento anormal de células do tipo colunar para dentro do esôfago), lesões cáusticas (queimaduras) no esôfago e Síndrome de Plummer-Vinson (deficiência de ferro).

Sintomas

Na sua fase inicial, o câncer de esôfago não apresenta sinais. Porém, com o progresso da doença, alguns sintomas são característicos, como dificuldade ou dor ao engolir, dor retroesternal (atrás do osso do meio do peito), dor torácica, sensação de obstrução à passagem do alimento, náuseas, vômitos e perda do apetite.
Na maioria das vezes, a dificuldade de engolir (disfagia) já sinaliza doença em estado avançado. A disfagia progride de alimentos sólidos até pastosos e líquidos. A perda de peso pode chegar até 10% do peso corporal.

Detecção precoce

Pessoas  que sofrem de acalasia, tilose, refluxo gastroesofágico, síndrome de Plummer-Vinson e esôfago de Barrett têm mais chances de desenvolver o tumor. Por isso, devem procurar o médico regularmente para a realização de exames.
A detecção precoce é muito importante, já que a doença é bastante agressiva, devido ao esôfago não possuir membrana. Com isso, há infiltração das células cancerosas nas estruturas vizinhas ao órgão, disseminação para os gânglios linfáticos e metástases (surgimento da doença em órgãos distantes) com grande frequência.

Diagnóstico

É feito através da endoscopia digestiva (exame de imagem que investiga o interior do tubo digestivo), de estudos citológicos (das células) e de métodos com colorações especiais. Com o diagnóstico precoce, as chances de cura atingem 98%. Na presença de disfagia (dificuldade de engolir) para alimentos sólidos é recomendado estudo radiológico contrastado e também endoscopia com biópsia ou citologia para confirmação.

Tratamento

Cirurgia, radioterapia e quimioterapia, de forma isolada ou combinadas, de acordo com a avaliação médica. Para tumores iniciais pode ser indicada a ressecção endoscópica (retirada do tumor com acesso pela boca, sem necessidade de cortes). No entanto, este tipo de tratamento é bastante raro.
Na maioria dos casos, a cirurgia está indicada. Dependendo da extensão da doença, o tratamento pode ser unicamente paliativo (sem finalidade curativa), através de quimioterapia ou radioterapia.
No leque de cuidados paliativos também dispõe-se de dilatações com endoscopia, colocação de próteses autoexpansivas (para impedir o estreitamento do esôfago) e braquiterapia (radioterapia com sementes radioativas).




Estômago


Também denominado câncer gástrico, os tumores do estômago se apresentam, predominantemente, na forma de três tipos histológicos: adenocarcinoma (responsável por 95% dos tumores), linfoma, diagnosticado em cerca de 3% dos casos, e leiomiossarcoma, iniciado em tecidos que dão origem aos músculos e aos ossos. O pico de incidência se dá em sua maioria em homens, por volta dos 70 anos. Cerca de 65% dos pacientes diagnosticados com câncer de estômago têm mais de 50 anos. No Brasil, esses tumores aparecem em terceiro lugar na incidência entre homens e em quinto, entre as mulheres. No resto do mundo, dados estatísticos revelam declínio da incidência, especificamente nos Estados Unidos, Inglaterra e outros países mais desenvolvidos.
A alta mortalidade é registrada atualmente na América Latina, principalmente na Costa Rica, Chile e Colômbia. Porém, o maior número de casos ocorre no Japão, onde são encontrados 780 doentes por 100.000 habitantes.
Atenção:  A informação existente neste portal pretende apoiar e não substituir a consulta médica. Procure sempre uma avaliação pessoal com um médico da sua confiança.

Prevenção

Para prevenir o câncer de estômago é fundamental seguir dieta balanceada, composta de vegetais crus, frutas cítricas e alimentos ricos em fibras, desde a infância. Ácido ascórbico (vitamina C) e betacaroteno (precursor da vitamina A), encontrados em frutas e verduras frescas, agem como protetores contra o câncer de estômago, porque evitam que os nitritos (conservantes encontrados em alimentos industrializados) se transformem em nitrosaminas. Além disso, é importante o combate ao tabagismo e a diminuição da ingestão de bebidas alcoólicas.
Alimentação pobre em carnes e peixes e nas vitaminas A e C, ou ainda alto consumo de alimentos defumados, enlatados, com corantes ou conservados em sal são fatores de risco para esse tipo de câncer.  Em algumas regiões brasileiras, onde os alimentos não são mantidos em geladeira e a sua conservação é ruim, o número de casos de câncer de estômago aumenta significativamente. Ingestão de água proveniente de poços com alta concentração de nitrato está relacionada à maior incidência de tumores gástricos.
Algumas doenças pré-existentes podem ter forte associação com esse tipo de tumor, como anemia perniciosa, lesões precancerosas (como gastrite atrófica e metaplasia intestinal), e infecções pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori). Presente nos alimentos e na água potável, a H. pylori é considerada a segunda mais freqüente, só superada pelas bactérias da cárie. Estima-se que ela habite o estômago de cerca de 70% da população no Brasil, porém somente indivíduos predispostos geneticamente, ou seja, que tenham nascido com um receptor no estômago capaz de hospedar a bactéria, são afetados. O tratamento por meio de antimicrobianos contra a bactéria é efetivo em 95% dos casos. A H. pylori também predomina nas regiões onde o nível socioeconômico é mais baixo. Ela causa gastrite crônica, que, sem tratamento evolui para gastrite atrófica e atrofia gástrica. Uma lesão precancerosa, no entanto, leva aproximadamente 20 anos para evoluir e se tornar um câncer.
Fumantes que ingerem bebidas alcoólicas ou que já tenham sido submetidas a operações no estômago têm maior probabilidade de desenvolver esse tipo de câncer, assim como pessoas com parentes que foram diagnosticados com câncer de estômago.

Sintomas

Não há sintomas específicos do câncer de estômago. Porém, alguns sinais como perda de peso e de apetite, fadiga, sensação de estômago cheio, vômitos, náuseas e desconforto abdominal persistente podem indicar uma doença benigna (úlcera, gastrite, etc.) ou mesmo tumor de estômago.
Massa palpável na parte superior do abdômen, aumento do tamanho do fígado e presença de íngua na área inferior esquerda do pescoço e nódulos ao redor do umbigo indicam estágio avançado da doença.
Sangramentos gástricos são incomuns em lesões malignas, entretanto, o vômito com sangue ocorre em cerca de 10 a 15% dos casos de câncer de estômago. Também podem surgir sangue nas fezes, fezes escurecidas, pastosas e com odor muito forte (indicativo de sangue digerido).
Quando o exame físico está sendo realizado, o paciente com câncer pode sentir dor no momento em que o estômago é palpado.

Diagnóstico

São utilizados dois exames: a endoscopia digestiva alta, o método mais eficiente, e o exame radiológico contrastado do estômago. A endoscopia permite a avaliação visual da lesão, a realização de biópsias e a avaliação citológica. Nesse exame, um tubo flexível de fibra ótica ou uma microcâmera é introduzida pela boca e conduzida até o estômago. O exame é realizado sob sedação e com anestesia da garganta, para diminuir o desconforto. Na radiografia contrastada do estômago, os raios-x delineiam o interior do esôfago e estômago e o médico procura por áreas anormais ou tumores. Grande parte dos casos de câncer de estômago é diagnosticada em estágio avançado porque não há sintomas específicos, principalmente nas fases iniciais.
Através da ultrassonografia endoscópica, é possível avaliar o comprometimento da parede gástrica e a propagação das células cancerosas para órgãos próximos e nódulos linfáticos.

Tratamento

O tratamento cirúrgico, retirando parte ou todo o estômago, além dos nódulos linfáticos próximos, é a principal alternativa terapêutica e única chance de cura. Para determinar a melhor abordagem cirúrgica, deve-se considerar a localização, tamanho, padrão e extensão da disseminação e tipo histológico do tumor. A radioterapia e a quimioterapia são considerados tratamentos secundários, que podem determinar melhor resposta da cirurgia.







Fígado

Os tumores malignos de fígado podem ser divididos em dois tipos: câncer primário (que tem sua origem no próprio órgão) e secundário ou metastático (originado em outro órgão e que atinge também o fígado).
Dentre os tumores originados no fígado, o mais frequente é o hepatocarcinoma ou carcinoma hepatocelular. Agressivo, ocorre em mais de 80% dos casos. Outros tipos de câncer primário de fígado são o colangiocarcinoma (originado nos dutos biliares do fígado), o angiossarcoma (câncer raro que se origina nos vasos sanguíneos do órgão) e o hepatoblastoma, tumor maligno raro que atinge recém-nascidos e crianças nos primeiros anos de vida. AtençãoA informação existente neste portal pretende apoiar e não substituir a consulta médica. Procure sempre uma avaliação pessoal com um médico da sua confiança.

Prevenção

Hepatocarcinoma
A cirrose hepática está na origem de metade dos casos de hepatocarcinoma. A cirrose, por sua vez, está associada ao alcoolismo ou à hepatite crônica, cuja causa mais comum é a infecção pelos vírus das hepatites B ou C. Para não desenvolver cirrose hepática é preciso controlar a quantidade de álcool ingerida, nunca ultrapassando duas doses por dia. Já a transmissão do vírus da hepatite B pode ser prevenida pela vacinação.
Alimentação com alto teor de fibras (grãos inteiros, cereais, legumes e frutas) e baixo teor em gorduras saturadas previne vários tipos de câncer, como os do intestino, do reto, de mama e o de pulmão, tipos conhecidos por desencadear metástase para o fígado. Porém, é preciso atenção à origem de grãos e cereais, já que quando armazenados em locais inadequados e úmidos podem ser contaminados pelo fungo Aspergillus flavus, que produz a substância cancerígena aflatoxina, que é fator de risco para o hepatocarcinoma.
Colangiocarcinoma
Está relacionado a inflamações das vias biliares, principalmente com a infestação por um parasita do aparelho digestivo (clonorchis sinensis), muito frequente nos países asiáticos e africanos.

Angiocarcinoma
Associado ao potencial carcinogênico de substâncias químicas como cloreto de vinil, usado na fabricação de alguns tipos de plástico, os arsenicais inorgânicos e o Thorotraste (solução de dióxido de tório).

Diagnóstico

Devido ao curto tempo de evolução do hepatocarcinoma, geralmente o tumor se encontra avançado quando é feito o diagnóstico. O tempo de duplicação do volume de massa é, em média, de quatro meses. Alguns exames vão ajudar o médico a confirmar o diagnóstico:
Tomografia computadorizada
Exame que utiliza Raios X e tecnologia do computador para produzir imagens como se fosse um “corte” do corpo e serve para descobrir e localizar os tumores.
Ressonância Nuclear Magnética (RNM)
Não apresenta grande diferença em relação à tomografia computadorizada, no que se refere à capacidade de identificar os tumores hepáticos primários ou metastáticos. Esse exame pode definir um pouco melhor a extensão do tumor nos pacientes com cirrose hepática.

Laparoscopia
Permite visualização direta do órgão e a biópsia (remoção de uma pequena quantidade de tecido para análise laboratorial que vai determinar se o tumor é maligno ou não). É mais eficaz quando associado à ultra-sonografia videolaparoscópica.

Tratamento

A remoção cirúrgica (ressecção) do tumor é o tratamento mais indicado quando o tumor está restrito a uma parte do fígado (tumor primário) e também nos tumores hepáticos metastáticos em que a lesão primária foi ressecada ou é passível de ser ressecada de maneira curativa.

Sintomas

Hepatocarcinoma
Dor abdominal, massa abdominal, distensão, perda de peso inexplicada, perda de apetite, mal-estar, icterícia (tonalidade amarelada na pele e nos olhos) e ascite (acúmulo de líquido no abdômen).

Detecção Precoce

A identificação precoce do hepatocarcinoma pode ser feita facilmente através da dosagem de um marcador tumoral, a alfafetoproteína sérica, no sangue, e da ultrassonografia abdominal. Essa substância é produzida por 40% a 70% dos fígados acometidos pelo câncer, mas não é detectada no sangue de pessoas com fígado saudável. A exatidão da ultrassonografia na identificação de tumores chega a 90%.

Infantojuvenil

Câncer é o nome dado às doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.
Devido à rapidez com que se dividem, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida.
Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo, existem diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de um tipo de célula. Diferentemente do câncer de adulto, o câncer da criança geralmente afeta as células do sistema sangüíneo e os tecidos de sustentação, enquanto que o do adulto afeta as células do epitélio, que recobre os diferentes órgãos (câncer de mama, câncer de pulmão). Doenças malignas da infância, por serem predominantemente de natureza embrionária, são constituídas de células indiferenciadas, porém respondem, em geral, melhor aos métodos terapêuticos atuais.
Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes (metástases).
No Brasil, o câncer é a 1ª causa de morte por doença na faixa etária de 5 a 19 anos. No entanto, se há 30 anos a chance de cura era de 15%, atualmente passa de 65%, podendo chegar a 85% em alguns casos.
As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando ambas inter-relacionadas. As causas externas relacionam-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Esses fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células normais.
Tipos de tratamentos
O tratamento do câncer pode ser feito através de cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea. Em muitos casos, é necessário combinar essas modalidades.
Radioterapia
É um tratamento no qual se utilizam radiações para destruir um tumor ou impedir que suas células aumentem. Estas radiações não são vistas e durante a aplicação o paciente não sente nada. A radioterapia pode ser usada em combinação com a quimioterapia ou outros recursos usados no tratamento dos tumores.
Quimioterapia
É um tipo de tratamento, em que se utilizam medicamentos para combater o câncer. Eles são aplicados, em sua maioria, na veia, podendo também ser dados por via oral, intramuscular, subcutânea, tópica e intratecal. Os medicamentos se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo, destruindo as células doentes que estão formando o tumor e impedindo, também, que elas se espalhem pelo corpo. Esta modalidade pode provocar algumas reações como queda de cabelo, vômitos e fraqueza.
Transplante de medula óssea
É um tipo de tratamento proposto para algumas doenças malignas que afetam as células do sangue. Ele consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula.
Tipos de câncer mais comuns em crianças e adolescentes
Leucemia
É o tipo mais comum de câncer infantil. É uma doença que inicia nas células que formam o sangue, a “fábrica” do sangue. Existem tipos diferentes de leucemias que são classificadas de acordo com o tipo de célula do sangue que está afetada. O tratamento e os resultados do tratamento dependem também do tipo de leucemia. Os sintomas são: enfraquecimento e anemia causadas pela diminuição das células vermelhas do sangue; tendência a ter infecções graves e repetidas causadas pela redução dos glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo; manchas roxas espalhadas pelo corpo mesmo em locais que não sofreram traumatismo e sangramentos anormais causados pela redução de plaquetas.
Tumor de Wilms
Ocorre nos rins. O sintoma mais comum é o aumento do volume do abdômen ou um nódulo palpado na barriga.
Linfoma
Afeta os linfonodos, que são importantes na luta contra infecções. Esta doença é mais comum em adolescentes e adultos. Os primeiros nódulos a serem afetados são, usualmente, os do pescoço.
Neuroblastoma
Origina-se de algumas células do sistema nervoso que encontram-se ao longo da coluna vertebral. Este câncer ocorre quase exclusivamente em crianças menores de 5 anos. Usualmente é detectado quando uma tumoração no abdômen ou tórax é vista ou palpada.
Rabdomiossarcoma
Origina-se nas células musculares e costuma atingir crianças abaixo de 5 anos de idade. O tumor pode aparecer na cabeça, pescoço, tórax, abdômen ou extremidades (pernas e braços). Os sintomas variam conforme a localização do tumor.
Tumores ósseos
Osteossarcoma e sarcoma de Ewing são os mais freqüentes. Ocorrem mais em adolescentes. Geralmente o primeiro sintoma é dor no osso afetado. O tratamento depende do tipo de tumor.
Tumores germinativos
Podem ser benignos ou malignos e surgir em qualquer idade. Os locais mais comuns são os testículos, ovários, região próxima à parte final da espinha, cérebro, tórax e abdômen.
Saiba mais
O Instituto Ronald McDonald, por seu conhecimento sobre a luta do câncer infantojuvenil, aproveita o espaço para facilitar e direcionar a comunicação e os esclarecimentos sobre a doença para alguns de seus maiores parceiros e referências nacionais para as políticas de combate do câncer no Brasil. São eles:
Instituto Nacional de Câncer – http://www.inca.gov.br/




Leucemia

A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos), geralmente, de origem desconhecida. Tem como principal característica o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. A medula é o local de formação das células sanguíneas e ocupa a cavidade dos ossos, sendo popularmente conhecida por tutano. Nela são encontradas as células que dão origem aos glóbulos brancos, aos glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e às plaquetas.
Atenção:  A informação existente neste portal pretende apoiar e não substituir a consulta médica. Procure sempre uma avaliação pessoal com um médico da sua confiança.

Subtipos

As leucemias podem ser agrupadas com base em quão rapidamente a doença evolui e torna-se grave.  Sob esse aspecto, a doença pode ser do tipo crônica (que geralmente agrava-se lentamente) ou aguda (que geralmente agrava-se rapidamente):
· Crônica: No início da doença, as células leucêmicas ainda conseguem fazer algum trabalho dos glóbulos brancos normais. Médicos geralmente descobrem a doença durante exame de sangue de rotina. Lentamente, a leucemia crônica se agrava. À medida que o número de células leucêmicas aumenta, aparecem inchaço nos linfonodos (ínguas) ou infecções. Quando surgem, os sintomas são brandos, agravando-se gradualmente.
· Aguda: As células leucêmicas não podem fazer nenhum trabalho das células sanguíneas normais. O número de células leucêmicas cresce rapidamente e a doença agrava-se num curto intervalo de tempo.
As leucemias também podem ser agrupadas baseando-se nos tipos de glóbulos brancos que elas afetam: linfoides ou mieloides. As que afetam as células linfoides são chamadas de linfoide, linfocítica ou linfoblástica. A leucemia que afeta as células mieloides são chamadas mieloide ou mieloblástica.
Combinando as duas classificações, existem quatro tipos mais comuns de leucemia:
· Leucemia linfoide crônica: afeta células linfoides e se desenvolve vagarosamente. A maioria das pessoas diagnosticadas com esse tipo da doença tem mais de 55 anos. Raramente afeta crianças.
· Leucemia mieloide crônica: afeta células mieloides e se desenvolve vagarosamente, a princípio. Acomete principalmente adultos.
· Leucemia linfoide aguda: afeta células linfoides e agrava-se rapidamente. É o tipo mais comum em crianças pequenas, mas também ocorre em adultos.
· Leucemia mieloide aguda: afeta as células mieloides e avança rapidamente. Ocorre tanto em adultos como em crianças.

Prevenção, Genética, outros Fatores de Risco

As causas da leucemia ainda não estão definidas, mas, suspeita-se da associação entre determinados fatores com o risco aumentado de desenvolver alguns tipos específicos:
· Tabagismo: leucemia mieloide aguda
· Radiação (radioterapia, raios X): leucemia mieloide aguda e crônica e leucemia lifoide aguda
· Síndrome de Down e outras doenças hereditárias: leucemia aguda
· Benzeno (encontrado na fumaça do cigarro, gasolina e largamente usado na indústria química): leucemia mieloide aguda e crônica, leucemia linfoide aguda
· Quimioterapia (algumas classes de drogas): leucemia mieloide aguda e leucemia linfoide aguda
· Síndrome mielodisplásica e outras desordens sanguíneas: leucemia mieloide aguda

Sintomas

Os principais sintomas decorrem do acúmulo de células defeituosas na medula óssea, prejudicando ou impedindo a produção dos glóbulos vermelhos (causando anemia, que por sua vez causa fadiga e palpitação), dos glóbulos brancos (deixando o organismo mais sujeito a infecções) e das plaquetas (ocasionando sangramentos das gengivas e pelo nariz, manchas roxas na pele ou pontos vermelhos sob a pele).
O paciente pode apresentar gânglios linfáticos inchados, mas sem dor, principalmente na região do pescoço e das axilas; febre ou suores noturnos; perda de peso sem motivo aparente; desconforto abdominal (provocado pelo inchaço do baço ou fígado); dores nos ossos e nas articulações. Caso a doença afete o Sistema Nervoso Central (SNC), podem surgir dores de cabeça, náuseas, vômitos, visão dupla e desorientação.
Depois de instalada, a doença progride rapidamente, exigindo que o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico e a classificação da leucemia.

Diagnóstico

Na análise laboratorial, o hemograma (exame de sangue) estará alterado, porém, o diagnóstico é confirmado no exame da medula óssea (mielograma). Nesse exame, retira-se menos de um mililitro do material esponjoso de dentro do osso e examina-se as células ali encontradas.

Tratamento

Tem o objetivo de destruir as células leucêmicas, para que a medula óssea volte a produzir células normais. O grande progresso para se obter a cura total da leucemia foi alcançado com a associação de medicamentos (poliquimoterapia), controle das complicações infecciosas e hemorrágicas e prevenção ou combate da doença no Sistema Nervoso Central (cérebro e medula espinhal). Para alguns casos, é indicado o transplante de medula óssea.
O tratamento é feito em etapas. A primeira tem a finalidade de obter a remissão completa, ou seja, um estado de aparente normalidade após a poliquimioterapia. Esse resultado é alcançado um a dois meses após o início do tratamento (fase de indução de remissão), quando os exames (de sangue e da medula óssea) não mais evidenciam células anormais.
Entretanto, pesquisas comprovam que ainda restam no organismo muitas células leucêmicas (doença residual), o que obriga a continuação do tratamento para não haver recaída. Nas etapas seguintes, o tratamento varia de acordo com o tipo de célula afetada pela leucemia. Nas linfoides, pode durar mais de dois anos, e nas mieloides, menos de um ano. São três fases: consolidação (tratamento intensivo com substâncias não empregadas anteriormente); reindução (repetição dos medicamentos usados na fase de indução da remissão) e manutenção (o tratamento é mais brando e contínuo por vários meses). Por ser uma poliquimioterapia agressiva, pode ser necessária a internação do paciente nos casos de infecção decorrente da queda dos glóbulos brancos normais pelo próprio tratamento.




Linfoma de Hodgkin

Conhecida também como doença de Hodgkin, essa forma de câncer se origina nos linfonodos (gânglios) do sistema linfático, que produzem as células responsáveis pela imunidade e vasos que as conduzem pelo corpo. Pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas a maior incidência do linfoma é em adultos jovens, entre 25 e 30 anos. A doença surge quando um linfócito (tipo de glóbulo branco) se transforma em célula maligna, capaz de crescer descontroladamente e disseminar-se. A célula maligna começa a produzir nos linfonodos cópias idênticas (também chamadas de clones). Com o passar do tempo, há risco de essas células malignas se disseminarem para tecidos vizinhos e, se não houver tratamento, atingir outras partes do corpo. Nos últimos 50 anos, o número de casos permaneceu estável, enquanto a mortalidade foi reduzida em mais de 60% desde o início dos anos 70 devido aos avanços no tratamento. A maioria dos pacientes com linfoma de Hodgkin pode ser curada com tratamento adequado. Atenção: A informação existente neste portal pretende apoiar e não substituir a consulta médica. Procure sempre uma avaliação pessoal com um médico da sua confiança.

Prevenção, Genética e outros Fatores de Risco

Pessoas com sistema imune comprometido, como consequência de doenças genéticas hereditárias, infecção pelo HIV e uso de drogas imunossupressoras, têm risco um pouco maior de desenvolver doença de Hodgkin. Membros de famílias nas quais uma ou mais pessoas tiveram diagnóstico da doença também têm risco aumentado de desenvolvê-la.

Sintomas

A doença de Hodgkin pode surgir em qualquer parte do corpo e os sintomas dependem da sua localização. Caso se desenvolva em linfonodos superficiais do pescoço, axilas e virilhas, formam-se ínguas indolores nesses locais. Se a doença ocorre na região do tórax, tosse, falta de ar e dor torácica podem se manifestar. Quando se apresenta na pelve e no abdômen, os sintomas são sensação de estômago cheio e distensão abdominal. Outros sinais de alerta são febre, fadiga, sudorese noturna, perda de peso sem motivo aparente e coceira na pele.

Tratamento

A doença de Hodgkin é curável quando tratada adequadamente. O tratamento clássico é a poliquimioterapia (quimioterapia com múltiplas drogas), com ou sem radioterapia associada. Para os pacientes que sofrem recaídas (volta) da doença, as alternativas vão depender da forma inicial de tratamento. As opções empregadas usualmente, e com indicações relativamente precisas, são a poliquimioterapia e o transplante de medula óssea.
Os pacientes devem ser seguidos continuamente após o tratamento, com consultas periódicas, cujos intervalos podem ir aumentando progressivamente.





Linfoma não-Hodgkin

Os linfomas são neoplasias malignas, originárias dos gânglios (ou linfonodos), organismos muito importantes no combate a infecções. Há mais de 20 tipos diferentes de linfoma não-Hodgkin. Entre os linfomas, é o tipo mais incidente na infância. Por razões ainda desconhecidas, o número de casos duplicou nos últimos 25 anos, principalmente entre pessoas com mais de 60 anos.

Prevenção, genética e outros fatores de risco

Assim como em outras formas de câncer, dietas ricas em verduras e frutas podem ter efeito protetor contra o linfomas não-Hodgkin. Os fatores de risco para o desenvolvimento da doença incluem sistema imune comprometido e exposição química e/ou a altas doses de radiação.
Pessoas com deficiência de imunidade, em consequência de doenças genéticas hereditárias, uso de drogas imunossupressoras e infecção pelo HIV, têm maior risco de desenvolver linfomas. Pacientes portadores dos vírus Epstein-Barr, HTLV1 e da bactéria Helicobacter pylori (que causa úlceras gástricas), têm risco aumentado para alguns tipos de linfoma.
Exposição a certos agentes químicos, incluindo pesticidas, solventes, fertilizantes, herbicidas e inseticidas tem sido relacionada ao surgimento de linfomas em estudos com agricultores e outros grupos que se expõem a altos níveis desses agentes.

Sintomas

Gânglios aumentados no pescoço, axilas e/ou virilha, sudorese noturna excessiva, febre, coceira na pele e perda de peso sem motivo aparente podem ser sinais de alerta e devem ser investigados pelo médico.

Diagnóstico

Entre os exames para a detecção do linfoma não-Hodgkin, estão a biópsia (retirada de pequena porção de tecido, em geral gânglios, para análise em laboratório de anatomia patológica), punção lombar, tomografia computadorizada e ressonância magnética.
Após a confirmação do diagnóstico, a doença é classificada de acordo com o tipo de linfoma (indolente, de crescimento relativamente lento; ou agressivo, de alto grau e desenvolvimento rápido) e o estágio em que se encontra. Os linfomas indolentes correspondem a aproximadamente a 40%, e os agressivos, aos 60% restantes.

Tratamento

A maioria dos linfomas é tratada com quimioterapia, radioterapia, ou ambas. A quimioterapia consiste na combinação de duas ou mais drogas. A radioterapia é uma forma de radiação usada, em geral, para reduzir a carga tumoral em locais específicos, para aliviar sintomas, ou também para reforçar o tratamento quimioterápico, diminuindo as chances de volta da doença em localizações mais propensas à recaída.
No caso dos linfomas indolentes, as opções de tratamento variam desde apenas observação clínica, até tratamentos bastante intensivos, dependendo da indicação médica.
Para linfomas com maior risco de invasão do Sistema Nervoso Central – SNC (cérebro e medula espinhal), faz-se terapia preventiva (injeção de drogas quimioterápicas diretamente no líquido cérebro-espinhal, e/ou radioterapia que envolva cérebro e medula espinhal). Nos pacientes já com o SNC, ou que desenvolvem esta complicação durante o tratamento, são realizados esses mesmos tratamentos.
Mais recentemente, a imunoterapia está sendo cada vez mais incorporada ao tratamento, isoladamente ou associada à quimioterapia.





Mama

Segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom.
No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.
Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente. Estatísticas indicam aumento de sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes.

Sintomas

Podem surgir alterações na pele que recobre a mama, como abaulamentos ou retrações, inclusive no mamilo, ou aspecto semelhante a casca de laranja. Secreção no mamilo também é um sinal de alerta. O sintoma do câncer palpável é o nódulo (caroço) no seio, acompanhado ou não de dor mamária. Podem também surgir nódulos palpáveis na axila.

Detecção Precoce

Embora a hereditariedade seja responsável por apenas 10% do total de casos, mulheres com história familiar de câncer de mama, especialmente se uma ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmãs) foram acometidas antes dos 50 anos, apresentam maior risco de desenvolver a doença.
Esse grupo deve ser acompanhado por médico a partir dos 35 anos. É o profissional de saúde quem vai decidir quais exames a paciente deverá fazer. Primeira menstruação precoce, menopausa tardia (após os 50 anos), primeira gravidez após os 30 anos e não ter tido filhos também constituem fatores de risco para o câncer de mama.
Mulheres que se encaixem nesses perfis também devem buscar orientação médica. As formas mais eficazes para a detecção precoce do câncer de mama são o exame clínico e a mamografia.
Exame Clínico das Mamas (ECM)
Quando realizado por um médico ou enfermeira treinados, pode detectar tumor de até 1 (um) centímetro, se superficial. Deve ser feito uma vez por ano pelas mulheres entre 40 e 49 anos.
Mamografia
A mamografia (radiografia da mama) permite a detecção precoce do câncer, ao mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas (medindo milímetros). Deve ser realizada a cada dois anos por mulheres entre 50 e 69 anos, ou segundo recomendação médica.
É realizada em um aparelho de raio X apropriado, chamado mamógrafo. Nele, a mama é comprimida de forma a fornecer melhores imagens, e, portanto, melhor capacidade de diagnóstico. O desconforto provocado é suportável.

Lei 11.664, de 2008

Ao estabelecer que todas as mulheres têm direito à mamografia a partir dos 40 anos, a Lei 11.664/2008 que entrou em vigor em 29 de abril de 2009 reafirma o que já é estabelecido pelos princípios do Sistema Único de Saúde. Embora tenha suscitado interpretações divergentes, o texto não altera as recomendações de faixa etária para rastreamento de mulheres saudáveis: dos 50 aos 69 anos.




Pele Melanoma

O melanoma cutâneo é um tipo de câncer de pele que tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele) e tem predominância em adultos brancos. Embora o câncer de pele seja o mais frequente no Brasil e corresponda a 25% de todos os tumores malignos registrados no País, o melanoma representa apenas 4% das neoplasias malignas do órgão, apesar de ser o mais grave devido à sua alta possibilidade de metástase. O prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom, se detectado nos estádios iniciais. Nos últimos anos, houve uma grande melhora na sobrevida dos pacientes com melanoma, principalmente devido à detecção precoce do tumor.

Prevenção

Como os outros tipos de câncer de pele, o melanoma pode ser prevenido, evitando-se a exposição ao sol no horário das 10h às 16h, quando os raios são mais intensos, uma vez que o maior fator de risco para o seu surgimento é a sensibilidade ao sol (queimadura pelo sol e não bronzeamento). Mesmo em outros períodos recomenda-se a utilização de proteção como chapéu, guarda-sol, óculos escuros e filtros solares com fator de proteção 15 ou superior.
Outros fatores de risco são: a pele clara, a exposição excessiva ao sol, a história prévia de câncer de pele, história familiar de melanoma, nevo congênito (pinta escura), maturidade (após 15 anos de idade a propensão para este tipo de câncer aumenta), xeroderma pigmentoso (doença congênita que se caracteriza pela intolerância total da pele ao sol, com queimaduras externas, lesões crônicas e tumores múltiplos) e nevo displásico (lesões escuras da pele com alterações celulares pré-cancerosas).

Sintomas

O melanoma pode surgir a partir da pele normal ou de uma lesão pigmentada. A manifestação da doença na pele normal se dá após o aparecimento de uma pinta escura de bordas irregulares acompanhada de coceira e descamação.
Em casos de uma lesão pigmentada pré-existente ocorre aumento no tamanho, alteração na coloração e na forma da lesão, que passa a apresentar bordas irregulares.

Diagnóstico

A coloração pode variar do castanho-claro passando por vários matizes chegando até à cor negra (melanoma típico) ou apresentar área com despigmentação (melanoma com área de regressão espontânea).
O crescimento ou alteração da forma é progressivo e se faz no sentido horizontal ou vertical. Na fase de crescimento horizontal (superficial), a neoplasia invade a epiderme (camada mais superficial da pele), podendo atingir ou não a derme papilar superior (camada intermediária da pele).
No sentido vertical, seu crescimento é acelerado através da espessura da pele, formando nódulos visíveis e palpáveis.

Tratamento

A cirurgia é o tratamento mais indicado. A radioterapia e a quimioterapia também podem ser utilizadas dependendo do estágio do câncer. Quando há metástase (o câncer já se espalhou para outros órgãos) , o melanoma é incurável na maioria dos casos. A estratégia de tratamento para a doença avançada deve ter então como objetivo aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Folheto Câncer de Pele (PDF)




Mesotelioma

Mesotelioma é um tipo de câncer que ocorre nas camadas mesoteliais da pleura, pericárdio, peritônio e da túnica vaginal do testículo. É mais comum em homens que em mulheres.
Histórico:
Quase sempre é causado devido a exposição ao amianto. Nesta doença, células malignas se desenvolvem no mesotélio, um revestimento protetor que cobre a maioria dos órgãos internos do corpo. O seu local de acometimento mais comum é a pleura (o revestimento externo dos pulmões e da parede torácica interna), mas também pode ocorrer no peritôneo (revestimento da cavidade abdominal), no coração, no pericárdio (um saco que envolve o coração) ou na túnica vaginal.
A maioria das pessoas que desenvolvem mesotelioma trabalharam em empregos nos quais foram expostas e inalaram partículas de asbesto, ou elas foram expostas a poeira de asbesto e fibras de outras maneiras. O ato de lavar as roupas de um membro da família que trabalhou com asbestos também pode colocar uma pessoa em risco de desenvolver mesotelioma. Ao contrário do câncer de pulmão, não há associação entre o mesotelioma e o tabagismo, mas o tabagismo aumenta muito o risco de outros cânceres induzidos pelo amianto.
Diagnóstico:
Para confirmar o diagnóstico de mesotelioma, um médico poderá solicitar:
- Biópsia
- Exames de ultrassonografia
- Tomografia cumputadorizada
Sintomas:
Os sintomas do mesotelioma incluem falta de ar devido a derrame pleural (fluido entre o pulmão e a parede torácica) ou dor na parede torácica e sintomas gerais como perda de peso. O diagnóstico pode ser suspeitado com um raio-x de tórax e uma tomografia computadorizada, sendo confirmado através de uma biópsia (amostra de tecido) e exame microscópica. Uma toracoscopia (a inserção de um tubo com uma câmera no tórax) pode ser usada para retirar biópsias. Ela permite a introdução de substâncias como talco para obliterar o espaço pleural (procedimento conhecido como pleurodese), o que previne que mais fluido se acumule pressionando o pulmão.
Tratamento:
O tratamento consiste em:
- Cirurgia para a retirada do tumor
- Quimioterapia para matar possíveis células cancerígenas que não são enxergadas a olho nú durante a cirurgia
- Radioterapia para insenficar o tratamento e melhorar a qualidade do mesmo
Pesquisas sobre exames de rastreamento para detecção precoce do mesotelioma estão em andamento.




Mielodisplasia

Síndrome Mielodisplásica
A SMD se origina de mutações em uma célula-tronco hematopoética normal da medula óssea. Com a SMD, a produção das células sanguíneas na medula óssea é geralmente maior e da medula torna-se preenchida com um número maior que normal de células de sangue(células displásicas com pouca função). O sangue é geralmente deficiente em células porque as células em desenvolvimento na medula morrem antes de que normalmente seriam liberadas no sangue. Isto leva à redução do número de glóbulos vermelhos (anemia), neutrófilos (neutropenia) e das plaquetas (trombocitopenia).
Nos anos 70, o espectro total dos cânceres mielóides não estava bem catalogado. No fim dos anos 70, o termo “síndrome mielodisplásica”, abreviado como SMD, foi criado para englobar um subgrupo dessas neoplasias. A utilização do sufixo “displasia” é enganosa e imprecisa para o uso médico, porque essas não são doenças displásicas; elas são doenças neoplásicas. Além disso, o subgrupo dos distúrbios incluídos nessa categoria que resultam em anemia e às vezes em mudanças leves ou moderadas nas contagens de leucócitos ou plaquetas, pode ficar estável durante décadas sem conseqüências dramáticas à saúde. Aqueles casos que possuem citopenias graves ou blastos leucêmicos geralmente resultam em problemas sérios relacionados à anemia grave, e, às vezes, sangramento exagerado e infecções recorrentes. Cada grupo pode progredir para leucemia mielóide, mas isso ocorre mais freqüentemente e mais cedo no tipo mais grave de síndrome mielodisplásica.
Normalmente, as células imaturas conhecidas como “blastos” representam menos de cinco por cento de todos as células da medula óssea. Em pacientes com SMD, os blastos, muitas vezes representam mais de cinco por cento das células. O número de células blásticas, é um dos principais determinantes da gravidade da doença. Um paciente com mais de 20 por cento de blastos na medula é diagnosticado com leucemia mielóide aguda (LMA).
A SMD é também conhecida como “leucemia latente”, “pré-leucemia” ou “oligoleucemia”. Estes termos podem ser enganosos, implicando que SMD só é problemática e potencialmente fatal, depois de ter evoluído para LMA. Muitos pacientes perguntam se é SMS “câncer”. SMD é um diagnóstico de câncer. Câncer significa que uma mutação de uma célula normal na medula óssea leva ao desenvolvimento de células que já não se comportam normalmente.
Contudo, o efeito de uma doença na vida de um paciente é mais importante do que o termo usado para descrever a doença. É importante saber que o curso de SMD pode ser mais lento e interferir menos com a qualidade de vida do que o curso de doenças que não são consideradas “câncer”, tais como insuficiência cardíaca congestiva, enfisema ou doença de Parkinson.
Características que geralmente são comuns entre essas doenças incluem:
1 – a propensão a mudanças na estrutura das células que são visíveis usando um microscópio. Essas mudanças de tamanho e formato nas hemácias, e alterações na aparência dos leucócitos(glóbulos brancos) e das plaquetas, que podem ser vistas pelo microscópio, ajudam no diagnóstico e são responsáveis pela aplicação do termo “mielodisplasia”;
2 – uma propensão a contagens baixas de hemácias(glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas é uma característica freqüente;
3 – em um paralelo com a leucemia mielóide crônica e aguda, a incidência dos tipos progressivos e não-progressivos de síndrome mielodisplásica aumenta exponencialmente com a idade, e a maioria dos casos ocorrem após os 60 anos de idade.
Sangue e Medula Normais
O sangue é composto de plasma e células suspensas em plasma. O plasma é basicamente composto por água, na qual muitos compostos químicos estão dissolvidos. Esses compostos incluem proteínas, hormônios, minerais, vitaminas e anticorpos, incluindo aqueles que desenvolvemos a partir de imunizações. As células incluem hemácias, plaquetas, neutrófilos, monócitos, eosinófilos, basófilos e linfócitos.
As hemácias compõem metade do volume do sangue. Elas são repletas de hemoglobina, a proteína que capta oxigênio nos pulmões e o leva aos tecidos. As plaquetas são pequenas células (um décimo do tamanho das hemácias) que ajudam a parar o sangramento de um ferimento. Por exemplo, quando alguém se corta, as veias que transportam sangue são lesadas. As plaquetas aderem à superfície lesada de uma veia, unem-se e lacram o local do sangramento. A parede da veia cicatriza no local do coágulo e retorna a seu estado normal.
Os neutrófilos e monócitos são leucócitos. Eles são fagócitos (ou “células comedoras”), porque podem ingerir bactérias ou fungos e matá-los. Ao contrário das hemácias e plaquetas, os leucócitos saem do sangue e entram nos tecidos, onde podem ingerir bactérias ou fungos invasores e ajudar a curar uma infecção. Eosinófilos e basófilos são dois tipos adicionais de leucócitos que participam de reações alérgicas.
A maioria dos linfócitos, um outro tipo de leucócito, fica nos nódulos linfáticos, baço, e canais linfáticos, mas alguns entram no sangue. Existem três tipos principais de linfócitos: células T, células B e células fagocitárias naturais (Natural Killer Cells – NK).
Medula óssea é o tecido esponjoso no qual o desenvolvimento de células sangüíneas acontece. Ela ocupa a cavidade central do osso. Todos os ossos possuem medula ativa no nascimento. Quando a pessoa chega à juventude, os ossos das mãos, pés, braços e pernas não possuem mais medula ativa. Os ossos das costas (vértebras), ossos do quadril e dos ombros, costelas, esterno e crânio contêm medula que cria células sangüíneas ativamente.
O processo de formação de células sangüíneas é chamado de hematopoese. Um pequeno grupo de células, as células-tronco, é responsável pela fabricação de todas as células sangüíneas na medula. As células-tronco acabam se transformando nas células sangüíneas específicas através de um processo de diferenciação (veja Figura 1a e 1b). Para que a hematopoese ocorra, há a necessidade de um parênquima de sustentação para as células-tronco e precursoras. Esse parênquima é constituído de capilares sinusóides, células reticulares, adipócitos, células do tecido conjuntivo frouxo, células histiocitárias , vasos arteriais e venosos, fibrilas nervosas e reticulares. Esse conjunto associado às citocinas, que são substâncias produzidas por células do estroma e que atuam na hematopoese, estimulando ou inibindo a proliferação e diferenciação celular, constituem o MICROAMBIENTE MEDULAR.
Quando há falência desse microambiente, das células-tronco ou das precursoras, ocorrem modificações na formação das células do sangue. Essas variações podem resultar em algumas hematopatias, dentre elas, as mielodisplasias.
Em resumo, as células sangüíneas são produzidas na medula, e quando as células estão completamente formadas e capazes de funcionar, elas saem da medula e entram no sangue. As hemácias e as plaquetas executam suas respectivas funções de entregar oxigênio e lacrar veias sangüíneas danificadas na circulação. Os neutrófilos, eosinófilos basófilos, monócitos e linfócitos, que coletivamente são leucócitos, entram nos tecidos dos pulmões, por exemplo, e podem combater infecções, como pneumonia, e executar suas outras funções.
Síndromes Mielodisplásicas (SMD)
As síndromes mielodisplásicas constituem um grupo de distúrbios sangüíneos clonais (mesmo patrimônio genético), caracterizados por:
1 – Pancitopenia (diminuição de todas as linhagens celulares) no sangue periférico (SP)
2. Medula Óssea (MO) tipicamente normocelular ou hipercelular e suas células apresentam anormalidades morfológicas francas denominadas alterações displásicas, ou seja, alterações de tamanho, na forma e na organização podendo haver um acúmulo de células da medula muito imaturas, chamadas blastos leucêmicos.
A gravidade do distúrbio das células da medula varia e pode ser classificada de leve a muito grave. Sendo assim, a doença pode ser indolente ou crônica, e se manifestar como uma anemia leve; ela pode ter grande diminuição de hemácias, leucócitos e plaquetas e ser mais problemática; ou pode ter grande diminuição de células sangüíneas e ter blastos leucêmicos na medula, e ser ainda mais ameaçadora à saúde do paciente. Além disso, a doença pode progredir de tal forma que os blastos leucêmicos tomam conta da medula e a doença se transforma em leucemia mielóide aguda. A diminuição marcante na formação de células sangüíneas torna difícil para os pacientes prevenirem ou combaterem infecções, e os predispõe a sangramento exagerado (veja o livreto da Abrale sobre Leucemia Mielóide Aguda).
Incidência
Devido às inúmeras formas com que a SMD pode se manifestar, sua incidência anual no Brasil não é conhecida. A incidência nos Estados Unidos é de 10 mil a 20 mil casos por ano, o que equivale a aproximadamente 40 a 80 casos por milhão de habitantes, ou seja, 1 em cada 12 a 25 mil indivíduos é portador de SMD.
A manifestação cresce exponencialmente com a idade. Embora a doença possa surgir em crianças, e ser associada a determinadas anormalidades no cromossomo 5 ou 7, é mais freqüente a partir dos sessenta anos de idade. A doença afeta ambos os sexos, mas, como outras leucemias, é mais comum em homens que em mulheres.
Causas e Fatores de Risco
As causas da SMD são parecidas com as causas da leucemia mielóide aguda. Na maioria dos casos a doença não possui nenhuma causa antecedente externa.
A SMD pode ser “primária” (também chamada de “de novo”) ou “secundária” (casos que surgem após o tratamento com quimioterapia e radioterapia para outro câncer, tais como linfoma, mieloma múltiplo ou câncer de mama).
A exposição repetida a produto químico como o benzeno que danifica o DNA das células-tronco normais é outro fator que pode predispor o desenvolvimento da SMD. Benzeno na fumaça do cigarro é hoje a causa mais de exposição a esta toxina. O benzeno também é encontrado em certos setores industriais, no entanto, a regulamentação estrita da sua utilização tem diminuído sua exposição no local de trabalho. Apenas uma pequena proporção das pessoas expostas à quimioterapia, radioterapia e / ou benzeno desenvolve SMD. A principal teoria sobre o motivo é que algumas pessoas, mas não outras, podem herdar os genes que limitam sua capacidade para se desintoxicar dos agentes causadores.
Sinais e Sintomas:
Na forma crônica ou não-progressiva da doença, o diagnóstico pode ser suspeito a partir da descoberta de anemia durante uma avaliação médica. Se a anemia for moderada ou grave, pode estar presente fadiga exagerada, falta de fôlego durante esforço (como ao subir escadas), palidez ou fraqueza. Nessa forma da doença, anormalidades nos leucócitos e plaquetas, que podem estar presentes, geralmente são insuficientes para fornecer sinais ou sintomas. Na forma mais avançada e progressiva da doença, que é uma leucemia mielóide com baixa contagem de blastos, o paciente geralmente procura o médico por causa da perda da sensação de bem-estar, fadiga, fraqueza ou perda de apetite.
Ocasionalmente, o sangramento da pele, também chamado de púrpura, e o sangramento prolongado de cortes são resultado de contagens de plaquetas muito baixas. Podem ocorrer infecções na pele, em cavidades, no trato urinário ou em outros locais por causa da baixa contagem de leucócitos. Em geral, infecções recorrentes graves não são marcantes na época da manifestação da doença.
Subgrupos de Doenças
Embora a síndrome mielodisplásica cubra um espectro de doenças mielóides neoplásicas , a maioria dos casos pode ser classificada em vários subgrupos, baseando-se nas contagens de células sangüíneas e na aparência delas sob o microscópio. Os subtipos principais são:
Citopenias crônicas e não-progressivas
Deficiências na contagem de células sangüíneas sem evidência de blastos leucêmicos formam cerca de um terço das doenças mielodisplásicas. A doença pode provocar principalmente deficiências: 1) de hemácias, 2) de hemácias e leucócitos, ou 3) de hemácias, leucócitos e plaquetas. Essas situações são chamadas de anemia refratária ou mais adequadamente citopenia refratária, uma vez que as contagens de leucócitos e plaquetas possam ser tão baixas quanto a de hemácias. Essas situações podem ser não-progressivas durante anos ou décadas. Se a deficiência na contagem de células sangüíneas for leve, a circunstância pode ter pouco efeito sobre a capacidade do paciente em conduzir suas atividades normais. Entre 10 e 15% dos pacientes desse subgrupo podem mais tarde desenvolver leucemia mielóide aguda.
Sideroblastos anormais podem estar presentes nas hemácias em desenvolvimento na medula
Nesse caso, a doença é chamada de “anemia sideroblástica”. “Sidero” é um prefixo que significa “ferro”, do grego “sideros”. Todas as hemácias normais contêm finas partículas de ferro que são incorporadas à hemoglobina, a proteína que transporta oxigênio e que dá às hemácias sua cor e capacidade funcional. No caso de sideroblastos anormais, grandes quantidades de ferro ficam presas nas hemácias em desenvolvimento em locais anormais. Tingindo células da medula para procurar ferro e examinando-as no microscópio pode-se identificar essas células ou sideroblastos anormais.
Citopenias progressivas e sintomáticas nas células sangüíneas
Outro subgrupo de doenças mielodisplásicas revela indícios de blastos leucêmicos na medula. Essa descoberta é geralmente associada a baixas contagens de hemácias, leucócitos e plaquetas, e a outras mudanças na forma e na estrutura das células sangüíneas sob o microscópio, que são características dessas síndromes leucêmicas. Essa categoria de doenças tem sido chamada de “anemia refratária com excesso de blastos”, “leucemia latente” e outras designações. Como a outra categoria da síndrome mielodisplásica, essa pode ter uma ampla gama de gravidade e uma diferença no nível de piora. Se a contagem de blastos leucêmicos é alta, a designação “anemia refratária com excesso de blastos” foi usada, mas a designação não é útil, e sua utilização foi desaconselhada. Tais pacientes são considerados como tendo leucemia mielóide aguda. Na verdade, essas doenças são todas graduações de gravidade da leucemia aguda. A proporção de blastos leucêmicos na medula e o grau das anormalidades nas contagens de células sangüíneas estão correlacionados ao ritmo de progressão da doença.
Diagnóstico
O diagnóstico só pode ser feito através da contagem de células sangüíneas e do exame da aparência das células sangüíneas ao microscópio, complementados por um exame microscópico das células da medula. A avaliação da estrutura dos cromossomos usando técnicas aplicáveis às células do sangue e da medula pode ser realizada nas amostras obtidas. Essa avaliação citogenética é indicada para concluir o diagnóstico.
O diagnóstico de SMD exige pelo menos um dos seguintes procedimentos para estar presente na medula óssea:
1. Presença de blastos: mais de 5% das células da medula óssea
2. Anomalias citogenéticas: refere-se aos cromossomos. Células da SMD pode ter alterações cromossômicas danos ao DNA). Anormalidades também são descritas como “simples” (menos de três cromossomos afetados) ou “complexas” (três ou mais cromossomos afetados). As anomalidades citogenéticas mais encontradas na SMD envolvem:
a. a perda ou supressão do braço longo (q) de um dos dois cromossomos: cromossomo 5 (5q-), ou de um dos dois cromossomos 7 (7q-), ou de um dos dois cromossomos 20(20q-)
b. A perda completa de um dos cromossomos: 5(-5) ou 7(-7)
c. Trissomia 8: uma cópia extra do cromossomo 8, de modo que existem três cópias em vez de duas.
3. Mudanças óbvias na estrutura ou forma da medula óssea (displasia).
Hibridização fluorescente in situ, referida como o FISH, é um método que é utilizado para identificar as células cujos núcleos contêm anomalias cromossômicas. FISH pode ser usada
para identificar as células anormais para o diagnóstico e acompanhar os efeitos da terapia.
Determinando a Necessidade de Tratamento
O Score de prognóstico internacional (IPSS – Tabela 1), é usado por um grande número de médicos que tratam pacientes com SMD.
O IPSS, introduzido em 1997, foi concebido de forma a traduzir o grau de gravidade da doença a partir de descrições gerais em um objetivo padrão. O IPSS classifica o paciente em baixo risco, intermediário 1, intemediário 2 e alto risco.
Em 1982 o grupo Francês-Americano-Britânico (FAB), elaborou uma classificação da SMD. A classificação FAB da SMD consiste em cinco subtipos:
1. Anemia refratária (RA)
2. Anemia refratária com siderolastos (ARRS)
3. Anemia refratária com excesso de blastos (AREB)
4. Anemia refratária com excesso de blastos em transformação (AREB-T)
5. Leucemia mielomonocítica crônica
Em 1999, a Organização Mundial da Saúde (OMS) modificou a classificação da FAB da SMD. A classificação da OMS:
• Incorpora dados moleculares e alterações citogenéticas
• Define os pacientes com mais de 20% de blastos na medula como tendo LMA
• Inclui uma nova categoria de “síndromes mielodisplásicas / mieloproliferativas” (SMD / SMP), que inclui a leucemia mielomonocítica juvenil (LMMJ) e leucemia mielomonocítica crônica (LMMC)
• Adiciona os subtipos síndrome 5q-, citopenia refratária com displasia multilinear (DRDM) e SMD inclassificáveis (MDS-u)
• Considera RAEB-T seja uma leucemia, em vez de um subtipo do SMD
Alguns médicos usam a classificação FAB ou a classificação da OMS de SMD em combinação com as IPSS para estimar o risco e sobrevida. As IPSS e outras classificações também são úteis na interpretação dos resultados de ensaios clínicos cooperativos envolvendo pacientes em centros de tratamento diferentes.
O método de determinação da categoria de risco IPSS é converter cada um dos seguintes fatores de doença do paciente em uma pontuação numérica:
• A percentagem de células blásticas leucêmicas da medula
• A gravidade das alterações cromossômicas nas células da medula
• A presença de uma ou mais citopenias, por exemplo, anemia anemia, com baixa contagem de células brancas, ou anemia, com baixa contagem de glóbulos brancos e plaquetas baixas.
Tabela de Pontos

Gerenciamento da Doença e Problemas de saúde (Complicações)
Viver com uma doença grave pode ser um desafio difícil. Os pacientes talvez necessitem mudar seu estilo de vida, o que pode ser um problema. A SMD também atinge membros da família e amigos. Conversar com os médicos e enfermeiras que tratam do paciente pode ajudar a diminuir a preocupação com a doença e com o futuro. A equipe profissional também está preparada para indicar outros recursos. Muitos pacientes sentem um alívio emocional quando conseguem recuperar uma sensação de controle sobre suas vidas. As informações seguintes podem ajudar no gerenciamento de problemas de saúde comuns para pacientes com a doença.
Quando uma doença grave é diagnosticada e o médico recomenda uma espera sob observação, os pacientes, às vezes, ficam assustados. Nesse grupo de doenças, os pacientes que estão na extremidade crônica e estável ou indolente do espectro geralmente não são tratados. Os pacientes podem tolerar diminuições leves ou moderadas nas contagens de células sangüíneas sem prejudicar suas atividades normais.
Abordagens Terapêuticas
É importante que os pacientes com SMD sejam tratados por um médico, geralmente um oncohematologista, que se especializou no tratamento de doenças do sangue, incluindo SMD. As metas de terapia para MDS variam com base nos fatores de baixo ou de alto risco e qual a idade do paciente. Em geral, a meta de tratamento para pacientes com baixo risco de SMD é para controlar a doença, reduzindo suas necessidades de transfusão, diminuindo o risco de infecção e aumentando o número de anos com qualidade de vida.
No presente momento, a única terapia potencialmente curativa para SMD-alto risco e a quimioterapia em altas doses com transplante de células tronco hematopoéticas alogênico,um opção para os pacientes mais jovens que têm um doador HLA compatível.Há muitos pacientes com SMD, cuja prognóstico é considerado bom o suficiente para que ele não tenha indicação para submeter-se ao transplante. Para pacientes com menor risco SMD, os benefícios deste tratamento geralmente não ultrapassam os riscos envolvidos.
Há uma série de abordagens gerais para o tratamento, que pode ser usado sozinho ou em combinação. Estes incluem:
• Observação periódica nas contagens sanguíneas: é geralmente recomendado para um paciente com IPSS baixo ou risco intermediário-1, nível de hemoglobina superior a 10 g /dL e contagem de plaquetas superior a 50.000 mm3, sem necessidade de transfusão. Tais pacientes podem ser capazes de manter seus níveis de atividade habitual sem tratamento.
• Transfusões e terapia quelante de ferro: o tratamento para melhorar as contagens de células do sangue pode levar ao alívio dos sintomas. Periódicas transfusões de hemácias e plaquetas podem ser necessárias.
A decisão de dar transfusões de hemácias é baseada em uma combinação de fatores, incluindo o nível de hemoglobina do paciente, os sintomas, por exemplo, sensação de fadiga ou falta de ar e quaisquer outras complicações de saúde, como doenças do coração.
Os glóbulos vermelhos contêm ferro e os pacientes que têm necessidades de transfusão periódicas, podem estar em risco de “sobrecarga de ferro”, uma condição que pode causar danos ao coração e fígado. Um exame de sangue chamado de nível de ferritina sérica é usado para acompanhar o paciente. Existem dois medicamentos chamados quelantes de ferro que removem o excesso de ferro: Deferasirox (Exjade ®) é uma medicação oral e Mesilato de deferoxamina (Desferal ®) é administrado por via subcutânea como um lento intramuscular ou endovenosa.
Transfusões de plaquetas são normalmente necessárias uma vez que a contagem de plaquetas é inferior a 10.000 / mm3.
• Administração de eritropoietina (EPO) e fatores de crescimento de granulócitos(GCSF) ou granulócitos e monócitos(G-MCSF): em alguns pacientes com diminuição nas contagens de células sangüíneos, os agentes que podem estimular a produção células do sangue, chamado de “fatores de crescimento”, podem ser úteis. A eritropoetina é um hormônio produzido nos rins que estimula a produção de glóbulos vermelhos. A eritropoietina é administrada por injecção a pele (via subcutânea), pode diminuir as necessidades de transfusão e possivelmente melhorar a sobrevivência.
O fator estimulador de colônias de granulócitos (G-CSF) um hormônio que aumenta a produção de glóbulos brancos ou outra medicação chamada fator estimulador de colônias de granulócitos e monócitos (GM-CSF), podem ser utilizados para tratar pacientes com baixas contagens de glóbulos brancos que desenvolvem infecções.
AMG 531 é uma nova droga a ser investigada em ensaios clínicos em doentes com MDS baixa contagem de plaquetas
• Globulina antitimócitica (ATG): alguns pacientes SMD tem uma doença caracterizada por linfócitos que destroem precursores normais dos eritrócitos, neutrófilos e plaquetas. ATG é uma imunoglobulina que obtida de coelhos ou cavalos e é administrada por via intravenosa, destrói os linfócitos e melhora as contagens de sanguíneas em alguns pacientes com SMD. Os pacientes devem conversar com seus médicos sobre se eles podem beneficiar do tratamento com ATG.
• Drogas para SMD: três abordagens azacitidina, decitabina e lenalidomida, aprovadas para o tratamento da SMD
Azacitidina (Vidaza ®): Esta droga, conhecida como um agente que provoca a hipometilação das células doentes da medula óssea, ajudando medula óssea do paciente a melhorar sua função. Ele também destrói as células da medula óssea que se reproduziram de forma anormal. Azacitidina é administrada por injecção subcutânea, geralmente sete dias consecutivos, a cada quatro semanas.
Em média, cerca de 40 por cento dos pacientes respondem a azacitidina. Azacitidina não causa efeitos colaterais, como náuseas, vômitos e diarréia, mas podem reduzir temporariamente as contagens de sangue, que geralmente retornam a seus níveis anteriores ao tratamento em 7 a 10 dias.
Azacitidina oral está sendo estudada na fase 1 de ensaios clínicos para determinar a sua dose adequada e eficácia.
Decitabina (Dacogen ®): Outro agente que provoca a hipometilação é aprovado para pacientes de baixo e de alto risco, administrado por via intravenosa. Decitabina também foi estudado em um ensaio clínico randomizado comparando o tratamento com observação e transfusões sozinho para observação e transfusões com decitabina. Como azacitidina, decitabina reduziu as necessidades de transfusão de sangue e as contagens sangüíneas em 30 a 40% dos pacientes. No entanto, mais estudos são necessários para determinar doses eficazes de decitabina.
Lenalidomida Revlimid ®): é uma droga aprovada pelo FDA para o tratamento de doentes com dependência de transfusões, classificados como risco baixo ou intermediário -1, associado com um deleção(desaparecimento) do braço longo do cromossomo 5 (del 5q), com ou sem anomalias citogenéticas adicionais, e é o tratamento preferencial para estes doentes. A deleção de 5q pode ocorrer em 20 a 30% de todos os casos SMD. A lenalidomida é uma droga imunomoduladora que é um derivado da talidomida. Ela produz e mantém a independência de transfusão de glóbulos vermelhos na maioria dos pacientes de baixo risco com del 5q por cerca de dois anos. Lenalidomida também reduz a necessidade de transfusões em pacientes de baixo risco, sem del 5q, mas não de forma tão eficaz como em pacientes com del 5q. Estudos adicionais são necessários para compreender o efeito da lenalidomida na esperança de vida e de seus benefícios para pacientes com IPSS intermediário-2-ou de alto risco MDS, com ou sem del 5q.
• Quimioterapia: do tipo utilizado para tratar a leucemia mielóide aguda (LMA), associada ou não ao transplante células-tronco hematopoéticas alogênico(TCTH): Os pacientes de risco intermediário e alto-2 pode necessitar de tratamento com o mesmo tipo de quimioterapia, que é utilizado no tratamento da LMA. Esta forma de tratamento também leva em conta a idade do paciente e de quaisquer condições médicas coexistentes.
Estes são alguns dos medicamentos que podem ser utilizados:
• Citarabina (citosina-arabinosídeo, ara-C®)
• Idarrubicina (Idamicina ®)
• Daunorrubicina (Daunorrubicina ®)
• Mitoxantrone (Novantrone ®).
Os medicamentos podem ser administrados isoladamente ou em combinações de dois ou três agentes diferentes (quimioterapia combinada). Inicialmente, a aplicação da quimioterapia irá fazer a contagem de células do sangue do paciente piorar. Isto significa que o médico tem de avaliar se a quimioterapia intensiva se justifica, considerando tanto a gravidade dos distúrbios celulares e as potencialidades para o paciente para responder à quimioterapia com uma remissão e os efeitos colaterais do tratamento.
A importância do “estágio da doença” no momento do TMO, a presença de blastos e o espaço para a “indução” pré TMO, a melhor fonte de células (medula óssea ou sangue periférico), o impacto das co-morbidades e da intensidade do regime de condicionamento devem ser avaliadas e debatidas individualizando o tratamento.
O uso do transplante alogênico usando abordagens que são menos tóxicas para o paciente (receptor de medula ou células-tronco) podem se tornar disponíveis para aqueles pacientes com um doador. Esses transplantes “não-ablativos” ou “mini” transplantes estão sendo estudados para disponibilizar o transplante em pacientes mais idosos, para os quais o transplante até agora, não foi uma boa opção de tratamento. O transplante poderá ser indicado, e dependerá da idade, tipo de tratamento e resposta a quimioterapia inicial(veja o manual e site acerca do TCTH).
Melhor cuidado de suporte, o tratamento com agentes mais novos (lenalidomida, azacitidina e decitabina), o progresso no transplante de células-tronco e
estudos de novos medicamentos em ensaios clínicos estão contribuindo para melhores resultados e qualidade de vida dos doentes de SMD. No entanto, o prognóstico da doença varia muito, e todos os pacientes são aconselhados a discutir informações com seus médicos.
Pacientes de alto risco devem falar com seus médicos sobre se não seria um benefício para participar de um ensaio clínico.
O Futuro
As Novas Drogas ou a Nova Aplicação de Drogas Atuais
O objetivo dos ensaios clínicos para o SMD e outros cânceres do sangue é melhorar o tratamento e a qualidade de vida e aumentar a sobrevivência. Os ensaios clínicos são cuidadosamente planejados e acompanhados de estudos de investigação, conduzidos pelos médicos. Um tratamento que está provado seguro e eficaz num ensaio clínico muitas vezes é aprovado para uso como um tratamento padrão, se é mais eficaz e tem menos efeitos colaterais do que os tratamento padrão atual.
Participação dos pacientes nos ensaios clínicos é necessária para melhorar as terapias padrão, de forma que todos os pacientes com SMD possam um dia ser curados de sua doença.
Os ensaios clínicos podem envolver novas drogas, novas combinações de drogas ou medicamentos aprovados que estão sendo estudadas para tratar pacientes em novas formas, por exemplo, dosagens nova droga ou horários de administração.
Há vários ensaios clínicos para estudar o tratamento com combinações de fármacos aprovados como azacitidina ou decitabina, e quimioterapia para LMA. A idéia de combinar os agentes é que, uma vez que cada medicação age de diferentes maneiras de matar as células cancerosas, utilizando-os em conjunto, podem destruir um maior numero de células da doença e ser tão eficaz como terapia padrão, mas com menos efeitos secundários tóxicos. Azacitidina também está sendo estudada como terapia de manutenção para pacientes com SMD que atingem remissão completa ou parcial após a quimioterapia intensiva. O objetivo do
estudo é verificar se a duração da resposta do paciente é melhorada com azacitidina.
Alguns dos ensaios clínicos são para todos os tipos SMD de alto risco, outros são para qualquer um de menor risco ou de alto risco SMD. Os pacientes devem falar com seus médicos sobre os benefícios de tratamento em um ensaio clínico específico. Elegibilidade para os ensaios podem depender da idade do paciente, tipo de risco e tratamento prévio para o SMD.
Algumas drogas que estão sendo estudadas nos ensaios clínicos para tratar as síndromes mielodisplásicas:
Trióxido de arsênico (Trisenox ®)
Clofarabina (Clolar ®)
Lonafarnib (Sarezer ®)
Tipifarnib (Zarnestra ®)
O ácido valpróico (Depakene ®)
Vorinostat (Zolinza ®)
Exemplos de combinações de drogas estão em estudo
• Trióxido de arsênico (Trisenox ®: droga usada principalmente para tratar leucemia promielocítica aguda(MA-M3) em combinação com azacitidina (Vidaza ®) ou com tipifarnib (Zarnestra ®), um inibidor de farnesil transferase (FTI), e gemtuzumab (Mylotarg ®), um anticorpo monoclonal. Mylotarg ® é aprovado para tratar LMA CD33-positivo em pacientes com mais de 60 anos que estão em primeira recidiva e que não são considerados candidatos para a quimioterapia citotóxica.
• Clofarabina (Clolar ®: um medicamento aprovado para tratar leucemia linfocítica aguda (LLA) recaída ou refratária na infância.
• Lonafarnib (Sarezer ®): um inibidor de farnesil transferase (FTI). Ele está sendo estudado em pacientes que recebem entre um e oito transfusão de plaquetas a cada quatro semanas.
• Acido valpróico (Depakene ®), um inibidor da histona deacetilase (inibidor HDAC), em combinação com decitabina (Dacogen ®).
• Vorinostat (Zolinza ®), um inibidor da histona deacetilase (inibidor HDAC), em
combinação com azacitidina (Vidaza ®).
Vacinas: Os ensaios clínicos estão em andamento para determinar se uma vacina poderia ser eficaz no tratamento de pacientes com idade entre 18 anos e idosos com menor risco.




Mieloma Múltiplo

Mieloma Múltiplo Mieloma Múltiplo é um câncer que se desenvolve na medula óssea, devido ao  crescimento descontrolado de células plasmáticas. Embora seja mais comum em pacientes idosos, há cada vez mais jovens desenvolvendo a doença.
As células plasmáticas fazem parte do sistema imunológico do corpo. Elas são produzidas na medula óssea, sendo liberadas para a corrente sangüínea. Normalmente, as células plasmáticas constituem uma porção muito pequena (menos de 5%) das células da medula óssea. Os portadores de mieloma têm uma produção aumentada de células plasmáticas e, portanto, um número aumentado dessas células na medula óssea que pode variar de 10% a 90%.
Quando ocorre esse aumento de células plasmáticas, essas podem se acumular na medula óssea (intramedular) ou em outras localizações (extramedular), habitualmente nos ossos. Tais acúmulos de células plasmáticas são denominados plasmocitomas. Os pacientes com mieloma múltiplo podem apresentar plasmocitomas intra ou extramedular.
O fato do paciente apresentar um acúmulo de plasmócitos em um único local (um único tumor localizado) é considerado um sinal de que o paciente tem um risco significativo de um dia desenvolver mieloma múltiplo. Sendo assim, esse acúmulo local não é considerado mileloma múltiplo. O mieloma múltiplo é caracterizado por múltiplas lesões líticas (ósseas) e/ou proliferação difusa de células plasmáticas na medula óssea.
As células plasmáticas produzem citoquinas chamadas de fatores de ativação dos osteoclastos (FAOs), essas substâncias estimulam o crescimento e a atividade desta célula denominada osteoclasto, e esse estímulo faz com que ocorram as lesões ósseas.
Sintomas
Quando há mais do que 30% de células plasmáticas, podem aparecer lesões ósseas disseminadas muito parecidas com uma osteoporose severa. As lesões líticas podem ter aparência de mancha escura ao raio-X. Essas lesões enfraquecem o osso e, como resultado, ocorrem dores ósseas e/ou fraturas patológicas que são os primeiros sintomas perceptíveis do mieloma.
As células plasmáticas secretam proteínas chamadas de anticorpos (imiunoglobulinas), que são uma parte chave do sistema imunológico. O aumento das proteínas secretadas pelas células plasmáticas malignas e detectadas no sangue. Estas são denominadas proteínas M. Fragmentos dessas proteínas, chamadas de cadeias leves ou proteína de Bence-Jones, são evidenciados em exames de urina. Por essa razão, em muitos pacientes o diagnóstico de mieloma é suspeitado pela primeira vez quando, em exames de rotina de sangue ou urina, são demonstrados níveis elevados de proteínas.
Quando o osso é reabsorvido, o cálcio é liberado em níveis elevados na corrente sangüínea. Essa condição é chamada de hipercalcemia que, quando descontrolada pode causar efeitos colaterais graves, incluindo insuficiência renal.
O aumento das células plasmáticas, do cálcio e o excesso de proteínas no sangue podem danificar as células sangüíneas vermelhas e brancas, levando, muitas vezes, à anemia e fadiga. Podem também alterar o sistema imunológico, predispondo o paciente à infecção. Também é comum a trombocitopenia (diminuição no número de plaquetas), podendo causar sangramentos.
Diagnóstico
Os sinais e sintomas mais freqüentes são: dores ósseas que não respondem ao uso medicações para dor ou fraturas ósseas patológicas isto é que ocorrem com pequenos traumas e alterações bioquímicas do sangue ou da urina. A confirmação do diagnóstico de mieloma requer a ocorrência de pelo menos dois dos seguintes itens:
1. Uma amostra de medula óssea com células plasmáticas acima de 10% (geralmente acima de 20 a 30%). Essas células plasmáticas normalmente são monoclonais.
2. Uma série de raio-X de todo o esqueleto que mostra lesões líticas em pelo menos três ossos diferentes.
3. Amostras de sangue ou urina com níveis anormalmente elevados de anticorpos (imunoglobinas) ou proteínas de Bence-Jones: secretadas por células plasmáticas e detectadas por um processo chamado eletroforese de proteínas.
4. Uma biópsia mostrando um tumor de células plasmáticas (plasmocitoma) dentro ou fora do osso.
O diagnóstico de plasmocitoma solitário se faz quando:
1. A biópsia cirúrgica demonstrar um tumor de células plasmáticas dentro ou fora do osso.
2. A proliferação de células plasmáticas for abaixo de 10% do total de células da medula óssea, e nenhuma lesão lítica seja detectada além do local do tumor.
Os pacientes com plasmocitomas solitários podem também apresentar proteína M no sangue ou Bence-Jones na urina, quando o tumor for descoberto. Se a proteína M não for mais detectada após o tumor ter sido removido e/ou tratado com radioterapia, o diagnóstico de plasmocitoma solitário estará confirmado.
O plasmocitoma solitário em geral é considerado como um dos estágios iniciais do mieloma. O fato é que uma porcentagem de pacientes que apresentaram plasmocitomas solitários desenvolvem mieloma. Esse risco é mais alto para os pacientes com tumores intramedulares (dentro do osso). O desenvolvimento do mieloma pode ocorrer após muito tempo do tratamento do plasmocitoma.
Alguns pacientes apresentam níveis anormalmente elevados de proteínas no sangue ou na urina, sem demonstrar nenhum outro sintoma. Essa condição é chamada de Gamopatia Monoclonal de Significado Indeterminado (GMSI). Os pacientes com GMSI podem desenvolver mieloma múltiplo, mas a GMSI por si só não é prejudicial e não requer tratamento, somente visitas periódicas ao médico.
Após ter sido confirmado o diagnóstico de mieloma, é importante avaliar o estágio da doença. Os médicos geralmente se baseiam em duas questões:
1. Qual o estadiamento do mieloma?
A quantidade é indicada pela porcentagem de células plasmáticas na medula óssea, pela quantidade e severidade das lesões ósseas e pelo valor de proteínas no sangue ou na urina. Essa avaliação é importante para quantificar a progressão da doença.
2.Qual o grau de agressividade do mieloma?
Com que velocidade as células plasmáticas estão se multiplicando? Os tumores crescem quando as células malignas que os compõem se reproduzem pelam mitose, que é um processo pelo qual uma célula replica seu DNA (genes) e depois se divide em duas células idênticas. A agressividade geralmente é medida através de técnicas avançadas, como por exemplo, o índice de marcação das células plasmáticas com timidina tritiada, que mede a porcentagem de células que estão em vias de se reproduzir. Quanto mais alto esse índice, mais rápido será a instalação da doença.
Essas questões são importantes porque ajudam a prever o sucesso de diferentes esquemas de tratamento. Por exemplo, alguns esquemas de tratamento funcionam melhor com mielomas mais agressivos. Portanto, os pacientes com mieloma múltiplo devem ser submetidos a uma grande quantidade de testes para avaliar o mieloma e a sua agressividade, além de medir os fatores prognósticos relevantes e conhecer os efeitos da doença nas funções corporais vitais, antes de se tomar quaisquer decisões sobre o tratamento.
Tanto o estadiamento como a agressividade do mieloma são valiosos marcadores na medida da resposta ao tratamento. Se qualquer um dos dois puder ser reduzido durante o tratamento, é um sinal de que o paciente está respondendo ao tratamento proposto pelo médico.
Tratamento
Os tratamentos para o mieloma têm quatro objetivos:
1) Estabilização: tomar medidas para evitar os desequilíbrios bioquímicos e do sistema imune que podem ocorrer durante a evolução do mieloma e que constituem ameaças fatais.
2) Paliativo: aliviar o desconforto e aumentar a capacidade do paciente de ter funções normais.
3) Indução à remissão: diminuir a severidade dos sintomas, reduzindo a velocidade ou interrompendo temporariamente a evolução da doença.
4) Cura: atingir uma remissão completa e permanente.
Em outras palavras, a finalidade do tratamento é que o paciente se sinta melhor e seu organismo funcione melhor, isto é, que uma melhor qualidade de vida. O tratamento também deve controlar os efeitos da doença no funcionamento normal do corpo, reduzindo a velocidade desses efeitos ou parando temporariamente. As remissões podem durar anos ou até décadas.
Tratamentos disponíveis: os tratamentos disponíveis para o mieloma múltiplo, que até o momento viam o controle dos sintomas, são:
1) Quimioterapia
2) Radioterapia
3) Interferon Alfa (como tratamento de manutenção)
4) Transplante de Medula Óssea e transplante de células tronco-periféricas (TCTP).
5) Coleta de células tronco-periféricas
6) Plasmaférese
7) Esquemas para controle dos sintomas: a administração de drogas para controlar a hipercalcemia, a destruição do osso, dores e infecções.
Os bisfosfonatos podem reduzir a destruição óssea significativamente e melhorar a hipercalcemia.
Os antibióticos e as vacinas (como a Pneumovax, por exemplo) podem desempenhar um papel importante na prevenção e combate às infecções.
A eritropoetina pode ser utilizada para melhorar a anemia e os sintomas que a acompanham por exemplo, fadiga, falta de apetite.
A cirurgia pode ser utilizada para diminuir ou retirar os tumores, reparar alterações ósseas e reduzir a dor. Uma gama de medicações e procedimentos contra a dor está disponível para aliviar o desconforto.
O mieloma múltiplo é uma doença crônica que pode ser tratada e controlada por tempo muito prolongado e o paciente poderá ter uma vida normal, com as atividades pouco interrompidas se seu tratamento e seguimento for realizado corretamente. Por essa razão tal patologia não deve ser encarada como uma doença fatal, em que o paciente terá pouco tempo de vida, pois com os novos avanços, a terapia para o mieloma é possível e o paciente pode permanecer anos com a doença controlada. Por essa razão converse com seu médico sobre a patologia e faça os questionamentos que julgar necessários para que se sinta seguro em relação ao seu tratamento e prognóstico.
Formas de tratamento para o Mieloma Múltiplo
Algumas questões podem ser discutidas e esclarecidas com seu especialista. A seguir, listamos algumas sugestões de perguntas:
Obtenha uma descrição completa do esquema de tratamento.
Quais são os objetivos do tratamento?
Qual o tratamento indicado?
Por quanto tempo será administrado?
Com que freqüência serão realizadas as consultas médicas?
Qual a necessidade de uma internação?
Qual o impacto na qualidade de vida do paciente?
Como as pessoas se sentem antes, durante e depois do tratamento?
Há alguma alteração física na aparência?
Será necessário um tratamento de manutenção?
Quanto custará? O seguro saúde cobrirá os custos?
Qual a experiência existente com o tratamento? Quantos pacientes já o receberam? Por quanto tempo esses pacientes foram acompanhados após o tratamento?
Quais as chances de atingir a remissão completa ou parcial?
Quanto tempo as remissões podem durar?
No caso de uma recaída, quais seriam as opções?
Quais as expectativas para a diminuição dos sintomas?
Qual a expectativa de vida das pessoas que receberam o tratamento?
Qual a gravidade dos efeitos colaterais?
Existem tratamentos para os efeitos colaterais?




Ovário


Pouco frequente, o câncer de ovário é o tumor ginecológico mais difícil de ser diagnosticado e o de menor chance de cura. Cerca de 3/4 dos cânceres desse órgão apresentam-se em estágio avançado no momento do diagnóstico. A maioria dos tumores de ovário são carcinomas epiteliais (câncer que se inicia nas células da superfície do órgão), o mais comum, ou tumor maligno de células germinativas (que dão origem aos espermatozoides e aos ovócitos – chamados erroneamente de óvulos.

Prevenção

As mulheres devem estar atentas aos fatores de risco e consultar regularmente o seu médico, principalmente aquelas acima de 50 anos. Fatores hormonais, ambientais e genéticos estão relacionados com o aparecimento do câncer de ovário. História familiar é o fator de risco isolado mais importante. Cerca de 10% dos casos apresentam componente genético ou familiar, e 90% são esporádicos, isto é, sem fator de risco conhecido.
Ter tido câncer de mama, útero ou colorretal ou nunca ter engravidado também aumenta o risco de ter câncer de ovário. Alguns estudos sugerem que a ingestão do hormônio estrogênio (sem progesterona) por 10 anos ou mais pode aumentar a chance de a mulher vir a ter esse tipo de tumor.
A presença de cistos no ovário, bastante comum, não deve ser motivo para pânico. O perigo só existe quando eles são maiores que 10 cm e possuem áreas sólidas e líquidas. Nesse caso, quando detectado o cisto, a cirurgia é o tratamento indicado.
O exame preventivo ginecológico (Papanicolaou) não detecta o câncer de ovário, já que é específico para detectar o câncer do colo do útero.

Sintomas

Na fase inicial, o câncer de ovário não causa sintomas específicos. À medida que o tumor cresce, pode causar pressão, dor ou inchaço no abdômen, pelve, costas ou pernas; náusea, indigestão, gases, prisão de ventre ou diarreia e cansaço constante. Outros sintomas, apesar de menos comuns, também podem surgir, como necessidade frequente de urinar e sangramento vaginal. A maioria desses sintomas não significa que a mulher tem tumor de ovário, mas serve de alerta para que ela procure um médico.

Diagnóstico

Diante de algum sintoma suspeito, o médico poderá pedir exame de sangue específico e uma ultrassonografia transvaginal. Baseado nos resultados desses testes, poderá ser indicada biópsia (feita por laparoscopia ou laparotomia) do tecido ovariano.

Tratamento

Diversas modalidades terapêuticas podem ser oferecidas (cirurgia, radioterapia e quimioterapia). A escolha  vai depender principalmente do tipo histológico do tumor, do estadiamento, da idade e das condições clínicas da paciente e de se o tumor é inicial ou recorrente. Se a doença for detectada no início – especialmente nas mulheres mais jovens – é possível remover somente o ovário afetado.







Pâncreas


Os tumores de pâncreas mais comuns são do tipo adenocarcinoma (que se origina no tecido glandular), correspondendo a 90% dos casos diagnosticados. A maioria dos casos afeta o lado direito do órgão (a cabeça). As outras partes do pâncreas são corpo (centro) e cauda (lado esquerdo). Pelo fato de ser de difícil detecção, o câncer de pâncreas apresenta alta taxa de mortalidade, por conta do diagnóstico tardio e de seu comportamento agressivo. No Brasil, é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 4% do total de mortes por essa doença.
Raro antes dos 30 anos, torna-se mais comum a partir dos 60 anos. Segundo a União Internacional Contra o Câncer (UICC), os casos da doença aumentam com o avanço da idade: de 10/100.000 habitantes entre 40 e 50 anos para 116/100.000 habitantes entre 80 e 85 anos. A incidência é mais significativa em homens.

Prevenção

Não fumar, evitar a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, além de adotar dieta balanceada, rica em frutas e vegetais, são medidas válidas para prevenir o câncer de pâncreas.
O tabaco aparece como principal fator de risco para o surgimento desse tipo de câncer. Quem faz uso do cigarro e seus derivados, tem três vezes mais chances de desenvolver câncer de pâncreas do que os não fumantes. E quanto maior a quantidade e o tempo de consumo, maior o risco. A doença também está relacionada ao consumo excessivo de gordura, de carnes e de bebidas alcoólicas, e à exposição a compostos químicos, como solventes e petróleo, durante longo tempo.
Pessoas que sofrem de pancreatite crônica ou de diabetes melitus, submetidas a cirurgias de úlcera no estômago ou duodeno, que sofreram retirada da vesícula biliar, bem como com histórico familiar de câncer têm mais chances de desenvolver a doença. Esse grupo deve se submeter a exames médicos periódicos.

Sintomas

Os sintomas dependem da região onde está localizado o tumor. Os mais perceptíveis são perda de apetite e de peso, fraqueza, diarreia e tontura.
O tumor que atinge a cabeça do pâncreas provoca icterícia, doença que deixa a pele e os olhos amarelados (causada pela obstrução biliar). Quando o tumor avança, um alerta comum é a dor na região das costas, no início, de baixa intensidade, podendo ficar mais forte. Outro sintoma é o aumento do nível de glicose (açúcar) no sangue, causado pela deficiência na produção de insulina, principal função do pâncreas.

Diagnóstico

A localização do pâncreas, na cavidade mais profunda do abdômen, atrás de outros órgãos, prejudica a detecção do tumor, que em geral acontece tardiamente.
Entre os exames que podem ser solicitados estão os de sangue, fezes, urina, ultrassonografia abdominal, tomografia, ressonância nuclear de vias biliares e da região do pâncreas. A confirmação se dá por biópsia de tecido do órgão.

Tratamento

O câncer de pâncreas tem chances de cura se for descoberto na fase inicial. Nos casos onde a cirurgia é uma opção, o mais indicado é a ressecção (retirada do tumor).
Há, ainda, os procedimentos de radioterapia e quimioterapia, associados ou não, que podem ser utilizados para redução do tamanho do tumor e alívio dos sintomas.
Para pacientes com metástases (disseminação do câncer para outras partes do corpo) a alternativa, como paliativo (apenas para alívio dos sintomas), é a colocação de endoprótese.





Pênis


O câncer de pênis é um tumor raro, com maior incidência em homens a partir dos 50 anos, embora possa atingir também os mais jovens. Está relacionadoàs baixas condições socioeconômicas e de instrução, à má higiene íntima e a homens que não se submeteram à circuncisão (remoção do prepúcio, pele que reveste a glande – a “cabeça” do pênis). O estreitamento do prepúcio é um fator de predisposição ao câncer peniano. Estudos científicos também sugerem a associação entre infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano) e o câncer de pênis. No Brasil, esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.
Para prevenir o câncer de pênis é necessário fazer a limpeza diária com água e sabão, principalmente após as relações sexuais e a masturbação. É fundamental ensinar às crianças desde cedo os hábitos de higiene íntima, que devem ser praticados todos os dias.
A cirurgia de fimose (quando a pele de prepúcio é estreita ou pouco elástica e impede a exposição da cabeça do pênis, dificultando a limpeza adequada) é outro fator de prevenção. A operação é simples e rápida e não necessita de internação. Também chamada de circuncisão, a cirurgia de fimose é normalmente realizada na infância. Tanto o homem circuncidado como o não-circuncidado reduzem as chances de desenvolver esse tipo de câncer se tiverem bons hábitos de higiene.
A utilização do preservativo é imprescindível em qualquer relação sexual, já que prática com diferentes parceiros sem o uso de camisinha aumenta o risco de desenvolver a doença. O preservativo diminui a chance de contágio de doenças sexualmente transmissíveis, como o vírus HPV, por exemplo.

Sintomas

A manifestação clínica mais comum do câncer de pênis é uma ferida ou úlcera persistente, ou também uma tumoração localizada na glande, prepúcio ou corpo do pênis. A presença de um desses sinais, associados a uma secreção branca (esmegma), pode ser uma indicação de câncer no pênis. Nestes casos, é necessário consultar um especialista. Além da tumoração no pênis,  a presença de gânglios inguinais (ínguas na virilha), pode ser sinal de progressão da doença (metástase).

Detecção precoce

Quando detectado inicialmente, o câncer de pênis possui tratamento e é facilmente curado. É importante, ao fazer a higiene íntima, realizar o autoexame do pênis.
No autoexame, os homens devem estar atentos aos seguintes sinais:
. perda de pigmentação ou manchas esbranquiçadas;
. feridas e caroços no pênis que não desapareceram após tratamento médico e apresentem  secreções e mau cheiro;
. tumoração no pênis e/ou na virilha (íngua);
. inflamações de longo período com vermelhidão e coceira, principalmente nos portadores de fimose.
Ao observar qualquer um desses sinais, é necessário procurar um médico imediatamente.
Exame clínico
Os exames clínicos para a detecção do câncer de pênis, entre eles a biópsia, só devem ser indicados e realizados por profissionais de saúde.

Diagnóstico

Quando diagnosticado em estágio inicial, o câncer de pênis apresenta elevada taxa de cura. No entanto, mais da metade dos pacientes demoram até um ano após as primeiras lesões aparecem para procurar o médico. Todas as lesões ou tumorações penianas, independentemente da presença de fimose (dificuldade ou incapacidade de exposição da glande, porque a pele que envolve o pênis possui um anel estreito), deverão ser avaliadas por um médico, principalmente aquelas de evolução lenta e que não responderam aos tratamentos  convencionais. Essas lesões deverão passar por biópsia (retirada de um fragmento) para análise, quando será dado o diagnóstico final.

Tratamento

O tratamento depende da extensão local do tumor e do comprometimento dos gânglios inguinais (ínguas na virilha). Cirurgia, radioterapia e quimioterapia podem ser oferecidas. A cirurgia é o tratamento mais frequentemente realizado para controle local da doença. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar o crescimento desse tipo de câncer e a posterior amputação do pênis, que traz consequências físicas, sexuais e psicológicas ao homem. Por isso, quanto mais cedo for iniciado o tratamento, maiores são as chances de cura.
Proteção com camisinha




Próstata


A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. Ela é um órgão muito pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto. A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. A próstata produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozóides, liberado durante o ato sexual. No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de cânceres. Sua taxa de incidência é cerca de seis vezes maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento.
Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida.
Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A grande maioria, porém, cresce de forma tão lenta (leva cerca de 15 anos para atingir 1 cm³ ) que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem.

Prevenção

Já está comprovado que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal, ajuda a diminuir o risco de câncer, como também de outras doenças crônicas não-transmissíveis. Nesse sentido, outros hábitos saudáveis também são recomendados, como fazer, no mínimo, 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar.
A idade é um fator de risco importante para o câncer de próstata, uma vez que tanto a incidência como a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos.
Pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos pode aumentar o risco de se ter a doença de 3 a 10 vezes comparado à população em geral, podendo refletir tanto fatores genéticos (hereditários) quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de risco de algumas famílias.

Sintomas

Em sua fase inicial, o câncer da próstata tem evolução silenciosa. Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou a noite). Na fase avançada, pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.

Tratamento

Para doença localizada, cirurgia, radioterapia e até mesmo observação vigilante (em algumas situações especiais) podem ser oferecidos. Para doença localmente avançada, radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal têm sido utilizados. Para doença metastática (quando o tumor original já se espalhou para outras partes do corpo), o tratamento de eleição é a terapia hormonal.
A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após discutir os riscos e benefícios do tratamento com o seu médico.
Saiba o que é PSA






Pulmão


É o mais comum de todos os tumores malignos, apresentando aumento de 2% por ano na sua incidência mundial. Em 90% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco. No Brasil, foi responsável por 20.622 mortes em 2008, sendo o tipo que mais fez vítimas. Altamente letal, a sobrevida média cumulativa total em cinco anos varia entre 13 e 21% em países desenvolvidos e entre 7 e 10% nos países em desenvolvimento. No fim do século XX, o câncer de pulmão se tornou uma das principais causas de morte evitáveis. Evidências na literatura mostram que pessoas que têm câncer de pulmão apresentam risco aumentado para o aparecimento de outros cânceres de pulmão e que irmãos, irmãs e filhos de pessoas que tiveram câncer de pulmão apresentam risco levemente aumentado para o desenvolvimento desse câncer. Entretanto, é difícil estabelecer o quanto desse maior risco decorre de fatores hereditários e o quanto é por conta do hábito de fumar.

Prevenção

Uma vez que o consumo de derivados do tabaco está na origem de 90% dos casos, independentemente do tipo, não fumar é o primeiro cuidado para prevenir a doença. A ação permite a redução do número de casos (incidência) e de mortalidade. Comparados com os não fumantes, os tabagistas têm cerca de 20 a 30 vezes mais risco de desenvolver câncer de pulmão. Em geral, as taxas de incidência em um determinado país refletem seu consumo de cigarros.
Manter alto consumo de frutas e verduras é recomendado. Deve-se evitar, ainda, a exposição a certos agentes químicos (como o arsênico, asbesto, berílio, cromo, radônio, urânio, níquel, cádmio, cloreto de vinila, gás de mostarda e éter de clorometil), encontrados principalmente no ambiente ocupacional.
Exposição à poluição do ar, infecções pulmonares de repetição, deficiência e excesso de vitamina A, doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica), fatores genéticos (que predispõem à ação carcinogênica de compostos inorgânicos de asbesto e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos) e história familiar de câncer de pulmão favorecem ao desenvolvimento desse tipo de câncer.

Sintomas

Os sintomas mais comuns do câncer de pulmão são a tosse e o sangramento pelas vias respiratórias. Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado e aparecem crises em horários incomuns para o paciente. Pneumonia de repetição pode, também, ser a manifestação inicial da doença.

Diagnóstico

A maneira mais fácil de diagnosticar o câncer de pulmão é através de raio-X do tórax complementado por tomografia computadorizada. A broncoscopia (endoscopia respiratória) deve ser realizada para avaliar a árvore traquebrônquica e, eventualmente, permitir a biópsia. É fundamental obter um diagnóstico de certeza, seja pela citologia ou patologia.
Uma vez obtida a confirmação da doença, é feito o estadiamento, que avalia o estágio de evolução, ou seja, verifica se a doença está restrita ao pulmão ou disseminada por outros órgãos. O estadiamento é feito através de vários exames de sangue e radiológicos, como dosagens enzimáticas e ultrassonografia, respectivamente.




Câncer de Rim (RCC)


Vamos falar aqui sobre o carcinoma de células renais (RCC, sigla em inglês para renal cell carcinoma) e seus sintomas, causas e tratamentos. O que acontece em um corpo saudável:
O corpo humano é formado por incontáveis células. Cada um dos nossos órgãos é composto por tipos específicos de células. Elas realizam funções especificas em cada órgão.
Normalmente, cada órgão permanece saudável desfazendo-se de células antigas. Essas células antigas não conseguem mais realizar o seu trabalho – e devem ser destruídas.
Novas células substituem essas células velhas. É um processo que ocorre no corpo o tempo todo.
As novas células crescem e se dividem somente até que tenham substituído as células velhas.
O que é Câncer? Câncer é uma doença caracterizada pelo crescimento celular descontrolado. Ele ocorre quando uma alteração em uma célula a faz crescer e se dividir de maneira que não deveria. Esta, agora, é uma célula tumoral.
O que é um tumor? Crescendo e se dividindo, a célula tumoral faz muitas cópias dela mesma. Logo, forma-se uma grande massa dessas células tumorais. Essa massa é chamada de tumor.
O que é RCC ? (Renal Cell Carcinoma – carcinoma de células renais)
RCC é o tipo mais comum de câncer renal. Normalmente, os rins removem impurezas do sangue, formando a urina. Este processo básico é necessário para uma vida saudável. Um dano ou doença nos rins pode ser muito sério.
O RCC se inicia como uma única célula no rim. Esta célula cresce e se divide quando não deveria. Uma vez criadas as células cancerosas, um tumor irá se formar dentro do rim.
O RCC normalmente cresce com um único tumor em um dos rins. Algumas vezes é possível que mais de um tumor cresça em um rim, porém mais raramente pode acontecer de tumores crescerem em ambos os rins.
O RCC é menos comum que outros tipos de câncer, mais ainda afeta muitas pessoas.
Á medida que o tumor aumenta, algumas das células tumorais podem entrar no sangue.
Depois, elas podem se espalhar do rim para outras partes do corpo.
Então, novos tumores podem crescer em outros órgãos. Este processo é chamado de metástase.
Mais isso ainda é RCC. Mesmo que o câncer chegue aos pulmões ainda será chamado de RCC, e não de câncer de pulmão.
O Diagnóstico do Câncer de Rim (RCC)
O RCC (câncer de rim) ou carcinoma de células renais não costuma apresentar sintomas. Porém, se ele crescer demais, pode causar dor, inchaço ou sangue na urina. Se a doença já está espalhada, pode haver sintomas em outras partes do corpo.
Na maior parte dos casos, o câncer de rim (RCC) é encontrado quando se faz uma tomografia de estômago. Por não ser muito comum, a maioria das pessoas não é examinada para câncer renal. Mas exames regulares para carcinoma de células renais podem ser indicados para algumas pessoas.
Entre elas, incluem-se pacientes:
- Em diálise renal
- Com esclerose tuberculosa
- Com histórico familiar de RCC
- Com uma doença genética chamada de doença de von Hippel-Lindau (VHL).
Se uma tomografia mostra um tumor ou tumores nos rins, o médico irá fazer mais testes, para avaliar se é ou não câncer. Os testes podem incluir mais tomografias ou biópsias. É possível que existam caroços nos rins que não sejam câncer. Neste caso, geralmente não há necessidade de tratamento. Pode ser também outro tipo de câncer, que pode exigir tratamento especial.
Cirurgia
No caso de câncer de rim (RCC) não-metastático, o tratamento é feito com a remoção de parte ou do rim inteiro. As pessoas podem viver com um só rim e, mesmo que ambos sejam removidos, é possível viver com ajuda de diálise.
O médico irá examinar o rim removido para compreender melhor o câncer. Isso irá ajudar a determinar os próximos passos.
Se os testes não mostrarem que o RCC não se espalhou além do rim removido, nenhum tratamento adicional é necessário. Mas é importante realizar exames periódicos para checar se o câncer não se espalhou.
No caso de ter sido removido apenas um dos rins, o outro deve ser monitorado regularmente para se ter a certeza de que o RCC não está se desenvolvendo nele.
Tratamento do RCC metastático


Se o RCC se espalhou, então é mais difícil de ser tratado. O RCC pode se espalhar para quase todas as partes do corpo, mas os locais mais comuns são: pulmões, ossos, fígado e cérebro. Independentemente do local da metástase, ele será tratado como RCC.
- Citocinas: O RCC metastático normalmente não responde à quimioterapia e radioterapia convencionais. Os únicos tipos de drogas disponíveis atualmente para este caso são as chamadas citocinas. Estas drogas atuam estimulando o sistema imunológico, que pode atacar as células cancerosas da mesma maneira que ataca uma infecção. Como estas drogas são administradas via subcutânea, isto deve ser feito em um hospital ou uma clínica.
Existem duas citocinas usadas em RCC:
- Interleucina-2 (IL-2)
- Interferon alpha (INFá)
Para alguns pacientes, as citocinas ajudarão a diminuir os tumores, e, para outros, irão ajudar a evitar o crescimento dos tumores por um período. Pessoas sob tratamento com citocinas apresentam efeitos colaterais parecidos com gripe.
Avanços no tratamento
Para alguns pacientes as citocinas podem não funcionar, porém existem muitos medicamentos promissores em estudo. Os mais efetivos são os chamados terapias-alvo. Eles ajudam a interromper os sinais que as células cancerosas usam para crescer. Alguns deles atuam somente em um tipo de sinal, enquanto outras interrompem mais de um sinal, sendo chamadas de terapia multi-alvo.
Várias terapias multi-alvo funcionam contra o RCC, interrompendo os sinais que são mais importantes para o seu crescimento. Com estas terapias inovadoras, o futuro é promissor.
Fale com o seu médico.





Testículo


O tumor de testículo corresponde a 5% do total de casos de câncer entre os homens. É facilmente curado quando detectado precocemente e apresenta baixo índice de mortalidade. Apesar de raro, preocupa porque a maior incidência é em homens em idade produtiva – entre 15 e 50 anos. Nessa fase, há chance de ser confundido, ou até mesmo mascarado, por orquiepididimites (inflamação dos testículos e dos epidídimos (canal localizado atrás do testículo e que coleta e carrega o esperma) geralmente transmitidas sexualmente.

Prevenção, genética e outros fatores de risco

O desenvolvimento desse tipo de câncer está associado a histórico familiar, lesões e traumas na bolsa escrotal e a criptorquidia (quando o testículo não desce para a bolsa escrotal). Como não há como evitá-lo, recomenda-se o autoexame mensal dos testículos. Na infância, é importante o exame do pediatra para verificar se a descida dos testículos para a bolsa escrotal ocorreu normalmente.

Detecção precoce

O câncer de testículo é considerado um dos mais curáveis, principalmente quando detectado em estágio inicial. O exame físico é o melhor meio de detecção precoce.
Autoexame dos testículos
Deve ser feito uma vez por mês, após um banho quente. O calor relaxa o escroto e facilita a observação de quaisquer anormalidades de tamanho, sensibilidade ou densidade.
O que procurar?
· Alteração do tamanho dos testículos;
· sensação de peso no escroto;
· dor imprecisa na parte inferior do abdômen ou na virilha;
· derrame escrotal, caracterizado por líquido no escroto;
· dor ou desconforto no testículo ou escroto.
Como fazer?
· De pé, em frente ao espelho, verifique a existência de alterações em alto relevo na pele do escroto;
· examine cada testículo com as duas mãos;
· posicione o testículo entre os dedos indicador, médio e o polegar;
· revolva o testículo entre os dedos – você não deve sentir dor ao realizar o exame;
· não se assuste se um dos testículos parecer ligeiramente maior que o outro, isto é normal;
· ache o epidídimo – canal localizado atrás do testículo que coleta e carrega o esperma;
· se você se familiarizar com essa estrutura, não confundirá o epidídimo com uma massa suspeita;
· os tumores malignos são localizados com mais frequência lateralmente aos testículos, mas também podem ser encontrados na porção ventral (parte de baixo dos testículos);

Sintomas

O mais comum é o aparecimento de um nódulo duro, geralmente indolor, aproximadamente do tamanho de uma ervilha. Mas deve-se ficar atento a outras alterações, como aumento ou diminuição no tamanho dos testículos, nódulos ou endurecimentos, dor imprecisa na parte baixa do abdômen, sangue na urina e aumento ou sensibilidade dos mamilos. Caso sejam observadas alterações, o médico, de preferência um urologista, deve ser consultado.

Diagnóstico

Se por um lado o câncer de testículo é um tipo agressivo, com alto índice de duplicação das células tumorais (que causam rápida evolução da doença), por outro, é de fácil diagnóstico e alto índice de cura, já que responde bem aos tratamentos quimioterápicos. O médico urologista indicará exames para o diagnóstico, como a biópsia.

Tratamento

O tratamento inicial é sempre cirúrgico, quando se expõe o testículo para a realização de biópsia (retirada de um fragmento de tecido para ser examinado ao microscópio). O resultado do exame é dado ainda durante a cirurgia. Em caso positivo para câncer, o testículo é extraído. A função sexual ou reprodutiva do paciente não é afetada, desde que o outro testículo esteja saudável.
O tratamento posterior poderá ser cirúrgico, radioterápico, quimioterápico ou através de controle clínico. A complementação dependerá de investigação, que avaliará a presença ou a possibilidade de disseminação da doença para outros órgãos.





Tireóide


Câncer de Tireoide

O que é a Tireóide?
A tireoide é uma glândula constituída por dois lobos, o esquerdo e o direito, ligados por um istmo. Juntos, eles assumem o formato de uma borboleta de asas abertas, de um escudo ou da letra H.
Os hormônios tireoideanos são fundamentais para o metabolismo. A quantidade que a glândula produz é regulada pela hipófise, glândula situada no cérebro que fabrica o TSH, o hormônio estimulador da tireoide.
TIPOS DE TUMOR
O câncer de tireoide atinge três vezes mais as mulheres do que os homens, na faixa entre os 20 e os 65 anos. Os tipos mais comuns são os carcinomas papilífero, folicular, medular e o anaplásico.
O carcinoma papilífero, responsável por 70%, 80% dos casos, é um tumor pouco agressivo, de evolução lenta. Na maioria das vezes, é diagnosticado num exame de rotina e reage bem ao tratamento. Quando ocorrem metástases, os gânglios linfáticos costumam ser os inicialmente afetados.
O segundo tipo mais frequente é o carcinoma folicular que costuma manifestar-se depois dos 35 anos e oferece risco maior de recidivas e metástases. Nos casos mais avançados, pulmões e ossos são os órgãos em que primeiro se disseminam as células tumorais.
O carcinoma medular é responsável por aproximadamente 5% dos casos de câncer da tireoide. Em geral, trata-se de um tumor mais agressivo, relacionado com certas síndomes genéticas e que secreta uma proteína que acarreta a calcificação dos ossos.
O carcinoma anaplásico corresponde a 2% dos casos de tumores da tireoide. De crescimento rápido, em pouco tempo atinge órgãos à distância, como os pulmões, os ossos e o fígado.
FATORES DE RISCO
Os fatores de risco mais comumente associados ao câncer de tireoide são:
1) radiação na região do pescoço para tratamento de doenças anteriores, ou à que são submetidos certos profissionais no exercício de suas funções ou, ainda, à que foram expostos os sobreviventes de acidentes nucleares;
2) algumas síndromes genéticas
3) história da doença ou de bócio na família.
SINAIS E SINTOMAS
Tanto o carcinoma papilífero quanto o folicular costumam ser assintomáticos nas fases iniciais. Quando os sinais aparecem, o mais comum da doença costuma ser o aparecimento de nódulo palpável ou visível na região da tireoide ou do pescoço. Em estágios mais avançados, podem ocorrer também aumento dos gânglios linfáticos e do volume do pescoço, rouquidão, tosse persistente, dificuldade para engolir e sensação de compressão da traqueia .
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de câncer na tireoide considera os achados no exame clínico de palpação da glândula e a presença de gânglios linfáticos aumentados. Entretanto, como apenas pequeno número de nódulos é palpável, exames de imagem como a ultrassonografia, a cintilografia e a ressonância magnética são recursos úteis para o diagnóstico.  O mais importante, porém, é a biopsia de aspiração com agulha fina para identificar a presença ou não de células tumorais malignas.
TRATAMENTO
Em geral, o tratamento do câncer de tireoide é cirúrgico (tireoidectomia total ou parcial) e leva em conta o tipo e a gravidade da doença. Caso as células malignas tenham comprometido os gânglios cervicais, é necessário retirá-los.
Rouquidão e queda de cálcio são complicações da tireoidectomia associadas a lesões de estruturas como os nervos laríngeos e as glândulas paratireoides respectivamente durante a cirurgia.
Depois de quatro a seis semanas da intervenção, o paciente recebe doses terapêuticas de iodo radioativo em ambiente hospitalar para extinguir qualquer tecido remanescente de células tumorais no corpo e evitar metástases. Quando os carcinomas papilíferos e foliculares não respondem a esse tratamento, é possível recorrer à terapêutica antiangiogênica que consiste em bloquear a formação de novos vasos sanguíneos para impedir que as células tumorais recebam nutrientes e oxigênio através da circulação. O passo seguinte é indicar a reposição hormonal com levotiroxina por via oral para substituir os hormônios que deixaram de ser produzidos pela tireoide. Radioterapia, associada ou não à quimioterapia, é recomendada na ocorrência de tumores mais agressivos, como o carcinoma medular e o carcinoma anaplásico.
RECOMENDAÇÕES
* Lembre-se de que o câncer de tireoide é tratável e são altos os índices de cura. Entretanto, em aproximadamente 30% dos casos, a doença pode recidivar. Por isso, é fundamental manter o acompanhamento médico por toda a vida, uma vez que o sucesso do tratamento está diretamente correlacionado com o diagnóstico precoce;
* Não se descuide da reposição do hormônio tiroxina que deixou de ser produzido naturalmente pela tireoide depois que a glândula foi retirada. Ele é indispensável para a regulação harmônica do metabolismo;
* Procure adotar uma dieta equilibrada e saudável.  Entre outras vantagens, a prática regular de exercícios físicos vai ajudar a evitar o excesso de peso.
Fonte: Dr Dráuzio Varella





Tumores de Ewing


É um grupo de cânceres que afetam primariamente osso e tecido mole. Inclui o tumor de Ewing do osso (ou sarcoma de Ewing), tumor de Ewing extraósseo (sarcoma extraósseo de Ewing, afeta tecidos moles), tumor neuroectodérmico primitivo (PPNET) e tumor de Askin  (PPNET da parede torácica). Todos esses tumores vêm do mesmo tipo de células. O diagnóstico é mais frequente entre os 11 e os 20 anos (64%), seguido da faixa até os 10 anos (27%) e 9% entre os 21 e os 30 anos. A localização mais comum é nos ossos (longos e chatos), sendo 80% sarcoma de Ewing e 20% PPNET. Podem ocorrer em quase todos os ossos do corpo, sendo mais observados nos pélvicos, seguidos de fêmur (coxa), tíbia (perna) e úmero (braço).
Atenção:  a informação existente neste portal pretende apoiar e não substituir a consulta médica. Procure sempre uma avaliação pessoal com um médico da sua confiança.

Causa

A causa é desconhecida. Não parece ser hereditária. É mais comum em meninos brancos. Raramente afeta negros e asiáticos.

Sintomas

Sarcoma de Ewing e PPNET
Dor ou inchaço no local primário do tumor são os sinais mais comuns. Em cerca de 25% dos pacientes ocorrem também sintomas sistêmicos como febre e perda de peso. Estes sintomas podem, frequentemente, levar à confusão diagnóstica com osteomielite. Os sintomas podem durar meses antes que o paciente procure um médico em até metade dos casos. Cerca de 25% dos pacientes se apresentam com metástases (tumores a distância do órgão originalmente afetado pela doença) ao diagnóstico, que podem ocorrer em pulmão, osso e medula óssea.
Tumor de Askin
O sintoma inicial mais comum é massa em parede torácica dolorosa ou indolor. Outros sintomas são dor no ombro, dificuldade para respirar, tosse, perda de peso e febre. Em 10% dos casos a doença é metastática ao diagnóstico.

Tratamento

Sarcoma de Ewing e PPNET
Requerem erradicação do tumor no local primário, com cirurgia e radioterapia. Em locais metastáticos ou micrometastáticos usa-se a quimioterapia. Quase todos os doentes apresentam doença micrometastática (que não pode ser detectada pelos métodos habituais) ao diagnóstico. Logo, necessitam de quimioterapia seguida de cirurgia ou radioterapia. Ainda não está estabelecida a melhor forma de controle local: cirurgia ou radioterapia. Para obter-se um resultado ótimo é necessária a combinação racional das modalidades de tratamento.
Tumor de Askin
Inclui quimioterapia, seguida de cirurgia para ressecção (retirada) do tumor, ou radioterapia individualizada.


 Info
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TRATAMENTOS PARA O CANCER

Imunoterapia

A imunoterapia utiliza o sistema imunológico do próprio paciente para combater o câncer. Em condições normais, nosso organismo produz substâncias que induzem nosso sistema imunológico a combater o tumor. No entanto, essas substâncias, chamadas de citoquinas, são produzidas em pequenas quantidades.
A imunoterapia utiliza a produção dessas citoquinas em laboratórios e as administra aos pacientes, modificando e intensificando a forma de reação normal de seus organismos ao tumor.
Outra forma de se utilizar a imunoterapia é com o uso de anticorpos produzidos em laboratório e direcionados contra alvos específicos que se localizam nas células do tumor. Quando os anticorpos se ligam a essas células, eles fazem com que o sistema imunológico considere-as uma ameaça ao organismo, atacando-as. Eles também podem se fixar em determinados locais da célula que são necessários para a multiplicação do tumor, interrompendo seu processo de crescimento.




Quimioterapia


A quimioterapia é o método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica. O primeiro quimioterápico antineoplásico foi desenvolvido a partir do gás mostarda, usado nas duas Guerras Mundiais como arma química. Após a exposição de soldados a este agente, observou-se que eles desenvolveram hipoplasia medular e linfóide, o que levou ao seu uso no tratamento dos linfomas malignos. A partir da publicação, em 1946, dos estudos clínicos feitos com o gás mostarda e das observações sobre os efeitos do ácido fólico em crianças com leucemias, verificou-se avanço crescente da quimioterapia antineoplásica. Atualmente, quimioterápicos mais ativos e menos tóxicos encontram-se disponíveis para uso na prática clínica. Os avanços verificados nas últimas décadas, na área da quimioterapia antineoplásica, têm facilitado consideravelmente a aplicação de outros tipos de tratamento de câncer e permitido maior número de curas.
Mecanismos de ação e classificação das drogas antineoplásicas
Os agentes utilizados no tratamento do câncer afetam tanto as células normais como as neoplásicas, porém eles acarretam maior dano às células malignas do que às dos tecidos normais, devido às diferenças quantitativas entre os processos metabólicos dessas duas populações celulares. Os citotóxicos não são letais às células neoplásicas de modo seletivo. As diferenças existentes entre o crescimento das células malignas e os das células normais e as pequenas diferenças bioquímicas verificadas entre elas provavelmente se combinam para produzir seus efeitos específicos.

O ADN, material genético de todas as células, age como modelador na produção de formas específicas de ARN transportador, ARN ribossômico e ARN mensageiro e, deste modo, determina qual enzima irá ser sintetizada pela célula. As enzimas são responsáveis pela maioria das funções celulares, e a interferência nesses processos irá afetar a função e a proliferação tanto das células normais como das neoplásicas. A maioria das drogas utilizadas na quimioterapia antineoplásica interfere de algum modo nesse mecanismo celular, e a melhor compreensão do ciclo celular normal levou à definição clara dos mecanismos de ação da maioria das drogas. Foi a partir dessa definição que Bruce e col.(1969) classificaram os quimioterápicos conforme a sua atuação sobre o ciclo celular em:
Ciclo-inespecíficos - Aqueles que atuam nas células que estão ou não no ciclo proliferativo, como, por exemplo, a mostarda nitrogenada.
Ciclo-específicos - Os quimioterápicos que atuam somente nas células que se encontram em proliferação, como é o caso da ciclofosfamida.
Fase-específicos - Aqueles que atuam em determinadas fases do ciclo celular, como, por exemplo, o metotrexato (fase S), o etoposídeo (fase G2) e a vincristina (fase M).

Tipos e finalidades da quimioterapia
A quimioterapia pode ser feita com a aplicação de um ou mais quimioterápicos. O uso de drogas isoladas (monoquimioterapia) mostrou-se ineficaz em induzir respostas completas ou parciais significativas, na maioria dos tumores, sendo atualmente de uso muito restrito.

A poliquimioterapia é de eficácia comprovada e tem como objetivos atingir populações celulares em diferentes fases do ciclo celular, utilizar a ação sinérgica das drogas, diminuir o desenvolvimento de resistência às drogas e promover maior resposta por dose administrada.
A quimioterapia pode ser utilizada em combinação com a cirurgia e a radioterapia. De acordo com as suas finalidades, a quimioterapia é classificada em:
• Curativa - quando é usada com o objetivo de se conseguir o controle completo do tumor, como nos casos de doença de Hodgkin, leucemias agudas, carcinomas de testículo, coriocarcinoma gestacional e outros tumores. • Adjuvante - quando se segue à cirurgia curativa, tendo o objetivo de esterilizar células residuais locais ou circulantes, diminuindo a incidência de metástases à distância. Exemplo: quimioterapia adjuvante aplicada em caso de câncer de mama operado em estádio II. • Neoadjuvante ou prévia - quando indicada para se obter a redução parcial do tumor, visando a permitir uma complementação terapêutica com a cirurgia e/ou radioterapia. Exemplo: quimioterapia pré-operatória aplicada em caso de sarcomas de partes moles e ósseos. • Paliativa - não tem finalidade curativa. Usada com a finalidade de melhorar a qualidade da sobrevida do paciente. É o caso da quimioterapia indicada para carcinoma indiferenciado de células pequenas do pulmão.
Toxicidade dos quimioterápicos
Os quimioterápicos não atuam exclusivamente sobre as células tumorais. As estruturas normais que se renovam constantemente, como a medula óssea, os pêlos e a mucosa do tubo digestivo, são também atingidas pela ação dos quimioterápicos. No entanto, como as células normais apresentam um tempo de recuperação previsível, ao contrário das células anaplásicas, é possível que a quimioterapia seja aplicada repetidamente, desde que observado o intervalo de tempo necessário para a recuperação da medula óssea e da mucosa do tubo digestivo. Por este motivo, a quimioterapia é aplicada em ciclos periódicos.

Os efeitos terapêuticos e tóxicos dos quimioterápicos dependem do tempo de exposição e da concentração plasmática da droga. A toxicidade é variável para os diversos tecidos e depende da droga utilizada. Nem todos os quimioterápicos ocasionam efeitos indesejáveis tais como mielode-pressão, alopecia e alterações gastrintestinais (náuseas, vômitos e diarréia).
As doses para pessoas idosas e debilitadas devem ser menores, inicialmente, até que se determine o grau de toxicidade e de reversibilidade dos sintomas indesejáveis.
O quadro abaixo mostra exemplos de efeitos tóxicos dos quimioterápicos, conforme a época em que se manifestam após a aplicação.

Precoces*
(de 0 a 3 dias)
Imediatos
(de 7 a 21 dias)
Tardios
(meses)
Ultra-Tardios
(meses ou anos)
• Náuseas
• Vômitos
• Mal estar
• Adinamia
• Artralgias
• Agitação
• Exantemas
• Flebites
• Mielossupressão granulocitopenia plaquetopenia anemia
• Mucosites
• Cistite hemorrágica devida à ciclofosfamida
• Imunossupressão
• Potencialização dos efeitos das radiações devida à actinomicina D, à adriamicina e ao 5-fluoruracil
• Miocardiopatia devida aos antracícliclos e outros
• Hiperpigmentação e esclerodermia causadas pela bleomicina
• Alopecia
• Pneumonite devida à bleomicina
• Imunossupressão
• Neurotoxidade causada pela vincristina, pela vimblastina e pela cisplatina
• Nefrotoxidade devida à cisplatina
• Infertilidade
• Carcinogênese
• Mutagênese
• Distúrbio do crescimento em crianças
• Seqüelas no sistema nervoso central
• Fibrose/cirrose hepática devida ao metotrexato
* Síndrome da toxicidade precoce (Delgado 1983)
A cada dia, medicamentos novos são postos à disposição dos oncologistas visando à redução da toxicidade dos quimioterápicos (mesna, por exemplo), à manutenção da quimioterapia (fatores de crescimento hematopoético e antieméticos, por exemplo), e a intensificação dos quimioterápicos (ácido folínico, por exemplo). O transplante de medula óssea também tem permitido superar o problema da toxicidade hematológica da quimioterapia como fator limitante do tratamento, a par de consitutuir-se ele próprio em um método terapêutico de doenças hematológicas. É preciso salientar, porém, que a maioria desses medicamentos e métodos tem se mostrado inacessível à maioria dos pacientes, mais por seus custos do que por sua disponibilidade (comercial, institucional ou de doadores de órgãos); além do que eles também se acompanham de efeitos tardios ainda não totalmente conhecidos nem bem controlados.
Critérios para aplicação da quimioterapia
Para evitar os efeitos tóxicos intoleráveis dos quimioterápicos e que eles ponham em risco a vida dos pacientes, são obedecidos critérios para a indicação da quimioterapia.

Esses critérios são variados e dependem das condições clínicas do paciente e das drogas selecionadas para o tratamento.
A seguir, são listados alguns requisitos ideais para a aplicação da quimioterapia:

Condições gerais do paciente:
• menos de 10% de perda do peso corporal desde o início da doença;
• ausência de contra-indicações clínicas para as drogas selecionadas;
• ausência de infecção ou infecção presente, mas sob controle;
• capacidade funcional correspondente aos três primeiros níveis, segundo os índices propostos por Zubrod e Karnofsky.

Contagem das células do sangue e dosagem de hemoglobina. (Os valores exigidos para aplicação da quimioterapia em crianças são menores.):
Leucócitos > 4.000/mm³
Neutrófilos > 2.000/mm³
Plaquetas > 150.000/mm³
Hemoglobina > 10 g/dl

Dosagens séricas:
Uréia < 50 mg/dl
Creatinina < 1,5 mg/dl
Bilirrubina total < 3,0 mg/dl
Ácido Úrico < 5,0 mg/dl
Transferasses (transaminases) < 50 Ul/ml

Ressalte-se que esses critérios não são rígidos, mas devem ser adaptados às características individuais do paciente e do tumor que o acomete.
Avaliação da capacidade funcional
Níveis Critérios
ZUBROD KARNOFSKY
0 100-90% Paciente assintomático ou com sintomas mínimos
1 89-70% Paciente sintomático, mas com capacidade para o atendimento ambulatorial
2 69-50% Paciente permanece no leito menos da metade do dia
3 49-30% Paciente permanece no leito mais da metade do dia
4 29-10% Paciente acamado, necessitando de cuidados constantes
Resistência aos quimioterápicos
A maior falha da quimioterapia antineoplásica é devida à resistência às drogas. Esta resistência ocorre ou porque as populações celulares desenvolvem nova codificação genética (mutação) ou porque são estimuladas a desenvolver tipos celulares resistentes ao serem expostas às drogas, o que lhes permite enveredar por vias metabólicas alternativas, através da síntese de novas enzimas. É também observada resistência nos casos em que o tratamento é descontinuado, quando a população tumoral é ainda sensível às drogas, em que a quimioterapia é aplicada a intervalos irregulares e em que doses inadequadas são administradas. A partir dos anos setenta, tem se detectado, em laboratório, um tipo de resistência cruzada apresentada por linhagens celulares, entre quimioterápicos diversos, cuja característica comum é serem derivados de produtos naturais. Este tipo de fenômeno passou a ser denominado “resistência a múltiplas drogas” e está relacionado à diminuição da concentração intracelular do quimioterápico e a presença de uma glicoproteína, ligada à membrana plasmática, a glicoproteína 170-P.

É interessante deduzir-se que é possível reverter o mecanismo de resistência a partir do uso de compostos que inativem a glicoproteína 170-P. Alguns deles já são conhecidos, porém ainda encontram-se sob estudos clínicos.
É necessário enfatizar a vantagem de iniciar-se a quimioterapia quando a população tumoral é pequena, a fração de crescimento é grande e a probabilidade de resistência por parte das células com potencial mutagênico é mínima. Estas são as condições ideais para se proceder à quimioterapia adjuvante.

Principais drogas utilizadas no tratamento do câncer
Os agentes antineoplásicos mais empregados no tratamento do câncer incluem os alquilantes polifuncionais, os antimetabólitos, os antibióticos antitumorais, os inibidores mitóticos e outros. Novas drogas estão sendo permanentemente isoladas e aplicadas experimentalmente em modelos animais antes de serem usadas no homem.

Alquilantes
São compostos capazes de substituir em outra molécula um átomo de hidrogênio por um radical alquil. Eles se ligam ao ADN de modo a impedir a separação dos dois filamentos do ADN na dupla hélice espiralar, fenômeno este indispensável para a replicação. Os alquilantes afetam as células em todas as fases do ciclo celular de modo inespecífico.
Apesar de efetivos como agentes isolados para inúmeras formas de câncer, eles raramente produzem efeito clínico ótimo sem a combinação com outros agentes fase-específicos do ciclo celular. As principais drogas empregadas dessa categoria incluem a mostarda nitrogenada, a mostarda fenil-alanina, a ciclofosfamida, o bussulfam, as nitrosuréias, a cisplatina e o seu análago carboplatina, e a ifosfamida.

Antimetabólitos
Os antimetabólitos afetam as células inibindo a biossíntese dos componentes essenciais do ADN e do ARN. Deste modo, impedem a multiplicação e função normais da célula. Esta inibição da biossíntese pode ser dirigida às purinas (como é a ação dos quimioterápicos 6-mercaptopurina e 6-tioguanina), à produção de ácido timidílico (5-fluoruracil e metotrexato) e a outras etapas da síntese de ácidos nucléicos (citosina-arabinosídeo C). Os antimetabólitos são particularmente ativos contra células que se encontram na fase de síntese do ciclo celular (fase S). A duração da vida das células tumorais suscetíveis determina a média de destruição destas células, as quais são impedidas de entrar em mitose pela ação dos agentes metabólicos que atuam na fase S. Como pode ser deduzido, as diferenças entre a cinética celular de cada tipo de tumor pode ter considerável efeito na clínica, tanto na indicação quanto no esquema de administração desses agentes.
Antibióticos
São um grupo de substâncias com estrutura química variada que, embora interajam com o ADN e inibam a síntese deste ácido ou de proteínas, não atuam especificamente sobre uma determinada fase do ciclo celular. Apesar de apresentarem tal variação, possuem em comum anéis insaturados que permitem a incorporação de excesso de elétrons e a conseqüente produção de radicais livres reativos. Podem apresentar outro grupo funcional que lhes acrescenta novos mecanismos de ação, como alquilação (mitomicina C), inibição enzimática (actinomicina D e mitramicina) ou inibição da função do ADN por intercalação (bleomicina, daunorrubicina, actinomicina D e adriamicina e seus análogos mitroxantona e epirrubicina). Como todos os quimioterápicos, os antibióticos atuam tanto sobre as células normais como sobre as malignas. Por isso, também apresentam efeitos colaterais indesejáveis.
Inibidores mitóticos
Os inibidores mitóticos podem paralisar a mitose na metáfase, devido à sua ação sobre a proteína tubulina, formadora dos microtúbulos que constituem o fuso espiralar, pelo qual migram os cromossomos. Deste modo, os cromossomos, durante a metáfase, ficam impedidos de migrar, ocorrendo a interrupção da divisão celular. Esta função tem sido útil na “sincronização” das células quando os inibidores mitóticos são combinados com agentes específicos da fase S do ciclo. Devido ao seu modo de ação específico, os inibidores mitóticos devem ser associados a outros agentes para maior efetividade da quimioterapia. Neste grupo de drogas estão incluídos os alcalóides da vinca rósea (vincristina, vimblastina e vindesina) e os derivados da podofilotoxina (o VP-l6, etoposídeo; e o VM-26, teniposídeo).
Outros agentes
Algumas drogas não podem ser agrupadas em uma determinada classe de ação farmacológica. Entre elas, destacam-se a dacarbazina, indicada no tratamento do melanoma avançado, sarcomas de partes moles e linfomas; a procarbazina, cujo mecanismo de ação não foi ainda completamente explicado, e que é utilizada no tratamento da doença de Hodgkin; a L-asparaginase, que hidrolisa a L-asparagina e impede a síntese protéica, utilizada no tratamento da leucemia linfocítica aguda.
É necessário ressaltar que a quimioterapia antineoplásica requer, por sua complexidade, profissional devidamente capacitado para a sua indicação e aplicação. Ela deve ser empregada e supervisionada por especialista bem treinado nas áreas da oncologia médica e/ou pediátrica e que disponha de condições físicas e materiais adequadas para a sua administração. É necessário que o oncologista clínico mantenha-se atualizado com o constante lançamento, no mercado, de novas drogas para uso em oncologia.

Fonte: Controle do Câncer: uma proposta de integração ensino-serviço. 2 ed. rev. atual. – Rio de Janeiro: Pro-Onco. 1993.





Radioterapia


Radioterapia
A radioterapia é um método capaz de destruir células tumorais, empregando feixe de radiações ionizantes. Uma dose pré-calculada de radiação é aplicada, em um determinado tempo, a um volume de tecido que engloba o tumor, buscando erradicar todas as células tumorais, com o menor dano possível às células normais circunvizinhas, à custa das quais se fará a regeneração da área irradiada.
As radiações ionizantes são eletromagnéticas ou corpusculares e carregam energia. Ao interagirem com os tecidos, dão origem a elétrons rápidos que ionizam o meio e criam efeitos químicos como a hidrólise da água e a ruptura das cadeias de ADN. A morte celular pode ocorrer então por variados mecanismos, desde a inativação de sistemas vitais para a célula até sua incapacidade de reprodução.
A resposta dos tecidos às radiações depende de diversos fatores, tais como a sensibilidade do tumor à radiação, sua localização e oxigenação, assim como a qualidade e a quantidade da radiação e o tempo total em que ela é administrada.
Para que o efeito biológico atinja maior número de células neoplásicas e a tolerância dos tecidos normais seja respeitada, a dose total de radiação a ser administrada é habitualmente fracionada em doses diárias iguais, quando se usa a terapia externa.
Radiossensibilidade e radiocurabilidade
A velocidade da regressão tumoral representa o grau de sensibilidade que o tumor apresenta às radiações. Depende fundamentalmente da sua origem celular, do seu grau de diferenciação, da oxigenação e da forma clínica de apresentação. A maioria dos tumores radiossensíveis são radiocuráveis. Entretanto, alguns se disseminam independentemente do controle local; outros apresentam sensibilidade tão próxima à dos tecidos normais, que esta impede a aplicação da dose de erradicação. A curabilidade local só é atingida quando a dose de radiação aplicada é letal para todas as células tumorais, mas não ultrapassa a tolerância dos tecidos normais.

Indicações da radioterapia
Como a radioterapia é um método de tratamento local e/ou regional, pode ser indicada de forma exclusiva ou associada aos outros métodos terapêuticos. Em combinação com a cirurgia, poderá ser pré-, per- ou pós-operatória. Também pode ser indicada antes, durante ou logo após a quimioterapia.

A radioterapia pode ser radical (ou curativa), quando se busca a cura total do tumor; remissiva, quando o objetivo é apenas a redução tumoral; profilática, quando se trata a doença em fase subclínica, isto é, não há volume tumoral presente, mas possíveis células neoplásicas dispersas; paliativa, quando se busca a remissão de sintomas tais como dor intensa, sangramento e compressão de órgãos; e ablativa, quando se administra a radiação para suprimir a função de um órgão, como, por exemplo, o ovário, para se obter a castração actínica.
Fontes de energia e suas aplicações
São várias as fontes de energia utilizadas na radioterapia. Há aparelhos que geram radiação a partir da energia elétrica, liberando raios X e elétrons, ou a partir de fontes de isótopo radioativo, como, por exemplo, pastilhas de cobalto, as quais geram raios gama. Esses aparelhos são usados como fontes externas, mantendo distâncias da pele que variam de 1 centímetro a 1 metro (teleterapia). Estas técnicas constituem a radioterapia clínica e se prestam para tratamento de lesões superficiais, semiprofundas ou profundas, dependendo da qualidade da radiação gerada pelo equipamento.

Os isótopos radioativos (cobalto, césio, irídio etc.) ou sais de rádio são utilizados sob a forma de tubos, agulhas, fios, sementes ou placas e geram radiações, habitualmente gama, de diferentes energias, dependendo do elemento radioativo empregado. São aplicados, na maior parte das vezes, de forma intersticial ou intracavitária, constituindo-se na radioterapia cirúrgica, também conhecida por braquiterapia.
No quadro abaixo estão relacionadas as diversas fontes usadas na radioterapia e os seus tipos de radiação gerada, energias e métodos de aplicação.


Fonte Tipo de radiação Energia Método de aplicação
Contatoterapia Raios X (superficial) 10 – 60 kV Terapia superficial
Roentgenterapia Raios X (ortovoltagem) 100 – 300 kV Terapia semiprofunda
Unidade de cobalto Raios gama 1,25 MeV Teleterapia profunda
Acelerador linear Raios X de alta energia e elétrons* 1,5 – 40 MeV Teleterapia profunda
Isótopos radioativos Raios gama e/ou beta Variável conforme o isótopo utilizado Braquiterapia
* Os feixes de elétrons, na dependência de sua energia, podem ser utilizados também na terapia superficial
As unidades internacionalmente utilizadas para medir as quantidades de radiação são o röentgen e o gray. O röentgen (R) é a unidade que mede o número de ionizações desencadeadas no ar ambiental pela passagem de uma certa quantidade de radiação. Já o gray expressa a dose de radiação absorvida por qualquer material ou tecido humano. Um gray (Gy) corresponde a 100 centigrays (cGy).

Efeitos adversos da radioterapia
Normalmente, os efeitos das radiações são bem tolerados, desde que sejam respeitados os princípios de dose total de tratamento e a aplicação fracionada.

Quais os possíveis efeitos da radioterapia e o que fazer quando surgirem?
A intensidade dos efeitos da radioterapia depende da dose do tratamento, da parte do corpo tratada, da extensão da área radiada, do tipo de radiação e do aparelho utilizado. Geralmente aparecem na 3ª semana de aplicação e desaparecem poucas semanas depois de terminado o tratamento, podendo durar mais tempo. Os efeitos indesejáveis mais freqüentes são:

  • Cansaço: o paciente deve diminuir as atividades e descansar nas horas livres. Algumas pessoas preferem se afastar do trabalho, outras trabalham menos horas no período de tratamento.
  • Perda de apetite e dificuldade para ingerir alimentos: é recomendável comer pouco e em mais vezes. O paciente deve ingerir coisas leves e variar a comida para melhorar o apetite.
  • Fazer uma caminhada antes das refeições também ajuda. Em alguns casos, a saliva torna-se mais espessa e altera o sabor dos alimentos, mas após o término do tratamento o paladar irá melhorar.
  • Reação da pele: A pele que recebe radiação poderá coçar, ficar vermelha, irritada, queimada ou bronzeada, tornando-se seca e escamosa. É importante informar ao médico, durante as consultas de revisão, qualquer das seguintes situações: febre igual ou acima de 38°C, dores, assaduras e bolhas, secreção na pele. Alguns cuidados podem reduzir essas sensações:

  1. lavar a área com água e sabão, e enxugar com uma toalha macia, sem esfregar;
  2. não usar na área em tratamento cremes, loções, talcos, desodorantes, perfumes, medicações ou qualquer outra substância não autorizada pelo médico. Isso pode alterar a reação da radioterapia;
  3. utilizar qualquer tipo de curativo na pele (como gaze ou band-aid) com a orientação médico;
  4. não utilizar sacos de água quente ou gelo, saunas, banhos quentes, lâmpadas solares ou qualquer outro material sobre a pele em tratamento;
  5. proteger a pele da luz solar até um ano depois do fim do tratamento, usando protetor solar fator 15 ou uma blusa ou camiseta.
  6. evitar usar roupas apertadas, soutiens, camisas com colarinhos, calças jeans etc.;
  7. não usar tecidos sintéticos do tipo nylon, lycra, cotton ou tecidos mistos com muita fibra sintética. A roupa deve ser feita de algodão.

    Transplante de Medula Óssea

    Transplante de Medula Óssea (transplante de células tronco hematopoéticas) Revisão: Comitê Científico ABRALE. Coordenação: Dr. Cámino Antônio de Souza
    O transplante de medula óssea (TMO) é modalidade terapêutica utilizada no tratamento de inúmeras das doenças hematológicas, benignas ou malignas; hereditárias ou adquiridas.
    O fundamento lógico para o transplante de células progenitoras está baseado no fato de que todas as células maduras que circulam no sangue: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas provém de uma única célula, contida na medula óssea, denominada célula progenitora ou “stem cell”, e atualmente o termo mais amplamente aceito é células progenitoras hematopoéticas (TCPH).
    Assim, o termo transplante de medula de óssea denominado TMO, vêm sendo modificado por um termo mais específico: transplante de células progenitoras hematopoéticas: TCPH, pois tal denominação reflete melhor o tipo de procedimento realizado e o tipo de célula que o paciente irá receber para reconstituir sua medula óssea.
    Transplante de Medula Óssea
    A realização do transplante consiste na retirada de células progenitoras hematopoéticas. Tais células estão localizadas em adultos principalmente nos ossos chatos como a bacia, esterno, costela e vértebras. O procedimento consiste de múltiplas aspirações com de agulhas especiais. Pode-se obter as células progenitoras periféricas mobilizadas com fator de crescimento (G-CSF), que vão circular na corrente sangüínea sendo coletadas através de máquinas denominadas leucaférese.
    As células progenitoras infundidas na corrente sangüínea se implantam na medula óssea iniciando a reconstituição hematopoética do paciente, após regime de condicionamento.
    O condicionamento é o uso de altas doses de quimioterapia associados ou não à radioterapia corporal para que o paciente seja tratado de sua doença hematológica. Com a infusão de células progenitoras suficientes do paciente (denominado transplante autólogo) ou de um doador próximo e compatível (denominado transplante alogênico), a função da medula e a produção das células do sangue são restauradas de maneira suficiente a permitir a recuperação de um tratamento intensivo.
    A indicação para transplante depende do tipo, o estádio da doença e da idade do paciente. O paciente deverá estar, preferencialmente em remissão (isto é com doença controlada). Não são todos os pacientes portadores de leucemia ou linfoma que têm indicação para realização de transplante. Os critérios para a realização do transplante estão estabelecidos em protocolos aprovados pelos Comitês de Ética.
    Para se obter células progenitoras do sangue periférico, em número apropriado para o transplante, utiliza-se um equipamento chamado máquina de leucaférese. O sangue é separado e as células progenitoras são separadas de acordo com o seu peso, e armazenadas em um compartimento especial. As células progenitoras são infundidas no paciente, após o regime de condicionamento próprio para o transplante.
    Duas perguntas centrais devem ser respondidas quando se estiver considerando um transplante para um paciente portador de leucemia ou linfoma que esteja em remissão:
    1 – Um transplante de células progenitoras será mais apropriado para a cura da doença do que outras formas de terapia?
    2 – Se houver indicação de um transplante alogênico, há um doador compatível e disponível de células progenitoras?

    Há três formas de transplante:
    1 – Alogênico: as células progenitoras provém de um doador previamente selecionado por testes de compatibilidade, principalmente o HLA (antígeno de hispocompatibilidade leucocitária) normalmente identificado entre os familiares ou em bancos de medula óssea. Os bancos de medula óssea podem ter cadastrados doadores adultos ou bancos de cordão umbilical.
    2 – Autólogo: as células progenitoras provém do próprio paciente.
    3 – Singênico: as células progenitoras provém de gêmeos idênticos (univitelinos).
    Perguntas e Respostas
    O que é transplante de medula óssea?
    É um tipo de tratamento proposto para algumas doenças benignas ou malignas que afetam as células do sangue. Ele consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula.
    O transplante pode ser autólogo, quando as células precursoras de medula óssea provêm do próprio indivíduo transplantado (receptor). Ele é dito alogênico, quando a medula ou as células provêm de um outro indivíduo (doador). O transplante também pode ser feito a partir de células precursoras de medula óssea obtidas do sangue circulante de um doador ou do sangue de cordão umbilical.

    Quando é necessário o transplante?
    Em doenças do sangue como a Anemia Aplásica Severa e em alguns tipos de leucemias, dependendo do subtipo, idade, e resposta a quimioterapia inicial. No Mieloma Múltiplo e Linfomas, o transplante também pode estar indicado.
    Como é o transplante para o doador?
    Antes da doação, o doador faz um exame clínico para confirmar o seu bom estado de saúde. Não há exigência quanto à mudança de hábitos de vida, trabalho ou alimentação. A doação de medula óssea classicamente é feita por meio de um procedimento, de aproximadamente 90 minutos, em que são realizadas múltiplas punções com agulhas, nos ossos posteriores da bacia sendo retirado o produto através de aspiração. Retira-se um volume de medula do doador de, no máximo, 10% do seu peso, de 10 a 15 ml/kg de peso do receptor. Esta retirada não causa qualquer comprometimento à saúde do doador.
    A retirada das células progenitoras pode ser realizada também através de leucaférese, conforme explicado no parágrafo acima.

    Como é o transplante para o paciente?
    Depois de se submeter a um tratamento que reduz drasticamente a produção normal de sangue, o paciente recebe as células progenitoras transfundidas para a corrente sangüínea.
    As células progenitoras, uma vez na corrente sangüínea, circulam e vão se alojar na medula óssea e voltam a se proliferar.
    Durante o período em que estas células ainda não são capazes de produzir glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas em quantidade suficiente para manter as taxas dentro da normalidade, o paciente fica mais exposto a episódios infecciosos e ou hemorragias. Por esta razão, deve ser mantido preferencialmente internado e em regime de isolamento. Cuidados com a dieta e higiene são necessários. Apesar dos cuidados as infecções são quase sempre presentes no paciente transplantado. Após a recuperação da medula, o paciente continua a receber tratamento, em regime ambulatorial, sendo necessário, por vezes, o comparecimento diário ao hospital.

    Quais os riscos para o paciente?
    A boa evolução durante o transplante depende de vários fatores: o estádio da doença diagnóstico precoce), o estado geral do paciente, boas condições nutricionais e clínicas.
    Os principais riscos logo após o transplante, estão relacionados às infecções e às drogas quimioterápicas utilizados no condicionamento pré-transplante. Nos transplantes alogênicos, com a recuperação da medula, as novas células crescem com uma nova “memória” e, por serem células da defesa do organismo, podem reconhecer órgãos e tecidos do indivíduo como estranhos. Esta complicação, chamada de doença do enxerto contra hospedeiro, é relativamente comum, de intensidade variável e pode ser controlada, na maioria dos casos com medicamentos adequados

    Quais os riscos para o doador?
    No transplante convencional onde há aspiração da medula óssea, é um procedimento cirúrgico que necessita de anestesia geral, sendo retirada do doador a quantidade de células progenitoras da medula óssea em um volume necessário ao paciente: 10 a 15 ml/kg. Esse procedimento tem duração de aproximadamente 90 minutos e consiste de punções na região pélvica posterior para aspiração da medula. Dentro de duas semanas, a medula óssea do doador estará inteiramente recuperada. Uma avaliação pré-operatória detalhada avalia as condições clínicas e cardiovasculares do doador visando orientar a equipe anestésica envolvida no procedimento operatório.
    Na coleta de célula progenitora do sangue periférico, os riscos estão associados à utilização de fator de crescimento (G-CSF) e ao procedimento aferético. Em relação ao uso de G-CSF pode haver dor óssea, febre baixa e em casos raros aumento do fígado e baço. Em relação ao procedimento aferético deve haver controle rigoroso clínico e metabólico durante o procedimento, seguido durante todo o tempo pelo médico.

    O que é compatibilidade?
    Para que se realize um transplante de medula alôgenico é necessário que haja compatibilidade entre doador e receptor. Esta compatibilidade é determinada por um conjunto de genes localizados no cromossomo 6. Esta análise é realizada em testes laboratoriais específicos, a partir de amostras de sangue do doador e receptor, chamados de exames de histocompatibilidade.
    A probabilidade de um indivíduo encontrar um doador ideal entre irmãos (mesmo pai e mesma mãe) é de 25%. A probabilidade entre o paciente e o pai ou a mãe é inferior a 5%.
    Devido a grande miscigenação de raça no Brasil, a probabilidade do encontro de um doador em bancos de medula estima-se que seja 1/300.000 em doadores brasileiros, e esse número é muito inferior nos bancos de medula óssea internacionais.

    Essa figura mostra o cromossoma 6, suas regiões onde se faz a verificação de compatibilidade.
    Gráfico de Compatibilidade
    O que fazer quando não há um doador compatível?
    Quando não há um doador aparentado (um irmão ou geralmente um dos pais), a solução é procurar um doador compatível entre os grupos étnicos (brancos, negros amarelos etc) semelhantes. Embora, no caso do Brasil, a mistura de raças dificulte a localização de doadores ou registros internacionais, é possível encontrá-los em outros países. Desta forma surgiram os primeiros Bancos de Doadores de Medula, em que voluntários de todo o mundo colhem sangue,fazem o teste de compatibilidade e são cadastrados no banco de medula. Quando encontrados os doadores são consultados e se estiverem aptos e de acordo, colhem as células progenitoras, essas células são remetidas ao centro cadastrado que fará o transplante do paciente. Hoje, já existem mais de 5 milhões de doadores. O Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME) coordena a pesquisa de doadores nos bancos brasileiros e estrangeiros. O centro que trata o paciente, o inscreve o seu paciente no REREME, e a partir daí a busca se dá periodicamente até o encontro de doador compatível.
    Passos para a doação de medula óssea
    Passos do Transplante de Medula
    Sangue do Cordão Umbilical e Placentário – SCUP
    O Ministério da Saúde lançou no final de setembro de 2004 uma rede pública de bancos de armazenamento de sangue de cordão umbilical e placentário, a BrasilCord, para o atendimento de pacientes que necessitam de células tronco e que aguardam transplantes de medula óssea.
    Atualmente, o Brasil soma 2.500 indicações anuais para transplante de medula óssea, das quais 1.500 não encontram um doador com laços de parentesco e compatibilidade genética.
    A ABRALE contribuirá com o projeto esclarecendo a população e médicos obstetras sobre a importância da doação.
    Abaixo, algumas respostas para as dúvidas mais freqüentes sobre a doação do sangue do cordão umbilical:

    O que é o sangue de cordão umbilical e placentário (SCUP)?
    Devido às dificuldades de se encontrar doadores de medula óssea, busca-se fontes alternativas de células progenitoras. Pesquisas demonstraram que, durante a gestação,
    O sangue de cordão umbilical é uma fonte rica de células progenitoras. Após o parto, o sangue que permanece no cordão umbilical e na placenta, contendo células progenitoras é geralmente descartado. A partir dessa descoberta, as células progenitoras obtidas do sangue de cordão umbilical vêm sendo utilizadas em modelos terapêuticos onde é indicado o transplante de medula óssea.

    Qual a principal utilização do sangue de cordão umbilical?
    O uso terapêutico comprovado é a reconstituição de células do sangue, substituindo a medula óssea nos pacientes que não têm doador.
    Como é feita a coleta de sangue de cordão umbilical?
    A doação do sangue do cordão umbilical não começa na coleta. Ela passa por várias etapas:
    1 – Triagem: as mães dispostas a doar passam por uma triagem desde o pré-natal. São excluídas aquelas que apresentarem doenças genéticas e histórico de neoplasia, entre outros, e aquelas que tenham deixado de realizar pelo menos duas consultas no pré-natal.
    2 – Coleta: passada a triagem, o sangue do cordão é coletado tanto em partos naturais quanto em cesáreas. A coleta é acompanhada por três formulários: um relatório do histórico clínico materno e familiar, um histórico do parto do recém-nascido e um termo de consentimento livre e esclarecido, que regulariza a doação do material. Também é retirada uma amostra de sangue materno para a triagem sorológica de doenças como hepatites e Aids.
    3 – Análise: o material coletado é acondicionado sob refrigeração. Depois, passar por uma contagem do número de células e de volume. Se esses números forem baixos, a unidade coletada é desprezada. Caso apresente um número adequado de células tronco, a unidade é processada e armazenada em local próprio.
    4 – Consulta com a mãe e o bebê: há uma consulta com a mãe, de dois a seis meses após o nascimento, para novos exames de sangue e observação do estado geral do bebê. Caso tenha ocorrido alguma anormalidade, a unidade de células tronco é descartada. Só após esses exames a unidade tem sua tipagem realizada e disponibilizada no registro de doadores.
    Quais são os procedimentos necessários para a doação?
    Podem doar mães com menos de 36 anos, cujo bebê venha a nascer com idade gestacional maior de 35 semanas e peso maior que 2 kg. Algumas exigências devem ser cumpridas antes da coleta, similares às requeridas para doação de sangue. Antes do parto, a mãe deverá passar por uma triagem clínica (entrevista). Segundo a legislação brasileira, entre 60 e 180 dias após o parto, a mãe deverá retornar ao banco de sangue para uma nova entrevista e coleta de sangue para a realização dos testes laboratoriais.
    O que garante a qualidade do material armazenado?
    O sangue do cordão umbilical passa por vários testes e é armazenado em locais específicos até a liberação final, após o retorno da mãe para a coleta de nova amostra de sangue.
    Que paciente pode ser tratado com esse tipo de célula tronco?
    O número de células tronco que vem do cordão e da placenta é geralmente insuficiente para transplantar pessoas adultas. Portanto, crianças e adultos de tamanho pequeno ou médio (até 50 kg) podem receber as células progenitoras provenientes de cordão umbilical. Para adultos, uma bolsa de sangue não basta. Se houver mais de uma compatível e número de células suficiente, é possível realizar o transplante dessas células progenitoras em adultos.
    Por quanto tempo as células tronco do sangue do cordão umbilical podem ficar armazenadas?
    O processo de armazenamento de células tronco se faz em nitrogênio líquido, sendo esse processo denominado criogênese.
    Até o momento, a mais antiga amostra de células tronco de sangue do cordão descongelada tinha 15 anos e estava intacta. Outros tipos de células humanas preservadas com sucesso por criogênese mantêm-se viáveis por mais de 55 anos, inclusive células tronco. Por isso, em tese, quando processadas corretamente, as células progenitoras podem ficar preservadas por décadas.

    Pode-se doar o sangue do cordão umbilical de um bebê para o BrasilCord para uso exclusivo na mesma criança, caso ela precise no futuro?
    O BrasilCord foi criado para ser um banco público, sendo assim todo paciente que precisar, se houver compatibilidade, poderá usar o material doado. A probabilidade de uma pessoa precisa das próprias células durante seus primeiros 20 anos – período em que se admite que as células congeladas se mantenham viáveis – é de apenas 1 em 20 mil, pois uma de suas principais utilizações é no tratamento da leucemia.
    Nesses casos, o transplante de sangue de cordão do próprio indivíduo é contra-indicado, já que o transplante alogênico (de terceiros) apresenta melhores resultados. Outra limitação é a quantidade de células obtidas de um único cordão pode servir para o tratamento de pacientes com, no máximo, 60 kg. Por meio dos bancos públicos, é possível combinar cordões geneticamente compatíveis e tratar pacientes de maior peso.

    Quanto custa a coleta e o armazenamento do sangue do cordão?
    A coleta e armazenamento de cada unidade custa em torno de U$ 3.000 para o SUS. Já a importação de unidades de sangue de cordão umbilical vindas de centros internacionais fica em US$ 32 mil.
    Existem bancos semelhantes no exterior?
    No exterior existem mais de cem bancos, com mais de 130 mil unidades de cordão congeladas.
    Por que doar o sangue do cordão umbilical?
    Ao doar o sangue do cordão umbilical, você ajuda a salvar a vida das pessoas que ano a ano precisam de um transplante de medula e não encontram doador compatível.




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